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Electric Pro da 99 ou Uber Black? O mercado já mudou, e você, motorista, vai ficar parado?

Em dois anos, carros híbridos e elétricos devem dominar as corridas de app no Brasil. Mas já conferiu em quais categorias entra o que você quer comprar?

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Opinião
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Daniel Piccinato apara o 55content.
Foto: Acervo 55content

Vou começar contando o que estou fazendo agora: estou parado em frente a um ponto de recarga, com o carro da 99, e hoje é meu último dia com esse veículo. Mas quero aproveitar para falar de uma coisa importante: o mercado mudou. Mudou de verdade.

São Paulo foi a primeira cidade a lançar a categoria 99 Electric Pro, voltada para carros premium, elétricos e híbridos. E eu acredito que essa tendência deve se espalhar para outras regiões nos próximos anos. A estratégia é clara, a 99, junto com a montadora chinesa BYD, trouxe essa categoria para bater de frente com o Uber Black.

Será que rodar na Electric Pro vale a pena?

Tem motorista que olha para um carro desses e pensa: “É caro, mas vou ganhar mais porque é premium”. Só que não é bem assim. Se você não tem onde carregar em casa, pode acabar gastando quase o mesmo que um carro a combustão.

Eu mesmo testei, uma recarga na rua pode custar R$ 80 ou R$ 90 para rodar cerca de 250 km. Agora, compara, quanto você gasta no etanol ou na gasolina para rodar a mesma distância? A conta precisa ser feita.

Já quando o motorista carrega em casa, aí sim, o jogo muda. Rodar 250 ou 300 km pode custar R$ 35, e se tiver placa solar, pode não custar nada. Nesse caso, o carro elétrico gasta de um quarto a um terço do que gasta um carro a combustão. Mas, repito, isso só vale se você tiver como carregar em casa ou de graça em shoppings. Na rua, o custo sobe e a economia desaparece.

E como a Uber Black fica nessa história?

O passageiro que entra num 99 Electric Pro encontra tecnologia, inovação, silêncio, ar-condicionado sempre ligado e um carro novo. Não é à toa que tenho ouvido frases como: “Eu só quero andar de carro elétrico”.

Enquanto isso, a categoria Uber Black se popularizou demais. Hoje, você encontra de tudo, Corolla, Kicks, T-Cross, mas também C4 e até Renault Duster. O Black deixou de ser premium e virou um “Comfort melhorado”. Já a 99, aposta em experiência de alto padrão para ganhar mercado. E funciona. O passageiro que antes preferia Black agora se encanta pelo elétrico.

É nisto que você precisa ter atenção, motorista

Na hora de escolher o carro, o cuidado tem que ser redobrado. Eu vi colega comprar um Dolphin Mini achando que entrava na 99 Electric Pro, mas não entra. Ele só pega o Green da Uber e fica de fora do Black. Outro detalhe é que esse mesmo carro que entra na 99 Electric Pro pode cair só no UberX porque o porta-malas tem menos de 300 litros. Ou seja, investimento alto e retorno baixo.

Por isso, antes de comprar, consulte sempre a lista oficial da Uber e da 99. Não vá pelo impulso de ver o carro rodando na rua e achar que todas as categorias vão abrir para você.

Faça conta: veja quanto vai pagar de IPVA, seguro, juros, consumo, manutenção. Coloque tudo na planilha. Compare com o custo do carro que você já tem. Às vezes, é mais negócio continuar com seu carro simples, pagando menos e sem risco de cair numa armadilha.

Se você tem condição de instalar placa solar em casa, aí sim, o carro elétrico pode ser muito vantajoso, porque você substitui os 3 mil reais de combustível por uma parcela que paga o próprio carro. Mas esse não é o caso da maioria.

Afinal, como se planejar?

Hoje, passageiros que compravam Audi e BMW estão trocando por BYD, Raval ou Song. Carros chineses, elétricos e híbridos estão dominando. E os próximos dois anos devem acelerar essa transformação. Só que junto com a mudança é bom se alertar que carro elétrico é bom, mas não é só economia, tem adversidades, tem limitações, e pode sair caro para quem não se planeja.

Na minha opinião, acabou essa era do motorista 100% Black. Agora existem várias categorias, Plus, Comfort, Electric Pro, que pagam muito próximo do Uber Black e até competem diretamente com ele. Então, eu deixo aqui minha reflexão: o mercado mudou, o passageiro mudou, a tecnologia mudou. Você, motorista, precisa mudar também, com consciência, com cálculo e sem cair em armadilhas.

Quero saber a sua opinião: você acha que vale a pena investir em carro elétrico agora ou é melhor esperar? Deixe seu comentário.

Foto de Daniel Piccinato
Daniel Piccinato

Daniel começou a trabalhar como motorista de aplicativos em 2016, buscando maior estabilidade após sentir insegurança na empresa onde estava. Inspirado por conversas com o filho do dono, ele logo se uniu a outros motoristas em um grupo de WhatsApp, onde trocava dicas para melhorar seu desempenho. Em 2018, criou um canal no YouTube para compartilhar orientações sobre horários e estratégias de trabalho. Com o sucesso, expandiu para o Instagram em 2020, continuando a ajudar motoristas ao compartilhar sua experiência.

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