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“Passageiros muitas vezes acham que podem fazer tudo dentro do veículo. O mesmo respeito que cabe a eles, cabe a nós também”, diz motorista de app durante audiência

Siqueira Costa, que também é supervisor de comunicação da Transalvador, defendeu que a regulamentação do setor já chega atrasada.

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Notícia
Informações objetivas sobre fatos relevantes para o mercado de mobilidade, com apuração direta da redação.
Siqueira Costa, supervisor de comunicação da Transalvador, fala ao microfone durante audiência pública. Ao fundo, aparecem as bandeiras da Bahia, do Brasil e de Salvador.
Foto: Reprodução

Durante audiência pública da Câmara dos Deputados realizada em Lauro de Freitas, na Bahia, Siqueira Costa — motorista de aplicativo e supervisor de comunicação da Transalvador — defendeu que a regulamentação do setor já chega atrasada. “A regulamentação é algo urgente no Brasil para uma categoria que já existe há 7 anos. Essa regulamentação já nasce velha”, afirmou.

Segundo ele, os motoristas enfrentam desrespeito não só das plataformas, mas também de passageiros e do próprio poder público. “Passageiros muitas vezes acham que podem fazer tudo dentro do veículo. O mesmo respeito que cabe a eles, cabe a nós também”, disse.

Banimentos sem defesa e dois pesos, duas medidas

Siqueira relatou o caso de um motorista banido da Uber após uma conversa com a esposa, que estava sendo atendida como passageira, ser mal interpretada. Mesmo acionando a Justiça, o motorista não conseguiu recuperar a conta. “O monitoramento acontece só para o motorista. Passageiro que assedia não sofre as mesmas consequências”, criticou.

Ele também apontou que apenas os motoristas recebem orientações constantes das plataformas sobre assédio e comportamento, enquanto passageiros não são cobrados da mesma forma.

Tarifas achatadas e ausência de reajuste

Siqueira questionou a lógica da precificação das corridas. Segundo ele, o valor dinâmico é aplicado ao passageiro, mas não repassado integralmente ao motorista. “Desde que a Uber chegou no Brasil, os preços só regrediram. Não temos qualquer índice de reajuste como acontece com aluguéis ou planos de saúde”, afirmou.

Ele defendeu a criação de um índice anual de reajuste nas tarifas para garantir a sustentabilidade da atividade.

Desigualdade em incentivos e segurança

O motorista também cobrou isonomia nos benefícios oferecidos aos taxistas, como isenção de IPVA, descontos na compra de veículos e acesso a linhas de crédito. “A diferença no custo de um carro para o taxista e para o motorista de app é absurda”, disse.

Sobre segurança, criticou o processo de cadastro de passageiros, considerado frouxo em comparação ao rigor exigido dos motoristas. “O passageiro tem acesso à nossa foto, nossos dados, nossa placa. Mas quando há um problema, as plataformas dificultam o repasse de informações sobre ele.”

Nota de transparência: Esta matéria foi produzida com o apoio de inteligência artificial e revisada por um jornalista do 55content.

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Redação 55content

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