Usuária diz que iniciativa da Uber em oferecer R$ 500 para os 20.000 motoristas afetados não é suficiente e que empresa deveria deixar de ganhar dinheiro por um período.
A recente tragédia no Rio Grande do Sul, que causou destruição em várias cidades, trouxe à tona um problema que afeta milhares de motoristas e usuários de aplicativos de transporte.
Tatiane Rech, usuária assídua do Uber, criou um abaixo-assinado para sensibilizar a Uber a tomar medidas mais efetivas para ajudar aqueles impactados pelas enchentes. A petição pede que a empresa isente os motoristas no Rio Grande do Sul de todas as taxas do aplicativo.
Tatiane conta que depende da Uber para se locomover, e explicou que a ideia surgiu ao ver a destruição causada pelas enchentes: “Quando vi os carros destruídos, pensei tanto nos motoristas, que perderam seus veículos ou tiveram danos significativos, quanto nos usuários que dependem do serviço,” disse.
A petição de Tatiane foca na Uber, a maior e mais conhecida plataforma de transporte: “Decidi focar na Uber porque acredito que, se conseguirmos algo com ela, isso se refletirá nas outras plataformas, como a 99,” explicou.
A situação atual do transporte no Rio Grande do Sul é crítica. Tatiane relatou que a tarifa está dinâmica, há menos carros circulando e muitas corridas são canceladas: “Os motoristas evitam áreas afetadas porque não têm garantias de corridas de volta. Isso aumenta a dificuldade para quem precisa do serviço,” afirmou.
Tatiane acredita que, ao zerar temporariamente a tarifa, a Uber incentivaria os motoristas a continuar circulando e ajudaria os usuários necessitados: “A Uber não precisa gastar dinheiro, apenas deixar de ganhar por um período. Isso poderia facilitar a vida de muitos,” sugeriu.
Recentemente, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, anunciou que a empresa fará a doação de 10 milhões de reais para ajudar motoristas afetados pelas enchentes. O valor será dividido entre cerca de 20.000 motoristas cadastrados, que receberão 500 reais cada.
Além disso, a empresa afirma que doará 1 milhão de reais para a Central Única das Favelas (Cufa), uma das ONGs que auxiliam a população afetada.
Tatiane destacou que os R$500 oferecidos pela Uber como ajuda aos motoristas são insuficientes para cobrir os danos: “Vi carros destruídos, e R$500 não recuperam nem um carro menos afetado. Precisamos de uma solução mais significativa,” argumentou.
Tatiane espera que sua petição atinja o maior número possível de assinaturas para pressionar a Uber a agir: “A meta do aplicativo é de 10 mil assinaturas, mas acredito que quanto mais pessoas assinarem, maior será a pressão popular,” disse.
Ela enfatiza que o objetivo não é atacar a Uber, mas sensibilizar a empresa. Apesar de seus esforços, Tatiane ainda não foi contatada por nenhum representante da Uber ou de outros aplicativos.