Passageiros podem ser proibidos de pagar corridas diretamente ao motorista: SERÁ O FIM DO PAGAMENTO EM DINHEIRO!
Se tem um assunto que é polêmico e divide a opinião dos motoristas de aplicativos é o pagamento em dinheiro dentro do carro.
Quando a Uber surgiu no Brasil, a única forma de pagamento disponível era o cartão de crédito cadastrado no aplicativo.
Em 2017, buscando ganhar mercado e atingir novos passageiros, a Uber resolveu permitir aos clientes pagarem as viagens com dinheiro vivo, dentro do carro e direto ao motorista.
E aí vieram as dores de cabeça para alguns motoristas.
E o pagamento em dinheiro começou a dividir opiniões.
De um lado, temos hoje motoristas que não gostam dessa modalidade de pagamento, pois nos obriga a andar com troco e atrasa o desembarque do passageiro.
Fora o fato de que nem sempre é possível parar o carro e fazer o acerto. Isso, sem falar do calote e do tal “pagar na próxima”, quando nem sempre o motorista consegue receber.
Sem falar no risco de ter que andar com dinheiro no carro.
Do outro lado, temos motoristas que preferem e acham mais fácil trabalhar e receber em dinheiro pelo seu trabalho, pela facilidade de controlar seus ganhos, afinal, já ficam disponíveis ao final de cada corrida.
Hoje, cerca de 70% das viagens são pagas com dinheiro. Logo, o motorista que aceita o pagamento nesta modalidade recebe muito mais ofertas de viagens.
E para colocar mais lenha nessa fogueira, voltou a tona no último mês de julho, o Projeto de Lei n° 485, de 2020, que visa trazer mais segurança para usuários e motoristas do transporte por aplicativo.
Este PL prevê uma série de medidas por parte dos aplicativos de transporte, como monitoramento de situações sinalizadas como de risco, a identificação prévia do passageiro, inclusive em viagens para terceiros. Esse é um ponto que considero muito importante, pois hoje o motorista trabalha às cegas, sem nenhuma forma de identificação do passageiro, como foto, nome real e número de viagens.
Outra exigência que considero importante, prevista na PL, é a opção do motorista poder escolher as regiões onde quer trabalhar, podendo, assim, excluir locais que ele não conhece ou não se sinta seguro.
Por fim, o PL prevê o fim do pagamento das viagens diretamente ao motorista.
Quem quiser solicitar um veículo, deve fazer o pagamento previamente, direto ao aplicativo.
Ou seja, acaba com o pagamento em dinheiro dentro do carro, obrigando o usuário a fazer o acerto direto com o aplicativo. Com isso, reduz a exposição do motorista ao risco, já que ele não precisa mais ter dinheiro dentro do carro.
Como se trata de uma PL, ainda não está valendo, mas já tramita pelo congresso nacional.
O projeto é de autoria da senadora Leila Barros (PDT – DF) e o relator atual é o senador Fabiano Contarato (PT – ES).
Agora, é aguardar as cenas dos próximos capítulos e torcer para que o PL seja aprovado!
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Conecta