O Brasil já foi considerado 2º maior mercado do mundo e hoje conta com mais de 1 milhão de motoristas e entregadores cadastrados.
Publicado em 16/04/2021 – Atualizado em 14/10/2021
Em abril de 2019, a Uber entrou com a documentação para realizar seu processo de IPO, ou seja, comercializar suas ações dentro da bolsa de Nova Iorque.
1 ano antes, o banco Morgan Stanley, coordenador do processo da abertura de capital, havia avaliado a empresa em 120 bilhões de dólares.
A expectativa de captação na primeira rodada de negociação tinha previsão de arrecadar 10 bilhões de dólares, tornando o IPO da empresa o principal do ano e um dos maiores da história dos EUA.
Cerca de 1 ano após tantas previsões, a empresa finalmente estreou na bolsa em maio de 2019.
Ao final do dia, a Uber arrecadou 8,1 bilhões de dólares, sendo avaliada em 82 bilhões de dólares.
O mais interessante durante esse processo foi que a empresa passou a liberar informações que antes, por ter capital fechado, ela não precisava ou não tinha interesse.

Alguns números sobre a Uber no Brasil revelados durante a abertura de capital
A empresa não costumava divulgar dados muito precisos sobre sua operação, como números de corridas e faturamento.
Até então, sua principal fonte de informação estava em seu site oficial.
Em setembro de 2018, a página Fatos e Dados da Uber revelava que a empresa tinha no Brasil 600 mil motoristas cadastrados e 22 milhões de usuários aptos a solicitar corridas no país.
Em 2017, a Uber já havia dado indícios de que o Brasil era um dos seus principais mercados.
Isso porque a multinacional revelou que São Paulo havia ultrapassado, em 2016, a Cidade do México, tornando-se a cidade com maior número de corridas no mundo.

Porém, com a abertura de capital, a multinacional precisou revelar dados até então secretos.
Entre estes dados, estava a confirmação que o Brasil era o segundo principal mercado da Uber no mundo. Em 2018, a empresa faturou aproximadamente 3,7 bilhões de reais com a operação no país.
O valor só era menor do que o faturamento da empresa nos Estados Unidos. Além disso, os dados mostravam um crescimento impressionante da Uber no Brasil. Houve um aumento de 306% no faturamento em relação a 2016 e de 15% em relação a 2017.
E não foi só isso. Os números da Uber revelaram que São Paulo estava entre as quatro regiões metropolitanas responsáveis por 24% do faturamento com transporte da empresa, ao lado de Nova Iorque, São Francisco, Los Angeles e Londres.
Duas informações divulgadas pela Uber em seu relatório chamam atenção quando diz respeito à atuação no Brasil.
Uma é em relação à preocupação da empresa com os casos de violência ocorridos em sua operação no país.
Segundo o relatório, em certos locais como o Brasil, sérios incidentes de insegurança estavam resultando em roubos e até assassinatos de motoristas da Uber. “Se não formos capazes de resolver adequadamente essas questões, poderemos sofrer um sério abalo na nossa reputação, o que prejudicaria os negócios”.
Em relação aos impostos, a Uber dizia pretender investir todos os ganhos no próprio país em que a operação foi realizada, com exceção do Brasil, onde ganhos acima de 500 milhões de dólares poderiam ser reinvestidos indeterminadamente.
A empresa não deixava claro o porquê dessa decisão.
E agora?
Em agosto de 2020, última atualização do report de Fatos e Dados sobre a Uber, a empresa anunciou que possui 1 milhão de motoristas e entregadores cadastrados e os mesmos 22 milhões de usuários, sendo somados os clientes de entrega e transporte de passageiros.
Segundo a empresa, atualmente são mais de 500 municípios em que ela opera no país.
Em julho de 2021, quando a Uber completou 7 anos de operação no Brasil, a empresa divulgou uma nota com alguns números interessantes:
- R$ 68 bilhões pagos a motoristas e entregadores parceiros durante os anos;
- R$ 4,2 bilhões em tributos, federais (PIS, Cofins e Imposto de Renda) e municipais (ISS e outros).
Segundo a empresa, “esses números representam uma movimentação na economia que afeta também o consumo em diversos setores, como os de comércio, alimentação e serviços, além dos diretamente ligados à mobilidade urbana como lojas automotivas, oficinas mecânicas e postos de gasolina”.
No último balanço trimestral, a empresa não revelou se o Brasil segue sendo o segundo maior mercado do mundo.
A única informação com relação ao Brasil é que a receita da região da América Latina, em que o país está inserido, cresceu 44% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Porém, segue sendo a última região em faturamento da empresa, atrás de Estados Unidos/Canadá, Europa/Oriente Médio/África e Ásia/Pacífico.