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“Nunca vi uma categoria tão discriminada e humilhada para ganhar R$ 3, R$ 4, R$ 5 por entrega”, declara sindicalista

Presidente de sindicato afirma que, a cada cinco entregadores bloqueados, nenhum tem direito de resposta.

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Notícia
Informações objetivas sobre fatos relevantes para o mercado de mobilidade, com apuração direta da redação.
Homem com boné preto e camisa azul fala ao microfone durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
Rodrigo Correia Foto: Reprodução/YouTube

Rodrigo Lopes da Silva Correia, presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Empregados e Autônomos de Moto e Bicicleta por Aplicativo do Estado de Pernambuco (SEAMBAPE), defendeu que a regulamentação dos trabalhadores por aplicativo inclua políticas de formação e conscientização para reduzir acidentes e ampliar a proteção da categoria.

A fala ocorreu durante o debate sobre a regulamentação dos trabalhadores por aplicativo, realizado nesta terça-feira (07) na Câmara dos Deputados.

Segundo Correia, é urgente criar medidas de segurança e capacitação que protejam os entregadores que enfrentam diariamente chuva, sol e longas jornadas sem amparo das empresas.

“Esses trabalhadores enfrentam sol, chuva e sereno e não têm acolhimento. Precisamos proteger essas pessoas o mais rápido possível”, afirmou.

Formação reduziu acidentes em Pernambuco, diz sindicato

O presidente do SEAMBAPE apresentou dados de um projeto de formação em pilotagem defensiva realizado pelo sindicato em parceria com o governo de Pernambuco. O programa, segundo ele, foi responsável por reduzir de forma expressiva o número de entregadores acidentados no estado.

“Apenas 14 entregadores do iFood deram entrada em hospitais após a formação. Esses números são fruto de conscientização e capacitação”, destacou.

Correia explicou que a iniciativa foi possível graças a dois editais vencidos em 2023, e que contou com instrutores qualificados para orientar os trabalhadores sobre direção segura e prevenção de acidentes.

O dirigente defendeu que ações semelhantes sejam ampliadas em outros estados e incorporadas à regulamentação nacional.

“Se Pernambuco conseguiu, todos nós conseguimos. Mas ainda não vi ninguém falando de formação ou conscientização”, disse.

Falta de valorização e bloqueios injustificados

Correia também relatou casos de entregadores que foram bloqueados sem direito de resposta, destacando a necessidade de regras mais transparentes e garantias de defesa para os trabalhadores.

“Citei cinco entregadores bloqueados sem sequer ter o direito de resposta. Nós não servimos nem para reciclagem”, afirmou.

Ele criticou o que chamou de sucateamento da categoria, lembrando que muitos profissionais enfrentam condições precárias e remunerações muito baixas.

“Nunca vi uma categoria tão discriminada e humilhada para ganhar três, quatro, cinco reais por entrega”, declarou.

Defesa da atuação sindical e da regulamentação

Durante o discurso, o presidente do SEAMBAPE ressaltou o papel dos sindicatos como única ferramenta legal de negociação coletiva, conforme previsto na Constituição. Ele afirmou que o trabalho desenvolvido pelo sindicato em Pernambuco, em parceria com o Sereste e o Governo do Estado, tem contribuído para melhorar a segurança e a representação dos entregadores.

Correia informou ainda que o sindicato elaborou cartilhas com dados sobre acidentes, mortes e condições de trabalho, produzidas a partir de conferências estaduais de saúde do trabalhador.

“Mais de 200 entregadores votaram por unanimidade a favor da regulamentação depois da formação”, concluiu.

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Redação 55content

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