Ao anunciar a chegada de 70 mil taxistas na plataforma, a Uber também mandou três recados a seus Motoristas.
O feito é um recorde na história da empresa em todo o mundo, pois a grande quantidade de taxistas à disposição para receber solicitações de viagens deixou bem claro que ela vai prosseguir com seu plano de expansão, fazendo as mudanças e ajustes que achar necessário, independente de quaisquer circunstâncias.
Por isso mesmo o primeiro sutil recado é: não está preocupada com motoristas. A empresa diz que eles são importantes, mas na prática ela não se interessa por resolver o “calcanhar de Aquiles” da relação, que é a grande defasagem tarifária, que ao longo dos anos vem sendo reduzida.
O segundo recado, que acaba reforçando o primeiro, é: vai trazer convidar todos os taxistas que quiserem para realizar viagens pela plataforma. Aliás, esse é um dos objetivos a médio prazo, que foi anunciado pelo CEO da empresa, Dara Khosrowshani, em maior de 2024, por ocasião dos 10 anos da Uber no Brasil.
Está muito claro que a Uber quer viagens, independente de quem as realize. É muito comum passageiros que pedem, principalmente, Comfort ou Black, serem atendidos por um taxi, ao invés de um carro particular. Quando isso ocorre, a Uber informa ao usuário, por meio de mensagem no aplicativo, que acionou um taxista para economizar tempo no atendimento. E a terceira mensagem subliminar da Uber é: mexam-se! Vejam seu exemplo, que, no começo, assim como os motoristas, também tinha nas viagens sua única fonte de receita, e ao longo dos anos diversificou seus produtos, e hoje, além das viagens de carro, também oferece de moto, de ônibus fretado para empresas, bike, entregas de objetos, compra em supermercado, etc.
Esta última mensagem resume as duas primeiras, e é a mais importante para auxiliar na mudança de rumo. Não dependa unicamente da Uber! Busquem fontes de renda alternativas, por que a empresa não dá sinais de que resolverá o problema da tarifa defasada. Ao contrário, todas as suas decisões ao longo do tempo deixam claro que ela não vai resolver isso.
Cada motorista deve, portanto, entender o cenário, e sair da zona de conforto que, de certa forma, o trabalho nos aplicativos proporciona. Ocorre que esse conforto tem um preço, que aumenta a cada dia, para o próprio motorista.
Entendeu, ou quer que desenhe?
