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Aceitou 10 corridas? Conclua ao menos 7 para não ser bloqueado pela 99

A 99 exige uma taxa de finalização mínima de 70%. Se somos autônomos, deveríamos ter liberdade total para cancelar corridas sem medo de sanções. Bloqueios temporários ou definitivos são medidas abusivas.

Homem em um carro moderno, vestindo uma camisa polo cinza da Hugo Boss, falando e gesticulando com a mão enquanto está sentado no banco do motorista.
Foto: Daniel Piccinato para 55content

A nova atualização da 99 agora exige uma taxa de finalização mínima de 70%. Neste artigo, vou falar sobre isso, e é importante que você entenda o contexto.

Motorista, você não é obrigado a aceitar corridas que não sejam vantajosas para você. A taxa de aceitação não gera bloqueio. Se, em um dia, seu aplicativo tocar mil vezes e você decidir não aceitar nenhuma chamada, não será penalizado.

Agora, o que está gerando dúvidas entre os motoristas é a questão da taxa de finalização. Suponhamos que, em um dia de trabalho, você aceite 100 corridas. Mesmo que tenham sido ofertadas 200, você aceitou 100. Destas, é necessário concluir pelo menos 70.

É evidente que, em um único dia, pode ser difícil alcançar esse número. No entanto, se você aceitar 10 corridas, deverá finalizar pelo menos 7. A 99 estipula um ciclo para evitar o primeiro bloqueio, que pode chegar a até 30 dias. Se a taxa de finalização for inferior a 70%, você sofrerá sanções progressivas.

Na primeira infração, que é verificada na segunda-feira seguinte, o bloqueio será de 5 dias. Caso o problema se repita e sua taxa de finalização permaneça abaixo de 70%, o segundo bloqueio será de 10 dias. Em uma terceira reincidência, o bloqueio pode chegar a 30 dias, causando um grande prejuízo, especialmente para quem depende exclusivamente da 99.

Mas faz sentido bloquear motoristas dessa forma? Muitos não entendem a lógica por trás dessa medida. Afinal, como mencionei, você não é obrigado a aceitar nenhuma corrida. No entanto, se você aceita e depois cancela, é nesse ponto que a 99 se defende juridicamente.

Muitos motoristas que solicitam vínculo empregatício ou que são bloqueados permanentemente têm como justificativa o mau uso da plataforma e um alto número de cancelamentos. A 99 argumenta que o motorista não é obrigado a aceitar corridas, mas, ao aceitar e cancelar repetidamente, prejudica tanto o passageiro quanto outro motorista que poderia ter realizado a viagem.

No âmbito jurídico, a defesa da 99 é a seguinte: a empresa fornece ao motorista a foto do passageiro, o número de viagens realizadas, o valor da corrida, o valor por quilômetro, o endereço de embarque e o de destino. Com base nessas informações, a empresa considera injustificável que um motorista aceite e, logo em seguida, cancele a corrida, salvo em casos específicos, como áreas de risco ou excesso de passageiros.

Outro ponto recente é a redução do tempo de espera de 5 para 3 minutos, o que, na prática, é uma mudança significativa. Nesses casos, cancelamentos não afetam a taxa de finalização.

Portanto, se você trabalha com a 99, precisa entender as regras do jogo para evitar penalizações e prejuízos financeiros.

Agora, deixo uma pergunta: vale a pena ser bloqueado várias vezes, perder sua conta e ter que recorrer à justiça? O mais inteligente é gerenciar sua taxa de finalização, lembrando que a aceitação de corridas é totalmente opcional. O aplicativo pode tocar mil vezes e você não aceitar nenhuma chamada sem sofrer sanções.

No entanto, alguns motoristas argumentam: “Se eu for bloqueado por não aceitar corridas, posso recorrer à justiça alegando vínculo empregatício, mas, no caso de cancelamentos, não?”. Exatamente. Isso ocorre porque a 99 não bloqueia por baixa aceitação, permitindo que você ignore quantas corridas quiser. Mas, se você aceitar e cancelar repetidamente, será considerado mau uso da plataforma.

No passado, a empresa adotava uma abordagem ainda mais rígida. Não existiam bloqueios temporários de 5, 10 ou 30 dias. Muitos motoristas foram bloqueados permanentemente entre 2018 e 2021, especialmente por excesso de cancelamentos.

Hoje, esses bloqueios progressivos ainda são considerados injustos por muitos, mas funcionam como um alerta. Se você for bloqueado diversas vezes, criará um histórico que pode levar ao banimento definitivo. E, nesse caso, se for para a justiça, a 99 apresentará argumentos para justificar sua decisão.

A defesa do motorista costuma ser baseada na autonomia: ele é livre para aceitar ou recusar corridas. Porém, a 99 contrapõe alegando que fornece todas as informações necessárias para que o motorista tome uma decisão antes de aceitar. Cancelamentos frequentes deixam passageiros desassistidos e impedem outros motoristas de realizarem a viagem.

Dessa forma, algumas ações judiciais são vencidas pelos motoristas, enquanto outras são perdidas. Meu objetivo aqui é explicar como a 99 se defende juridicamente no caso da taxa de finalização.

Para concluir, lembre-se: a taxa de aceitação não gera bloqueio. Já a taxa de finalização, que na prática equivale ao índice de cancelamentos, pode resultar em penalidades. Em vez de afirmar “você só pode ter até 30% de cancelamentos”, a 99 reformulou a regra para “você precisa concluir 70% das corridas aceitas”. O princípio é o mesmo, mas a abordagem muda.

Espero que tenha entendido. Pessoalmente, acho essa política injusta. Se somos autônomos, deveríamos ter liberdade total para cancelar corridas sem medo de sanções. Bloqueios temporários ou definitivos são medidas abusivas. Mas a 99 trabalha com suas próprias regras e sempre as utiliza para se defender judicialmente.

Então, motorista, mesmo que discorde e ache injusto, a empresa mantém essa política. Por isso, evite pedir ao passageiro que cancele a corrida ou deixá-lo esperando para que ele desista. Isso pode resultar na perda da sua conta.

Espero ter ajudado. Deixe seu comentário com sua opinião de forma inteligente, e nos vemos no próximo conteúdo aqui no Portal 55Content.

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Daniel Piccinato

Daniel começou a trabalhar como motorista de aplicativos em 2016, buscando maior estabilidade após sentir insegurança na empresa onde estava. Inspirado por conversas com o filho do dono, ele logo se uniu a outros motoristas em um grupo de WhatsApp, onde trocava dicas para melhorar seu desempenho. Em 2018, criou um canal no YouTube para compartilhar orientações sobre horários e estratégias de trabalho. Com o sucesso, expandiu para o Instagram em 2020, continuando a ajudar motoristas ao compartilhar sua experiência.

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