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Como é ser motorista de app em Mogi das Cruzes: Ganhos de até R$3.500 e evitar corridas em supermercados

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Motorista
Mogi das Cruzes
Mogi das Cruzes

José Augusto é um motorista de aplicativo com 1 ano e meio de experiência em Mogi das Cruzes. Escolheu essa profissão pela flexibilidade e possibilidade de ganhos imediatos, apesar dos custos com combustível e manutenção. Prefere trabalhar perto de centros comerciais, usando principalmente a Uber, e destaca as dificuldades de tráfego na cidade. 

Segundo ele, os motoristas da cidade reclamam das baixas tarifas comparadas às dos táxis e têm preferências variadas quanto aos tipos de corrida, evitando aquelas com muitas compras ou passageiros. José valoriza a educação e a boa comunicação com a maioria dos passageiros. Comparado a outras cidades por onde já passou, José diz que Mogi das Cruzes apresenta uma alta demanda por corridas, desafiada por um planejamento urbano complicado e um trânsito difícil.

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Poderia se apresentar e nos contar há quanto tempo você trabalha como motorista de aplicativo?

Meu nome é José Augusto e eu trabalho há 1 ano e meio como motorista de aplicativo em Mogi das Cruzes. 

O que o motivou a começar a trabalhar como motorista de aplicativo?

Optei por dirigir com aplicativo pela possibilidade de ganho rápido e flexibilidade na escolha das viagens. Embora envolva custos como combustível e manutenção do veículo, a remuneração imediata e a liberdade de atuação, características de um trabalho autônomo, são atrativos significativos.

Quais são os melhores lugares para pegar corrida? E quais são os piores? Explique porque.

Na minha cidade, os centros comerciais são os melhores locais para encontrar corridas devido à alta movimentação. Porém, devido ao trânsito intenso e obras que levam a interdições frequentes, é necessário selecionar cuidadosamente as viagens. A cidade, estreita e mal planejada, enfrenta desafios com o aumento da população e o desenvolvimento urbano. Os piores lugares para corridas são os bairros distantes, pois, embora algumas viagens longas possam ser lucrativas, o tempo gasto para retornar ao centro pode ser excessivo. Portanto, os melhores pontos para trabalhar como motorista de aplicativo são aqueles próximos ao centro urbano.

Quais aplicativos rodam por aí? E qual é o preferido dos motoristas?

Em Mogi das Cruzes, meu aplicativo principal é a Uber, que responde por 90% das minhas corridas, embora eu também esteja cadastrado na 99. Ainda não experimentei outros aplicativos como o inDrive, mas devido à facilidade e maior volume de chamadas no aplicativo da Uber, dou preferência a ele.

Qual é a principal reclamação dos motoristas?

A principal queixa dos motoristas de aplicativo é sobre as baixas taxas pagas em comparação com os táxis. Por exemplo, um taxista ganha R$ 6,00 por quilômetro, além de uma taxa inicial de R$ 5,40. Se os aplicativos oferecessem taxas melhores e uniformes, independentemente do destino, haveria menos recusas de viagens por parte dos motoristas.

Quanto ganha, em média, um motorista na cidade?

O ganho de um motorista de aplicativo varia bastante, dependendo de cada situação individual. Quem precisa mais, tende a trabalhar mais, e um bom salário ou gratificação ajuda a manter um padrão de vida. No meu caso, aos 60 anos e caminhando para 61, com casa própria e esposa aposentada, trabalho para ajudar minhas netas. Não tenho despesas com carro ou aluguel e levo uma vida familiar regrada, casado há 37 anos. Isso me permite ter uma boa disposição para o trabalho, mas também saber até onde vale a pena. Saúde é fundamental para continuar trabalhando, independentemente da idade. Se o trabalho é atrativo e as condições físicas e psicológicas permitem, continuo ativo. Caso contrário, pondero as opções. Tudo depende das circunstâncias e conveniências individuais.

Eu, por exemplo, trabalho de 6 a 8 horas todos os dias da semana e faço R$4.000 bruto, mas descontando os gastos com combustível e manutenção do veículo ganho entre R$2.500 e R$3.500 por mês. 

Que tipo de corridas que os motoristas da cidade odeiam? E quais eles mais gostam?

Os motoristas de aplicativo geralmente não gostam de corridas em supermercados, principalmente quando o cliente tem muitas compras, como já me aconteceu. Prefiro perguntar pelo chat antes de aceitar a corrida, pois já encontrei situações com três carrinhos de compras, o que é complicado para uma viagem de baixo valor. Meu carro é um i30, de passeio e luxuoso, com bancos de couro e pneus novos, não ideal para transportar grandes quantidades de compras, a menos que haja uma boa gratificação. Outra situação desagradável é quando a corrida é de baixo valor, mas o carro fica lotado com quatro ou cinco passageiros. Acredito que os aplicativos deveriam questionar isso no momento da chamada, já que um táxi, que cobra mais caro, não enfrenta esse problema. Além disso, motoristas de aplicativos têm despesas como IPVA e multas; eu mesmo recebi uma multa de R$800,00, que estou recorrendo. Há riscos como multas, assaltos e passageiros desconhecidos. Eu evito receber dinheiro, optando por pagamentos com cartão para minha segurança. Corridas noturnas, especialmente com passageiros alcoolizados ou drogados, também são desafiadoras, exigindo paciência e cautela para evitar confusões. Em resumo, corridas com muitas compras, carros lotados e situações de risco são as menos apreciadas pelos motoristas.

Em geral, como é a relação com os passageiros na cidade?

Moro em Mogi das Cruzes, onde também nasci e cresci. É uma cidade educada, com grande parte dos passageiros pertencendo à classe média ou alta. Há áreas periféricas, que evitamos por questões de segurança e risco de retornar vazio. Sendo uma cidade universitária e bem conhecida na Grande São Paulo, Mogi das Cruzes tem um perfil de classe média para cima. O relacionamento com os passageiros geralmente é excelente, pois a população é educada e comunicativa. Como motorista, procuro não importunar os passageiros, mas há muitos que gostam de conversar, então dou atenção quando necessário. Evito iniciar conversas, mas sempre respondo aos passageiros, muitos dos quais são curiosos e fazem várias perguntas.

Já trabalhou em outras cidades? Qual a diferença que sentiu?

Trabalhei como motorista em várias cidades, incluindo Poá, Suzano, Itaquaquecetuba, Guarulhos e Guararema, além de experiências anteriores em outras categorias de transporte, como na Júlio Simões. A principal diferença em dirigir em Mogi das Cruzes, comparada com outras cidades, é a alta demanda devido à densidade populacional, que já se aproxima de 500 mil habitantes. 

Em cidades menores, a demanda por corridas é menor. Mogi das Cruzes tem um trânsito difícil, agravado por um planejamento urbano deficiente e muitos semáforos. Dirigi ônibus aqui por cinco anos e posso afirmar que é desafiador. A cidade possui muitas áreas de relevo acidentado, com morros, enquanto os bairros mais afastados são mais planos, mas com menos demanda. A maioria das corridas ocorre na região comercial, perto de universidades, hospitais e áreas de profissionais liberais. Como sou autônomo, opto por trabalhar nessas áreas, apesar do trânsito complicado, pois me proporciona sustento e renda extra. Não tenho salário fixo com aplicativos como a 99 ou Uber, então escolho as corridas que são mais vantajosas para mim. 

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Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

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