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“Quantidade de corridas chega a aumentar 25% a 30%”: o impacto dos jogos de futebol no transporte por app

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Motorista
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Partidas de futebol impulsionam a quantidade de corridas nas cidades, mas motoristas se dividem sobre vantagens e desvantagens em trabalhar durante os eventos.

Como em todo grande evento, trabalhar como motorista de aplicativo em dias de jogos pode ser desafiador. Especialmente nas proximidades dos estádios, os desafios podem ser ainda maiores: torcedores exaltados, embriagados e trânsito caótico. A experiência desses profissionais varia de acordo com a cidade, o time e o tipo de jogo, mas alguns temas comuns surgem, como o aumento na demanda, o trânsito congestionado e as questões de segurança.

Trabalhar em dias de jogos dos grandes campeonatos de futebol brasileiros é uma experiência que exige planejamento, cautela e uma boa dose de paciência. Cada motorista tem sua estratégia para lidar com os desafios, já que a violência, ingestão de bebidas e cancelamento de corridas podem atrapalhar o andamento do trabalho.

Experiência de Motoristas em Diferentes Cidades

Marcelo José Martins, motorista de Belo Horizonte, levanta os motivos de se manter ativo para as corridas em torno dos jogos: “Em dias de evento a demanda em torno dos estádios aqui em Belo Horizonte aumenta razoavelmente, só que de uns últimos anos, após a pandemia, as corridas caíram bem seus valores de repasse. A maior dificuldade nos dias de jogos são os embarques na saída dos estádios, porque o passageiro não tem noção de como o app funciona no quesito localização, gerando muitos cancelamentos. Em tese, vale a pena trabalhar em dias de jogos e eventos, mas com muita cautela, porque as corridas são muito problemáticas, por causa da bebida e violência”.

Mas João Ferreira, que trabalha com os apps de transporte em Maceió, tem outra visão sobre as corridas nos dias de grande movimentação nos estádios, e pondera: “Não costumo pegar corridas para a região onde ocorre o evento, porque o trânsito nesta região é horrível, e as corridas, pelo preço que estão, não valem a pena. Em dias de jogos sempre acontece violência, no início e principalmente quando o jogo termina”.

João ainda finaliza: “Não acho que valha a pena, porque as corridas são muito baratas, apesar de dar dinâmico, mas geralmente as corridas nessas regiões são com muitos passageiros e com os ânimos muito exaltados. O motorista pode ter o seu veículo danificado e até mesmo roubado nas circunstâncias em torno do evento. Na minha opinião, é totalmente inviável trabalhar em regiões próximas ao estádio”.

Demanda em Dias de Jogos de Times Locais

Daniel Lopes é um dos gestores do aplicativo VRDrive, criado em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, e explicou sobre a demanda em dias de jogo do time da cidade, o Red Bull Bragantino: “Tudo depende da torcida visitante, com as maiores sendo Corinthians e Flamengo. A taxa de aumento das corridas fica entre 25 a 30%, nada muito expansivo”.

O Cruzeiro Go foi um exemplo de aplicativo de mobilidade criado por um time de futebol. O app, que hoje não existe mais, contava com um sistema de pontuação pelo uso do app, com a troca de pontos por brindes do Cruzeiro, sorteios de camisas e ingressos, visitas ao Centro de Treinamento, clubes sociais e muito mais. O time mineiro foi o primeiro clube de futebol do mundo a lançar um aplicativo de mobilidade urbana para seus torcedores.

Experiências de Torcedores

Pedro Damiati, torcedor do Palmeiras, utiliza os aplicativos na volta das partidas. O palmeirense conta sua experiência na hora de solicitar um carro: “A demanda normalmente varia de acordo com o tamanho do jogo e do adversário. Então, se é um jogo menor, é mais fácil eu conseguir pedir um Uber, 99, enfim. Já tive que ficar 15 a 20 minutos procurando o motorista e, quando encontrava, demorava mais uns 10 minutos, por exemplo, para ele chegar ao local para conseguir me pegar. Mas isso varia de acordo com a demanda do dia, torcida e trânsito”.

Gabriel Ghantous, torcedor do Corinthians, prefere utilizar os aplicativos na ida e na volta dos jogos, já que precisa atravessar a cidade para ver seu time do coração: “Eu acabo prezando tanto pelo conforto quanto pela praticidade. Acho que eu já vou acabar ficando em pé no jogo muito tempo, que eu não tenho problema nenhum nisso, mas eu acabo prezando pela praticidade, e na volta a mesma coisa”.

Esforços das Prefeituras em Dias de Jogos

As partidas também exigem das prefeituras locais um trabalho de remanejamento do trânsito: “Com 6 horas de antecedência do início da partida é feito bloqueio viário nas ruas Emílio Colella, Cap. Daniel Peluso Jr. e Madre Paulina, formando um anel de segurança no entorno do estádio. É realizado o controle de acesso nesses bloqueios, sendo autorizado o acesso de moradores, clientes dos estabelecimentos de saúde localizados no interior do anel de segurança, além dos órgãos de imprensa credenciados pelo RB Bragantino. É permitido também o acesso de veículos somente para o desembarque de PCDs e idosos nas imediações do estádio, com identificação nos bloqueios. Não é liberado o acesso de outros veículos nos bloqueios, além dos acima citados”.

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