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“Quem é contra o PL, é a favor das plataformas”, defende sindicato de São Paulo

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Motorista
Leandro Medeiros
Leandro Medeiros

Sindicatos de vários estados do Brasil se pronunciaram sobre as manifestações que aconteceram no dia 26 e destacam a “adesão muito baixa” dos motoristas. 

Os sindicatos dos motoristas de aplicativos de vários estados do Brasil se pronunciaram a respeito das manifestações contrárias ao PLP 12/2024 que aconteceram na última terça-feira (26).

Luiz Corrêa, presidente do Sindmobi, destacou a “adesão muito baixa” entre os motoristas, interpretando o movimento como uma tentativa de promover candidatos políticos ao invés de focar na melhoria da regulamentação para os motoristas de aplicativos. Ele enfatizou a importância da regulamentação em garantir direitos semelhantes aos dos taxistas, incluindo um ganho mínimo e previdência.

“Adesão muito baixa, aqui no RJ no universo de 300 mil motoristas não foram nem 1%, a maioria entendeu que é um movimento político para promover candidatos a vereadores e levantar bandeiras de políticos pro governo.

Não querem melhorar a regulamentação e sim derrubar o PL fazendo um favor para as empresas. A regulamentação garante a criação da categoria, o ganho mínimo, previdência para qualquer suporte do governo, acesso à caixa preta das empresas e acordos coletivos anuais para melhorar os ganhos dos trabalhadores. Com a regulamentação vamos conseguir os inúmeros direitos que os taxistas têm hoje. Tenho sofrido muitos ataques de pessoas que usam contas falsas e sabem que com a regulamentação essas contas vão cair.

Nossa luta sempre foi pró trabalhador, nenhum passo daremos atrás.

Lembrando que essa fala que os motoristas só vão fazer R$32 por hora é uma fake News, temos que deixar claro que é o ganho mínimo.”

Leandro Cruz, presidente do STATTESP-SP,  relatou falta de adesão na capital paulista, criticando candidatos a vereador por usarem o evento como palco político sem apresentar soluções concretas ao PL 12/2024, considerado benéfico pela categoria.

“Aqui em São paulo vários candidatos a vereador subiram em um carro de som, para criticar o movimento sindical e não apresentar soluções ao PL.

Não houve adesão, hoje somos 600.000 motoristas no estado de São Paulo, não reuniu 300 motoristas, ou seja, a categoria rejeitou o chamado das associações e YouTubers, o PL 12/2024 é a solução da categoria, início de uma grande jornada, quem é contra o PL 12/2024 é a favor das plataformas.”

Carina Trindade, presidente do Simtrapli-RS. criticou as plataformas por pagar menos de R$1,00 por km em muitas corridas, destacando a necessidade de regulamentação para permitir que os motoristas exijam melhores condições.

“Não é de hoje que as Plataformas mandam corridas a menos de 1,00 o km, isso já vem há anos. Elas mandam uma corrida boa e 20 corridas abaixo valor , com valor baixo. É lamentável que estejam tentando usar isso contra o PLC. Justamente por fazer tempo que agem assim, que precisamos regulamentar, porque hoje não podemos nem cobrar, pois não existe regulamentação nenhuma que nós de direito a essas cobranças, uma vez que as plataformas nos tratam como empreendedores que não somos. Estão usando isso de má fé. Inclusive vereador usando a ferramenta do REBU que sempre foi pra ajudar o motorista, com frases do tipo: essa corrida é baseada no PLC12/2024. E quando não se tinha o PLC era baseado no que? Uma total desinformação aos trabalhadores de apps.”

Branka Dutra, presidente do SIMASC, em Santa Catarina, observou baixa adesão à manifestação contra o PLP 12/2024, ressaltando o esforço do sindicato em dialogar com os motoristas e políticos para esclarecer as questões envolvendo a proposta.

“Aqui em Santa Catarina a manifestação organizada por quem é contra o PLP 12/2024, não teve muitas adesões. O SIMASC vem desde a assinatura do PLP ouvindo os motoristas através dos canais abertos pelo sindicato e na noite de ontem, 25/03, realizou uma Plenária Nacional onde também foi conversado com os motoristas e o deputado federal Pedro Uczai.”

Euclides Magno, presidente do SINDTAPP, mencionou uma adesão modesta à manifestação em Belém, criticando a tentativa de unir-se a outros grupos de manifestantes para parecer maior: 

“Aqui na capital, Belém, deu um pouco mais que 30 motorista, meu espião infiltrado disse que eles vão sair agora da frente da assembleia legislativo do Estado, para se unir ao grupo de manifestante da educação municipal, que estão no início da entrada da cidade, farão isso pra mostrar, quantidade, como se fossem motoristas.”

Maria do Carmo Rodrigues da Silva (Carminha), presidente do SINTTAPP-PI, no Piauí, descreveu a manifestação como um palco político, sublinhando o esforço do sindicato em comunicar-se com a categoria sobre o PL: 

“Aqui no Piauí a manifestação contra a PL 12/2024 feita pelo pré candidato a vereador Érico da Luta apoiado pelo Marlon e alguns bolsominions, teve alguns adeptos . Estiveram em frente à Câmara Municipal de Teresina, depois marcharam para a Assembléia Legislativa e finalizaram em frente ao Palácio do Governador. Fizemos reuniões  assembleias e em nossa sede em alguns períodos estivemos falando e ouvindo a categoria sobre a PL. Infelizmente o ato de hoje prova ser um palco político ou de politicagem.”

Carlos Alexandre, presidente do Sindapps-AL, em Alagoas, chamou a atenção para o foco político da manifestação em Maceió, criticando a falta de discussão sobre os impactos da PL nos motoristas: 

“O que tivemos aqui foi um verdadeiro comício ao vereador e ao deputado estadual. Só se falava em imposto. Ninguém falou do PL ou o que é bom ou ruim para o motorista. Foram 50 carros fazendo uma carreata para a assembleia legislativa para um estado que tem 20 mil motoristas. Foi um fiasco!!!

Carlos Cavalcanti, presidente do SINTAT/RN (Rio Grande do Norte), viu a baixa adesão como reflexo da desinformação e criticou o aproveitamento político das questões da categoria: 

“No Rio Grande do Norte o movimento teve uma baixa adesão, pelo fato de ter sido convocado por pré- candidatos a vereadores.A baixa adesão reflete justamente a má intenção de levá-los a desinformação. Surfar em cima dos problemas da categoria, é algo que não dá pra aceitar.” 

Valdir Sulivan, presidente do Sitapp (Paraná), lamentou o uso político das manifestações, destacando a disposição do sindicato para trabalhar em prol de melhorias para a categoria: 

“Em Curitiba, no Paraná, apenas cerca de 2% dos motoristas participaram da manifestação. Infelizmente, muitos utilizaram o evento mais para expressar opiniões políticas do que para discutir direitos trabalhistas. Isso indica que os principais organizadores estavam mais focados em seus interesses pessoais do que nas necessidades da categoria. Em contraste, os sindicatos estão empenhados em defender e melhorar as condições para todos na profissão. Se as pessoas realmente se importassem com os motoristas, buscariam diálogo para construir soluções, em vez de tentar desfazer o progresso já alcançado. O sindicato em Paraná, o Sitapp, convida todos que desejam contribuir positivamente para se juntarem a nós em uma conversa produtiva. Contudo, aqueles que visam usar manifestações como palco para agendas políticas pessoais são expressamente rejeitados. O sindicato está aberto e serve a todos os trabalhadores de aplicativos.”

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Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

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