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7 anos da Uber no Brasil: o que mudou?

7 anos da Uber no Brasil Um panorama sobre o que mudou na mobilidade urbana 1
7 anos da Uber no Brasil Um panorama sobre o que mudou na mobilidade urbana 1

O que mudou nesses 7 anos da Uber no Brasil? Veja o impacto da gigante multinacional na mobilidade urbana brasileira.

Há 7 anos, durante a Copa do Mundo de 2014, os primeiros motoristas parceiros da Uber começavam a circular no país.

Aproveitando o intenso fluxo de pessoas devido ao evento, a Uber deu o pontapé inicial em suas operações nas principais capitais do país, que na época sediavam diversas partidas e eventos.

Primeiramente no Rio de Janeiro, depois em São Paulo, Belo Horizonte e então Brasília.

Não haveria momento melhor para que a empresa mostrasse não só para o Brasil, mas para o mundo, a utilidade dos seus serviços.

Mas, tratando especificamente da visão do brasileiro sobre o Uber, a escolha da Copa do mundo como ponto inicial foi o palco fundamental que a multinacional precisava para inserir com sucesso seu negócio no país.

Outro fator que contribuiu para os passos iniciais da empresa no país, foi a crescente insatisfação da população com o estado dos transportes públicos. Alto tempo de espera, transportes lotados, veículos velhos e o preço caro.

Esse contexto favoreceu a chegada e desenvolvimento da Uber no país, e consequentemente, profundas alterações na mobilidade urbana.

Confira a seguir como eram e como estão diversas questões ligadas à mobilidade nos 7 anos da Uber no Brasil.

Política Nacional de Mobilidade Urbana

Uma das mudanças mais notáveis nesses 7 anos da Uber no Brasil se deu no campo legislativo.

Antes

A legislação base que define o funcionamento da mobilidade urbana no país é a Lei 12.587/2012. Estão pautadas nela a autorização, controle e fiscalização dos transportes no país, sejam públicos ou privados.

No período anterior à popularização da Uber, o próprio conceito de transporte privado era muito diferente.

A Lei de 2012 até tratava a respeito desse, mas com uma visão limitada, já que na época o transporte particular se resumia basicamente ao aluguel de carros e aos transportes fretados.

O antigo inciso X do artigo 4º da Lei 12.587 dizia:

“Transporte motorizado privado: meio motorizado de transporte de passageiros utilizado para a realização de viagens individualizadas por intermédio de veículos particulares.”

Depois

A aparição dos transportes por aplicativo, encabeçados pela Uber, durante muito tempo levantou debates acerca da legalidade desse tipo de operação.

A Lei vigente era vaga e deixava brechas para atuação, mas, ao mesmo tempo, não autorizava expressamente nem mostrava precedentes.

Após muito tempo de deliberação, foi necessária a elaboração da Lei 13.640/2018, que promovia alterações na Política de Mobilidade Urbana de 2012.

O novo inciso X do artigo 4º define:

“Transporte remunerado privado individual de passageiros: serviço remunerado de transporte de passageiros, não aberto ao público, para a realização de viagens individualizadas ou compartilhadas solicitadas exclusivamente por usuários previamente cadastrados em aplicativos ou outras plataformas de comunicação em rede.” 

Dinâmica dos transportes

Antes

Antes da chegada e popularização da Uber e dos aplicativos de transporte em geral, a população não tinha muita alternativa além dos transportes públicos.

Depois

A Uber popularizou o transporte privado, no sentido mais literal da palavra. Conseguir tornar o transporte acessível no dia a dia da população foi um dos principais fatores para o sucesso da empresa.

A ineficiência do transporte público brasileiro e o exemplo da Uber, levaram ao surgimento de um mercado de mobilidade urbana em que os aplicativos de transporte muitas vezes são referências no transporte das cidades, suprindo a falta dos transportes públicos.

Além disso, principalmente nas grandes cidades, o Uber muitas vezes é usado como complemento da mobilidade urbana, realizando integrações com o transporte público.

Com isso, mesmo não estando presente em diversas cidades ao redor do país, a Uber tem no Brasil seu segundo maior mercado no mundo.

Economia Compartilhada

A própria economia foi impactada com a inserção do Uber e outros negócios de economia compartilhada.

Antes

Economia Compartilhada é um modelo econômico baseado no compartilhamento de recursos, serviços e experiências. É o caso da Uber, do AirBnb e do Enjoei.

Antes de 2014 esse tipo de negócio possuía pouquíssima visibilidade. O sucesso da Uber não só abriu os olhos da população, como transmitiu credibilidade para negócios que funcionavam através de aplicativos e plataformas.

Depois

Após 7 anos da Uber no Brasil, vivemos em uma época onde a economia compartilhada é evidente e extremamente presente na vida das pessoas.

O impacto da Uber nessa mudança não pode jamais ser desconsiderado, já que além de abrir as portas para esse tipo negócio, os próprios aplicativos de transporte são extremamente significantes nesse meio.

Segundo a pesquisa Guia Bolso, apps de transporte já consomem até 10% do orçamento dos brasileiros. Logo, a economia compartilhada é cada vez mais potencializada pelos aplicativos de transporte.

Isso não quer dizer que as pessoas estão tendo uma falsa economia, mas sim que podem estar indo a mais lugares graças aos aplicativos de transporte.

Segundo a consultoria Pwc, a previsão é que a economia compartilhada movimente 335 bilhões de dólares em 2025. O número é 20 vezes superior ao levantamento de 2014. No Brasil, indicadores mostram que a economia compartilhada tem potencial de contribuir com mais de 30% do PIB de serviços.

Outro aspecto em que os serviços de aplicativo influenciaram foi nos hábitos de consumo da população.

Como apontamos antes, a inserção de novos modelos de negócio, como a Uber, no cotidiano, mostrou uma nova realidade ao público.

Vemos atualmente o gigante crescimento do mercado de delivery, onde a própria Uber também investiu com o Uber Eats, que mostra como os consumidores tem um perfil muito mais propenso a consumir através de serviços intermediários.

Vinícius Guahy

Vinícius Guahy é jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense e coordenador de conteúdo do 55content.

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