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Motoristas de apps querem 80% da corrida e adicionais de 50% após 8h trabalhadas, 30% no período noturno e 100% nos feriados

Em assembleia nacional, categoria aprovou emendas ao PLP 152 que garantem maior repasse, pagamento por cancelamento e direitos como adicionais de 50% após 8h, 30% no período noturno, 60% aos domingos e 100% nos feriados.

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Notícia
Informações objetivas sobre fatos relevantes para o mercado de mobilidade, com apuração direta da redação.
Luiz Carlos Correa, presidente da Sindmobi. Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal.

Após a realização da 1ª Assembleia Nacional dos Trabalhadores por Aplicativos de Transportes, no último sábado (30/08), a categoria definiu os pontos centrais que irão compor as emendas ao PLP 152/2025, projeto que trata da regulamentação do setor em discussão na Comissão da Câmara dos Deputados.

A FENASMAPP destacou que cada sindicato estadual terá agora a responsabilidade de procurar os deputados que integram a comissão para apresentar oficialmente as propostas e pressionar pela sua inclusão no texto final.

Principais pontos das emendas

I – Segurança Jurídica

  • Reconhecimento da atividade de transporte de pessoas e cargas.
  • Confirmação de que o motorista de aplicativo não é autônomo, já que depende integralmente da plataforma.
  • Proibição da presunção de autonomia quando o trabalho ocorrer via empresas.
  • Criação de um modelo jurídico próprio para o trabalhador de aplicativo, garantindo direitos como férias, 13º, RSR, FGTS e INSS com contribuição diferenciada.
  • Estabelecimento de que o ônus da prova sobre a inexistência de vínculo trabalhista seja da empresa.
  • Negociação coletiva obrigatória, com possibilidade de dissídio em caso de impasse.
  • Contratos aprovados em negociação coletiva, sem alterações unilaterais por parte das plataformas.
  • Mediação sindical em processos de terceirização ou intermediação, evitando perdas de direitos.

II – Remuneração

  • Definição de piso mínimo baseado em tempo de trabalho e quilometragem.
  • Reajuste periódico pela inflação e custos operacionais.
  • Pagamento de adicionais: 50% após a 8ª hora, 30% no período noturno, 60% aos domingos e 100% nos feriados.
  • Instituição de um royalty de dados, quando as plataformas lucrarem com informações operacionais, com repasse definido em negociação coletiva.
  • Prestação de contas trimestral das receitas com dados, auditadas de forma independente.
  • Repasse mínimo de 80% do valor da corrida ao motorista.
  • Pagamento garantido em caso de cancelamento e pagamento imediato após cada corrida.

III – Segurança

  • Verificação de identidade obrigatória dos passageiros.
  • Uso de código de embarque para início da corrida.
  • Botão de alerta por comando de voz em situações de risco.
  • Compartilhamento em tempo real da viagem com contato de confiança.
  • Instalação de câmeras nos veículos, com consentimento do motorista.
  • Seguro APP integralmente custeado pelas plataformas, conforme a Lei nº 12.587/2012.

IV – Saúde e Proteção Social

  • Seguro obrigatório contra acidentes, com cobertura mínima de R$ 150 mil para acidentes pessoais e R$ 50 mil para danos materiais.
  • Reajuste anual do seguro pelo IPCA.
  • Direito a descanso remunerado anual (mínimo de 176h/mês trabalhadas).
  • Contribuição previdenciária diferenciada: 5% do motorista e 22,5% da empresa, recolhidos via eSocial e destinados ao RGPS.

V – Infraestrutura e Incentivos Econômicos

  • Repasse de R$ 0,25 por corrida para manutenção de pontos de apoio, capacitação e assistência.
  • Prazo mínimo de 24 meses para reclassificação de veículos.
  • Isenção de IPI para motoristas com mais de 1.000 viagens/ano.
  • Linhas de crédito com juros reduzidos, inclusive para veículos sustentáveis e acessíveis.

VI – Proteção de Dados

  • Proibição de desligamento imotivado, sem base em provas concretas.
  • Aviso prévio mínimo de 7 dias para desativação de contas.
  • Criação de Comitê Paritário de Revisão de Bloqueios, com participação de trabalhadores, empresas e órgãos fiscalizadores.
  • Garantia de transparência nos critérios de distribuição, bonificação e penalidades.
  • Proibição de uso de dados pessoais para fins alheios à atividade de transporte e do monitoramento de conversas privadas.

Próximos passos

Com a unidade demonstrada no último sábado, a expectativa da FENASMAPP é de que a categoria consiga influenciar diretamente os rumos da regulamentação do setor, garantindo que o texto final do PLP 152/2025 traga avanços reais em direitos trabalhistas, previdenciários, segurança e condições de trabalho.

O movimento reforça seu lema: “Nenhum direito a menos. Rumo a novas conquistas!”

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Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

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