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Alguns motoristas dizem não receber corridas de passageiras mulheres na 99. Será?

Entenda o que realmente acontece nos bastidores do aplicativo para a segurança delas e como pequenos comportamentos podem gerar denúncia.

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Opinião
Textos assinados que refletem o ponto de vista do autor, não necessariamente da equipe do 55content.
Luis Hatada para o 55content.
Foto: Acervo 55content.

Nos últimos dias, motoristas de aplicativo que trabalham com a 99 começaram a reclamar que não estão recebendo corridas de passageiras mulheres. Muitos dizem que isso está impactando diretamente no faturamento. Mas será que a 99 realmente está bloqueando motoristas de atender passageiras? O que está por trás disso? Recebi a resposta oficial da 99 e quero compartilhar aqui para deixar tudo claro.

O que a 99 me respondeu sobre isso?

Segundo a própria plataforma, hoje, a 99 conta com mais de 50 ferramentas de segurança, voltadas tanto para motoristas quanto para passageiros. Entre elas, algumas são específicas para proteção das mulheres dentro do aplicativo.

Em situações de reincidência de comentários sobre comportamentos inadequados, como assédio, o sistema atua de forma preventiva. Nessas situações, corridas consideradas mais sensíveis, como de mulheres em horários avançados, podem ser direcionadas preferencialmente para motoristas com melhor avaliação e histórico. Isso é feito por uma inteligência artificial chamada PITA.

Além disso, a 99 usa outra inteligência artificial, chamada Athena, que envia mensagens de conscientização e orientação para motoristas, reforçando boas práticas. Quanto mais corridas realizadas sem problemas, maior a chance do motorista ser considerado para essas corridas mais sensíveis.

A empresa destaca ainda que motoristas não deixam de receber chamadas de passageiras mulheres. Se o parceiro notar algo estranho, pode entrar em contato com a central de atendimento.

O que essa resposta significa na prática?

Traduzindo para o dia a dia: existem duas inteligências artificiais atuando, uma que direciona preventivamente corridas e outra, que envia mensagens educativas. O motorista não deixa de receber chamadas de passageiras, mas pode ser que, em determinadas situações, o sistema privilegie motoristas com melhor avaliação.

Agora, é claro que existem injustiças, e a própria 99 admite que o sistema atua de forma preventiva. Se houver denúncias graves, o bloqueio não será só de passageiras, será da conta inteira.

É culpa nossa? E as denúncias falsas?

Infelizmente, denúncias falsas acontecem. Um simples olhar no retrovisor, uma cara fechada, uma bufada podem virar denúncia de “motorista rude” ou “mal educado”. Eu mesmo já recebi comentário de que fui rude. Talvez demonstrei alguma insatisfação, talvez fiz uma expressão que não deveria. O erro foi meu em deixar transparecer, mas o comportamento ruim foi do passageiro.

E é aí que está o ponto: não podemos demonstrar insatisfação. É melhor chegar e falar “desce porque esse comportamento eu não aceito” do que deixar a irritação aparecer. Muitas vezes, o passageiro abre um salgadinho, joga papel no carro, faz coisas que tiram a paciência. Somos humanos, temos emoções. Mas precisamos aprender a disfarçar, virar a cara, respirar fundo, tomar uma água.

O que o motorista deve fazer

O aplicativo não está cortando corridas de mulheres dos motoristas. Está atuando de forma preventiva em casos de comportamento inadequado. Para quem sente que não está recebendo corridas, a orientação é que procure a central da 99.

É importante entender que qualquer atitude mal interpretada pode virar denúncia. Então, cuidado redobrado com a forma de se comunicar e de reagir dentro do carro. Segurança vem em primeiro lugar, tanto para o motorista quanto para o passageiro.

Se você já passou por isso, deixa aqui nos comentários a sua experiência. Foi injustiçado? Recebeu denúncia que não merecia? Conta para a gente.

Um ótimo descanso para você que está em casa e um ótimo trabalho para quem está na pista.

Foto de Luis Hatada
Luis Hatada

Luis Hatada, conhecido como "Uber do Japa", é motorista de aplicativo desde 2018 e, ao perceber as dificuldades dos colegas em gerenciar ganhos e despesas, criou um canal no YouTube em 2019. Nele, compartilha orientações sobre gestão financeira e desenvolvimento pessoal, defendendo que a profissão exige uma mentalidade empreendedora. Seu conteúdo aborda temas como administração financeira e autodesenvolvimento, com o objetivo de ajudar motoristas a melhorar a rentabilidade e superar desafios diários.

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