Começou por São Paulo e já se espalha pelo Brasil uma onda de revolta entre motoristas contra a 99 por causa de sua política considerada discriminatória na distribuição de viagens. Cada vez mais profissionais estão preferindo trabalhar com Uber, inDrive ou aplicativos regionais e deixando a 99 desligada. O motivo: a empresa decidiu que não enviará mais viagens solicitadas por mulheres para motoristas homens — especialmente durante a noite e a madrugada.
Essa restrição impacta diretamente quem trabalha nesses horários, já que a maior parte das solicitações nesse período vem de passageiras. Ao retirar esse público dos motoristas homens, o prejuízo é imediato e significativo.
A própria 99 admite que está restringindo corridas de passageiras para motoristas do sexo masculino nesses horários. A empresa não chama de discriminação, mas reconhece que faz essa filtragem. A justificativa oficial é de que motoristas atingidos pela medida teriam notas baixas ou reclamações frequentes. Para evitar conflitos, segundo a plataforma, preferem bloquear viagens originadas por usuárias durante a noite.
Você faz corridas na madrugada? Percebeu essa patifaria acontecendo? Comenta aí.
Já alertei outras vezes: decisões precipitadas desse tipo prejudicam todo mundo — passageiras, motoristas e a própria plataforma. A 99 já tem uma demanda menor que a da Uber, e qualquer motorista experiente sabe disso. Com os dois aplicativos ligados nas mesmas condições, a Uber toca muito mais.
Ao restringir justamente o maior público solicitante para o maior público de motoristas — já que apenas 10% da frota é composta por mulheres — a 99 acaba dando um “tiro no pé”. A passageira que pede um carro e vê mais de 20 minutos de espera simplesmente migra para outro app. Se não encontrar corrida, procura Uber, inDrive, aplicativos regionais — ou até táxi. E quando isso vira rotina, dificilmente a plataforma recupera essa usuária.
Do lado dos motoristas, a reação é óbvia:”É assim? Então 99 OFF.” Esse movimento já está acontecendo em várias cidades.
A 99 tenta se posicionar como “politicamente correta”, mas não demonstra preocupação real com a operação ou com a segurança de usuárias — apenas com faturamento. A medida adotada, além de prejudicar todas as partes envolvidas, não resolve o problema que diz querer combater e ainda afasta motoristas e clientes.
A conclusão é direta: essa política não trouxe proteção adicional para ninguém. Só causou prejuízo, revolta e desorganização.