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Uber para cadeirante: categoria para pessoas com deficiência

Uber para cadeirante? Empresas de transporte no Brasil e no mundo estão investindo na acessibilidade do transporte de pessoas com deficiência.

Publicado em 17/04/2019 – Atualizado em 13/10/2021

O analista de tecnologia, blogueiro e ativista indiano Shakthi Vadakkepat, em entrevista ao portal YourStory, falou sobre suas dificuldades como cadeirante para solicitar um transporte por app.

O número de opções de viagem para cadeirantes é ridiculamente baixo. Me pediram para retirar a minha prótese e me levantar da minha cadeira de rodas no aeroporto de Bengaluru [Índia].

Fatos como esses são comuns na vida de pessoas com deficiência, tanto fora quanto dentro do Brasil.

Segundo a professora e coordenadora adjunta da Divisão de Inclusão e Acessibilidade da Universidade Federal Fluminense, Lucília Machado, os apps de transporte deveriam ter uma opção de acessibilidade para os cadeirantes.

Ela que também vive na pele esse desafio, nos contou que são poucos carros adaptados rodando nas ruas do país.

“Geralmente eu preciso me transferir da cadeira para o banco do carro. Além disso, minha cadeira é motorizada e por isso ocupa muito espaço, não cabe em qualquer veículo”.

No Brasil, nós temos algumas empresas regionais que oferecem um serviço especializado no atendimento de pessoas com deficiência, utilizando veículos adaptados ou transformados. Exemplo:

  • Include+;
  • Belatur;
  • Transporte de cadeirante;
  • Essence Cuidados;
  • Especial Coop;
  • Táxi Acessível RJ;
  • Mobilidade;
  • Soares Transporte;
  • BH Cadeirante;
  • Acesso Fácil;
  • EuVô.

Além disso, mas ainda sem operação no Brasil, a Uber criou algumas categorias especiais para atender este público.

A seguir, vamos falar um pouco mais delas e de três empresas brasileiras que também atuam na área.

UberWAV e Uber Assist

Site da UberWAV

Em alguns locais do mundo, a Uber trabalha com duas categorias para pessoas com mobilidade reduzida: UberWAV e Uber Assist.

A Uber Assist é uma categoria em que o motorista fornece assistência a pessoas com diferentes necessidades de acessibilidade. Isto inclui pessoas com limitações físicas, idosos e grávidas.

Os carros dos motoristas da Uber Assist precisam ser capazes de acomodar uma cadeira de rodas dobrável, por exemplo. Eles também precisam estar habilitados a receberem animais de assistência, como os cães-guia.

No Brasil, a categoria solucionaria um dos problemas de Monique Nunes, mãe da pequena Sarah. Ela conta que não é nada fácil transportar sua filha em carros de app:

“Muitas vezes o motorista de carro pequeno tem que pôr a cadeira em cima do banco do carona. Se tiver chovendo, fica mais complicado ainda”.

Já a UberWAV é a subcategoria adaptada para que as cadeiras de rodas não sejam desmontadas e, assim, o passageiro permaneça nela durante a viagem.

Os carros da WAV precisam ser equipados com uma rampa de entrada traseira e restrições de quatro pontos, permitindo que os pessoas com cadeiras de rodas possam andar de forma segura e confortável. Além de poderem viajar com um passageiro adicional.

A diferença entre as duas categorias é que na Uber Assist, os motoristas são treinados para assistir essas pessoas e os veículos não precisam ser adaptados.

Já na WAV, os carros são completamente adaptados.

Entre os carros elegíveis para a categoria estão:

  • Dodge Grand Caravan
  • Toyota Sienna
  • Honda Odyssey
  • Ford Transit Connect
  • Mercedes-Benz Metris
  • Chrysler Town & Country
  • Nissan NV200
  • Toyota Pilot.

Para se tornar um parceiro, o motorista precisa realizar um curso oferecido por uma autoridade licenciada do seu país, determinada pela Uber.

Neste curso, o motorista vai aprender, entre outras coisas, como oferecer o tratamento ideal para cada situação específica, como operações com cadeiras de roda, muletas e afins.

Eles passam por treinamentos de acessibilidade, demonstrações sobre como dobrar e desdobrar cadeiras de rodas e como guiar pessoas com deficiências visuais.

No caso da mãe da Sarah, a capacitação dos motoristas faria toda a diferença no dia a dia. “Já teve motorista que parou o carro e não desceu para ajudar. Tive que pedir ajuda, já que eu preciso pegar minha filha no colo para fechar e guardar a cadeira”, relatou.

Além de não ter custo adicional para passageiro, a taxa cobrada para os motoristas nessas modalidades será menor.

Apesar de estarem presentes em diversas cidades do mundo, as subcategorias da Uber ainda não estão disponíveis no Brasil.

Include+

Logo da Include+

A Include+ é uma empresa de transporte acessível que trabalha em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

A empresa oferece três tipos de serviço:

  • Transporte + cadeira de rodas: o cliente viaja na própria cadeira de rodas e ainda pode convidar duas pessoas para o acompanhar.
  • Transporte + acompanhante: o cliente solicita à empresa, uma pessoa para acompanhar durante o seu deslocamento e compromissos. O valor adicional é avaliado caso a caso.
  • Transporte + empréstimo da cadeira de rodas: a empresa empresta a cadeira de rodas durante a viagem.

O agendamento pode ser feito dentro do site includemais.com.br.

É possível entrar em contato via telefone, whatsapp ou e-mail.

O custo do transporte vai variar de acordo com distância e tempo previsto e é possível pagar com:

  • Dinheiro;
  • Cartão de crédito;
  • Cartão de débito;
  • Boleto bancário.

Por enquanto, a empresa não cadastra novos motorista, já que quem realiza todas as corridas, por enquanto, é o próprio dono da empresa, o engenheiro Gláucio Riani, que transformou sua Chevrolet Spin em um carro preparado para transportar pessoas com mobilidade reduzida.

Eu Vô

Arte da capa

A Eu Vô é o principal aplicativo de transporte para idosos do Brasil, atendendo também pessoas com mobilidade reduzida.

A empresa opera em São Carlos, interior de São Paulo, e na capital paulista.

Atualmente, o aplicativo está disponível para celulares Android e iOS.

São oferecidas duas modalidades de serviço:

  • Leva: transporte porta a porta do passageiro.
  • Acompanha: motorista transporta e acompanha o passageiro em suas atividades.

No momento do agendamento da corrida, que pode ser feito pelo app ou pelo site, o passageiro informa ao motorista quais são suas restrições médicas.

O pagamento pode ser feito em cartão no app ou através de saldo inserido previamente.

Os motoristas passam por uma série de triagem para estarem habilitados a rodar pelo app.

A primeira etapa é a escolha do veículo. Afinal, nem todos os carros são aceitos no aplicativo. Leva-se em conta espaço e tamanho do porta-malas, para alocação de cadeira de rodas e andador.

É possível consultar os veículos permitidos em euvo.com.br/motoristas.

No momento da inscrição, o motorista deve ter em mãos comprovante de residência, CRLV (documento do veículo), CNH com EAR e foto de perfil.

No caso dos motoristas da capital paulista, é necessário ter CONDUAPP, CSVAPP e seguro APP.

Em seguida, é feita uma análise da documentação do candidato.

Os motoristas ainda passam por uma entrevista com uma psicóloga para aí sim, se aprovados, irem para o treinamento final.

Lá, os motoristas recebem instruções de médicos especialistas e ainda aprendem técnicas de rapport, um método para criação de empatia com o outro.

Vinícius Guahy
Vinícius Guahy
Vinícius Guahy é jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense e coordenador de conteúdo do 55content.
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