Pesquisar

Cláudio Sena: “Política de canibalizar tarifa da Uber tem obrigado motoristas mudar a forma de trabalhar”

ponto de exclamacao .png
Opinião
Textos assinados que refletem o ponto de vista do autor, não necessariamente da equipe do 55content.
Cláudio Sena, homem de óculos, usando terno preto e camisa branca, segurando um microfone e falando em um evento.
Foto: Reprodução/YouTube

Cláudio Sena defende que motoristas estão rejeitando tarifas baixas e usuários estão buscando alternativas, como resultado Uber enfrenta pressão dos acionistas e concorrência crescente.

Por Cláudio Sena

Usuários e motoristas estão usando menos a Uber, e essa mudança na preferência acendeu o alerta dentro da empresa, que se vê diante de um grande problema perante seus investidores. É que a meta de aumentar a quantidade de viagens não foi alcançada, e o fechamento do terceiro trimestre apontou números bem abaixo do esperado. Como resultado, a Uber perdeu valor na Bolsa de Valores de Nova Iorque.

Vamos entender melhor a questão: primeiro, a Uber, conquanto seja a maior empresa de transporte do mundo, não tem um carro sequer. Ela não realiza viagens, mas terceiriza o serviço a motoristas autônomos. Com o passar dos anos, a empresa reduziu o valor repassado aos profissionais (só em 2024 foram duas reduções, afetando tanto a tarifa normal quanto a dinâmica).

Essa política de canibalizar tarifa tem obrigado um número cada vez maior de motoristas a mudar a forma de trabalhar para não ficarem no prejuízo. Entre essas mudanças, duas principais:

  1. Seletividade, ou seja, escolher melhor as viagens, o que implica em rejeitar uma grande quantidade de solicitações devido ao “preço de banana podre em fim de feira;
  2. Optar por outros aplicativos, como 99, Indrive, ou plataformas regionais, que pagam melhor.

A soma desses dois fatores impacta a experiência do passageiro, que, ou perde muito tempo até que um motorista Uber aceite seu pedido, ou nem mesmo consegue um carro. Como consequência, esses usuários buscam outras opções para se locomover, seja em aplicativos concorrentes da Uber, seja no táxi ou no transporte público.

tão, essa mudança de comportamento, tanto de usuários quanto de motoristas, tem relação direta com o resultado abaixo do esperado da Uber até o terceiro trimestre de 2024. A quantidade de viagens ficou abaixo da expectativa, frustrando investidores e causando uma significativa queda no valor das ações da empresa na Bolsa de Nova Iorque. Os acionistas pressionam a Uber para reverter o cenário negativo no último trimestre do ano, mas os motoristas não devem se iludir que, entre as ações da empresa para recuperar terreno perdido, esteja melhoria na tarifa.

O que cada parceiro tem a obrigação de fazer é buscar sempre o melhor resultado, principalmente através da seletividade e da alternância entre Uber, 99, Indrive e aplicativos regionais. Os passageiros que deixam de usar a Uber estarão nas plataformas concorrentes, e, dessa forma, todos se tornam independentes da maior do mercado.

Quem é Cláudio Sena?

Cláudio Sena iniciou sua trajetória como motorista de aplicativo em 2016, quando começou a trabalhar com a Uber. Desde então, ele permanece ativo na área, conciliando essa atividade com o trabalho como motorista particular no setor de transfer executivo, que passou a oferecer em 2017. Com uma visão empreendedora, Cláudio também investiu na produção de conteúdo para redes sociais, compartilhando suas experiências e insights sobre o dia a dia como motorista de app, especialmente nas plataformas Uber, 99 e inDrive. Hoje, ele se dedica tanto às corridas pelos aplicativos quanto à criação de conteúdo, posicionando-se como uma referência no setor.

Foto de Cláudio Sena
Cláudio Sena

Cláudio Sena iniciou sua trajetória como motorista de aplicativo em 2016, quando começou a trabalhar com a Uber.

Pesquisar