Mais um dia de trabalho e, de repente, surge uma corrida pagando R$ 4,70. Isso só pode ser brincadeira. R$ 4,73 por uma corrida? Enquanto isso, a gasolina está prestes a atingir R$ 7 o litro. Como é possível que um motorista aceite trabalhar por esse valor? Não dá mais, estou fora. Menos de R$ 5 por uma viagem? Isso simplesmente não faz sentido.
Meus amigos, como é que a Uber justifica lançar uma corrida pagando R$ 4,73? A tarifa mínima já era um absurdo a R$ 5,50, mas agora caiu ainda mais. Com o aumento iminente da gasolina, que em breve vai ultrapassar os R$ 7, uma corrida a R$ 5,50 já era inviável. Agora, R$ 4,73 é um verdadeiro abuso, um completo desrespeito com os motoristas. Quando vi esse valor, percebi que a Uber definitivamente acabou. Não há condições de continuar trabalhando com esses valores. Até onde esse aplicativo pretende chegar?
No entanto, logo depois, a empresa divulgou uma nota alegando que essa mudança foi apenas uma instabilidade no sistema. Segundo a Uber, houve um erro que fez com que a tarifa mínima caísse de R$ 5,50 para R$ 4,73 em diversas cidades do Brasil, incluindo Rio de Janeiro e Salvador. Essa redução significativa quase chega a um real por corrida, o que é um impacto gigantesco para quem depende desse trabalho para viver. Enquanto isso, o combustível continua aumentando. Mas, segundo a Uber, foi apenas um erro e o valor mínimo já teria voltado ao normal.
Agora, eu pergunto para você: na sua cidade a tarifa também caiu? Ou permaneceu a mesma? O que acha disso? Deixe seu comentário.
Quando vi essa queda no valor das corridas, já achei um absurdo. Mas a resposta da Uber me deixou ainda mais indignado. Afinal, foi uma instabilidade? Um erro de sistema? Curioso, não? Por que esses “erros” nunca acontecem para beneficiar os motoristas? Você já viu um problema no sistema que, por engano, aumentou o valor da corrida mínima? Nunca, né? Mas para baixo, isso já aconteceu diversas vezes. Essa não é a primeira vez que a Uber, do nada, reduz a tarifa mínima e depois se justifica com a mesma desculpa de sempre: “problema no sistema”.
E aí, o que você acha desse tipo de atitude? Um dia a Uber baixa os valores, no outro ela corrige e diz que foi um erro. Mas quem garante que esses erros não são planejados?
Quando uma tarifa mínima diminui do nada e, ao cobrarmos explicações, a empresa simplesmente diz “foi um erro”, sem sequer pedir desculpas, isso demonstra o total desrespeito que a Uber tem pelos motoristas. Eles sequer ficam constrangidos com isso. Simplesmente reduzem a tarifa e, quando são pressionados, jogam a culpa no sistema. Isso já aconteceu antes e, com certeza, acontecerá de novo.
Lembram do que aconteceu no ano passado com o dinâmico? Em outubro e novembro, ele simplesmente não passava de R$ 6. Não importava o quão alta fosse a demanda, chovesse, tivesse um terremoto, nada mudava. E quando questionávamos a Uber, nada era feito. Mas, coincidentemente, em dezembro, quando a demanda aumentou e eles precisavam de mais motoristas na rua, o dinâmico voltou ao normal. Engraçado, né?
Isso só prova que a situação atual não pode continuar. Motoristas não podem mais ser reféns dos aplicativos. A grande questão é: o que podemos fazer diante dessa situação?
Muitos estão chegando ao limite e cogitam abandonar os aplicativos. Para muitos, já deu. Cansaram de serem feitos de idiotas por empresas que só querem lucrar sem se preocupar com quem realmente move o sistema. Trabalhar com um aplicativo de transporte deveria ser uma parceria, um sistema de ganha-ganha. Mas o que vemos é o tempo todo os motoristas sendo prejudicados.
Alguns motoristas já começaram a falar em paralisações e greves, o que eu considero uma medida interessante e necessária. Se houvesse uma grande união e uma paralisação em massa, seria possível mostrar nossa força. Imagine só: os motoristas param completamente e só voltam quando as empresas tomarem uma atitude justa. Esse seria o cenário ideal. O problema é que, na prática, isso raramente acontece.
Infelizmente, quando alguns motoristas começam a parar, o dinâmico sobe. E aí, aqueles que falaram que iam aderir à paralisação acabam voltando para o aplicativo para aproveitar as tarifas mais altas. Qualquer movimento precisa partir da união dos motoristas. Precisamos fortalecer as associações para que as manifestações sejam organizadas de maneira eficaz. Eu apoio completamente uma paralisação, mas desde que ela seja bem planejada e tenha adesão em massa. Caso contrário, meia dúzia de motoristas acaba perdendo dinheiro enquanto o restante continua rodando, aproveitando o dinâmico.
E você, o que acha? Apoia paralisação, greve ou manifestação? Acha que isso funciona? Você participaria de um movimento desses?
Também há quem defenda o chamado “protesto silencioso”, que consiste simplesmente em desligar o aplicativo quando a Uber começa com essas práticas. Você acha que essa estratégia pode funcionar? Quero saber sua opinião!
Desligue a Uber e priorize outras opções, como a 99, inDrive e aplicativos regionais. Na minha cidade, temos alternativas como Bora, Vapt Vupt e Chofer. Por que insistir em um aplicativo que paga menos e oferece corridas a R$ 4,00, se existem outras opções? Simplesmente desligo o aplicativo, e se mais motoristas começarem a fazer o mesmo, a empresa sentirá o impacto. Se uma redução de tarifa, mesmo que supostamente por engano, leva motoristas a sair da plataforma, a Uber perceberá seu erro e voltará atrás. Esse é um protesto silencioso: deixar de usar o aplicativo e priorizar aqueles que realmente pagam melhor.
E o que nós, motoristas, deveríamos fazer? Precisamos nos organizar e lutar por mudanças. Devemos pressionar os políticos, fortalecer associações e levar nossas demandas a Brasília. O foco deve ser a alteração da Lei 13.680, que atualmente mantém os motoristas reféns dos aplicativos. No Brasil, essa dependência precisa acabar. O motorista deve ter a liberdade de prestar serviços de forma independente, sem ser obrigado a operar exclusivamente por meio de aplicativos.
Os discursos em Brasília dizem que somos autônomos, mas, na prática, nos obrigam a trabalhar para Uber, 99 e inDrive, sem permitir uma verdadeira independência. Agora, imagine um cenário diferente: se os motoristas pudessem ter sua própria clientela e definir seus preços. O aplicativo se tornaria apenas uma ferramenta complementar, usada apenas quando fosse conveniente ou quando oferecesse boas tarifas.
Se o aplicativo estivesse pagando bem, ótimo, trabalhamos com ele. Caso contrário, que se vire, pois atenderemos nossos próprios clientes e trabalharemos para nós mesmos, de fato. Nesse modelo, os aplicativos deixariam de ser essenciais e passariam a competir para atrair motoristas, oferecendo benefícios e valores mais justos. Só assim a dinâmica do mercado mudaria para melhor.
Para que isso aconteça, precisamos agir dentro das regras do jogo e batalhar politicamente para transformar esse cenário. Sem mudanças estruturais, qualquer outra ação será ineficaz. Enquanto os motoristas forem obrigados a trabalhar para essas empresas, elas continuarão a impor suas condições. Hoje, os aplicativos sabem que podem fazer o que quiserem, pois os motoristas não têm alternativa. Se queremos uma mudança real, precisamos lutar para que o motorista seja verdadeiramente independente e os aplicativos se tornem apenas uma opção, não uma obrigação.
E você, concorda ou discorda? Acha que isso faz sentido ou que estou exagerando? Deixe seu comentário, quero saber sua opinião.