Vereador disse que é inconcebível motorista não saber o valor exato que está pagamento para a Uber e critica atitude da empresa de, segundo ele, incentivar motoristas a trabalhar no RS.
Durante audiência na Câmara dos Deputados, o vereador Marlon Luz (MDB-SP) disse que motoristas de aplicativo, ao aceitarem uma corrida, não têm conhecimento do percentual exato que estão pagando à empresa e que, segundo ele, pode variar de 10% a 60%. Além disso, se optarem por não aceitar corridas, são penalizados. “Isso é equivalente a comprar um serviço sem saber o preço, o que é inconcebível em qualquer mercado justo”, argumentou Marlon.
Ele também abordou a questão da diferenciação de tarifas para passageiros que realizam o mesmo trajeto, questionando o critério utilizado pela empresa para essa variação de preços. Marlon comparou essa prática com a venda de um mesmo produto, como margarina, por preços diferentes para clientes diferentes:
“Assim, se por um lado temos passageiros pagando preços diferentes pelo mesmo serviço sem saber o critério — se é homem ou mulher, branco ou negro, alto ou magro —, por outro, o motorista de aplicativo tem que suportar não saber quanto está pagando pela intermediação do serviço, que varia entre 20%, 40% e 50%, embora agora esteja limitado a 40%”.
O discurso de Marlon foi ainda mais crítico ao citar uma declaração do CEO da Uber, que supostamente afirmou que o objetivo da empresa é “cobrar o máximo possível do passageiro e pagar o mínimo possível ao motorista”. Ele condenou essa postura, destacando a falta de equidade e respeito pelos trabalhadores da plataforma.
Outro ponto de sua fala foi quando mencionou uma ação recente da Uber no Rio Grande do Sul. Segundo Marlon, a empresa incentivou motoristas a trabalharem em áreas afetadas por enchentes, como Canoas e Cachoeirinha, apesar dos riscos significativos e das perdas sofridas por esses motoristas, incluindo veículos, casas e até familiares. “A Uber, ao invés de remunerar motoristas para transportar mantimentos para ajudar no Rio Grande do Sul, incentiva que continuem a arriscar seus veículos nas áreas afetadas”, criticou Marlon.