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Diretor da Uber justifica falta de transparência com argumento de segredo comercial: “Não está claro o que se quer abrir”

Uber sinaliza disposição para discutir punições e repasses a motoristas, mas rejeita pedidos amplos por transparência nos sistemas automatizados.

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Notícia
Informações objetivas sobre fatos relevantes para o mercado de mobilidade, com apuração direta da redação.
Homem de terno e gravata vermelha fala ao microfone em audiência pública, com intérprete de Libras visível no canto inferior esquerdo.
Ricardo Leite Ribeiro, diretor de Políticas Públicas da Uber no Brasil, durante debate sobre o direito dos trabalhadores por plataforma. Foto: Reprodução/TV Senado

Ricardo Leite Ribeiro, diretor da Uber no Brasil, em audiência no Senado Federal na última terça (6), defendeu a criação de uma nova categoria trabalhista para motoristas e entregadores de aplicativo, argumentando que o modelo atual de vínculo não se encaixa nas regras tradicionais do mercado de trabalho. A proposta faz parte das discussões em torno do Projeto de Lei Complementar (PLP) 12, em tramitação na Câmara dos Deputados.

Uma nova forma de trabalho

Segundo o executivo, a forma como motoristas e entregadores se relacionam com as plataformas é única e exige um novo enquadramento legal. “Não existe um vínculo tradicional. Essa é uma nova forma de trabalho”, afirmou. Ele comparou o funcionamento das plataformas a um “emprego aberto”, onde qualquer pessoa pode se cadastrar, sem limite de vagas ou obrigatoriedade de cumprir jornadas mínimas.

Para o representante da Uber, é justamente essa flexibilidade que atrai trabalhadores — e ela precisa vir acompanhada de direitos. “A gente precisa criar essa categoria nova para garantir que essa autonomia venha com proteção”, completou.

Projeto de lei pode reduzir disputas na Justiça

O executivo defendeu o avanço do PLP 12 como ponto de partida para a regulamentação. Ele destacou que a proposta trata de temas importantes, como a criação de regras claras para desativação de motoristas, padronização de relatórios de ganhos e definição de políticas de transparência. “O projeto reduz a insegurança jurídica que hoje leva muitos casos à Justiça. Isso tem um custo para todo mundo: trabalhadores, empresas e o país.”

Transparência: qual o foco do debate?

Questionado sobre a transparência dos algoritmos que definem tarefas, ganhos e punições nas plataformas, o representante da Uber disse que é preciso especificar melhor o que se quer dizer com “transparência algorítmica”.

“Muitas vezes não está claro o que se quer abrir. O algoritmo é um conjunto de regras técnicas e, sim, há segredos de negócio envolvidos. Mas se o debate for: ‘falta clareza sobre como ocorre a desativação de motoristas’ ou ‘é preciso explicar melhor os ganhos’, estamos abertos a discutir”, afirmou.

Ele criticou propostas genéricas como “abrir o algoritmo” e defendeu um debate mais direto sobre os pontos que afetam o dia a dia dos trabalhadores. “Vamos falar do que está faltando exatamente. Estamos dispostos a discutir políticas claras e construtivas.”

Nota de transparência: Esta matéria foi produzida com o apoio de inteligência artificial e revisada por um jornalista do 55content.

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