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“R$36 para rodar 15Km em 45min não compensa”, motoristas explicam os desafios de trabalhar durante grandes eventos

Na imagem, temos a visão do interior de um veículo, capturada a partir do ponto de vista de um passageiro no banco traseiro. O foco é o motorista, parcialmente visto à esquerda, e o painel dianteiro do carro, onde um smartphone está fixado e exibindo um aplicativo de navegação com um mapa e uma rota marcada. Através do para-brisa, observa-se um cenário urbano com tráfego congestionado e uma estrutura elevada, que pode ser parte de uma ponte ou viaduto. Uma câmera de painel também é visível, instalada perto do espelho retrovisor.

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Motoristas e passageiro relatam os prós e contras de grandes eventos de música, como shows e festivais.

Os festivais de música e grandes eventos culturais são sinônimos de alegria e diversão para o público, mas para os motoristas de aplicativos, esses dias podem representar um desafio logístico e operacional.

O motorista Flávio Martins descreve seu método de preparação para os grandes eventos: ele enfatiza a importância de estar atento aos horários de início e término, além de manter o carro limpo e abastecido.

Martins também relata problemas logísticos como tráfego intenso e dificuldade de acesso às áreas dos eventos, afirmando que o começo é sempre mais complicado: “O primeiro dia desses eventos sempre é o pior porque é o início, então as pessoas estão sem informação direito e dá aquele tumulto.”

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Por outro lado, muitos motoristas preferem não trabalhar durante esses eventos, seja por dificuldades logísticas, como tráfego intenso, ou pela baixa rentabilidade em relação ao esforço necessário.

O motorista Marcelo Rodrigues é um dos trabalhadores que opta por evitar trabalhar em eventos devido às dificuldades: “Evito ao máximo ir buscar pessoas no final de eventos, pois ocorrem algumas situações de demora para buscar passageiro devido ao trânsito intenso e, às vezes, o passageiro cancela a viagem por motivo de demora.”

Os motoristas observam um aumento significativo na demanda durante esses eventos, o que geralmente leva à implementação de tarifas dinâmicas. No entanto, tanto Flávio quanto Marcelo relatam que, apesar do potencial de ganhos maiores, experiências próprias mostram que nem sempre as tarifas dinâmicas são aplicadas para o motorista.

Para Marcelo, esse é um dos fatores que torna inviável trabalhar nesses eventos. O motorista forneceu um exemplo do que tende a ocorrer nesses casos: “O passageiro paga uma viagem de 15 km e tempo de viagem de 45 minutos de R$67,45, enquanto para o motorista o valor apresentado é de R$36,80. Não compensa esses valores para o motorista, que tem 2,4 km e tempo de 6 minutos para buscar passageiros. Na somatória total, o valor é baixo para permanecer à disposição de eventos”.

Ele destaca, também, que o embarque do passageiro costuma demorar mais, por conta do congestionamento que acontece durante esses eventos.

O comportamento dos passageiros também tende a mudar durante esses eventos, com muitos se mostrando mais desinibidos e frequentemente alcoolizados, o que pode gerar desafios adicionais, como incidentes de vômito no carro, algo relatado por ambos os motoristas.

Flávio compartilha uma história particularmente inusitada durante o Rep Festival no Rio de Janeiro, que chegou a ser cancelado após o primeiro dia, por conta das fortes chuvas. O motorista enfrentou um trânsito paralisado e uma viagem que deveria durar minutos se estendeu por horas: “Eu levei quase quatro horas de viagem para percorrer um trecho de 15 quilômetros. Depois ficou dinâmico, mas não tinha carro, porque ninguém ia para aquela região por causa do engarrafamento e muita chuva.”

Do ponto de vista dos passageiros, o estudante Matheus Carmo costuma frequentar shows e festivais de música, e afirma que nota uma variação significativa nos preços e disponibilidade de carros durante grandes eventos: “Na ida, os valores variam dependendo da grandiosidade do evento, mas na volta é sempre um preço altíssimo que você acaba se vendo a aceitar por não ter outra alternativa mais barata.”

A saída desses eventos tende a ser o momento que apresenta mais desafios, principalmente devido à quantidade de pessoas solicitando viagens ao mesmo tempo. Carmo relata que há maior dificuldade de localizar o carro na rua, pelo número de veículos e pelo trânsito.

O passageiro sugere estratégias para mitigar essas dificuldades, como se afastar das áreas mais congestionadas e marcar corridas com antecedência com motoristas de confiança, mas afirma que o ideal seria outra opção: “Uma parceria entre a empresa fornecedora do evento e algum aplicativo de corrida com preços tabelados e específicos para determinadas regiões.”

Os grandes eventos são uma faca de dois gumes para os motoristas de aplicativos: representam uma chance de aumentar a renda, mas também trazem desafios logísticos e de segurança.

Enquanto isso, para os passageiros, a demanda elevada pode significar preços mais altos e maior dificuldade em encontrar corridas disponíveis.

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