A crise provocada pelo novo Coronavírus pegou em cheio negócios de todos os tamanhos mas, sem dúvida nenhuma, tem um impacto maior nos pequenos. Saiba como aplicativos de transporte e pequenos negócios podem se unir nesse momento.
Nas últimas semanas, pessoas do mundo inteiro estão sendo orientadas a ficarem em suas casas.
Estabelecimentos como bares, restaurantes e outros tipos de comércios e serviços estão sendo obrigados a fechar, seja por ordem das autoridades ou pelo baixo fluxo de pessoas nas ruas.
Assim, negócios de todos os tamanhos já estão sentindo os efeitos.
Muito provavelmente, se você tem um pequeno negócio, seja um mercadinho ou um aplicativo de transporte local, já deve ter sentido o impacto da crise.
Em relação aos aplicativos de transporte regionais, ao contrário de multinacionais como Uber e 99, que tem todo o suporte de investidores bilionários, eles dependem das corridas diárias ou das mensalidades pagas pelos motoristas.
Esses, por sua vez, precisam de pessoas nas ruas para levar renda para suas famílias.
A situação dos pequenos restaurantes, mercadinhos e outros estabelecimentos é parecida. Eles precisam estar ativos, com dinheiro entrando de forma recorrente e clientes consumindo.
Por isso, já começamos a ver muitas campanhas na internet de pessoas estimulando o consumo de negócios locais, como a lojinha da esquina, a hamburgueria do bairro e assim por diante.
O mesmo vale para os apps regionais. Afinal, com poucas pessoas nas ruas, como os aplicativos locais e pequenos estabelecimentos podem se unir nesse momento?
Um faz e o outro entrega
Se, por um lado, a demanda de transporte de passageiros está caindo, por outra, os serviços de delivery só estão crescendo.
Uma das gigantes dessa área, a colombiana Rappi, anunciou que nos dois primeiros meses de 2020 teve um aumento de cerca de 30% nos pedidos dentro da América Latina.
No últimos dias, a empresa afirmou que teve um aumento de 28% apenas na categoria entregas de farmácia.
Mas não foi só a Rappi, segundo a consultoria RankMyApp, entre 20 de fevereiro e 16 de março de 2020, houve um aumento de 24% nas instalações de aplicativos de delivery, em relação ao mesmo período do ano anterior.
No dia 6 de março, houve um pico de 126% de downloads em relação a mesma data no ano anterior.
Dessa forma, é possível afirmar que passa pelos serviços de entrega a salvação de muitos negócios.
Então, por quê não unir aplicativos e estabelecimentos locais?
Enquanto um continua realizando suas vendas, o outro faz as entregas e, assim, consegue arrumar algumas corridas para os motoristas. Tudo isso para fazer girar a economia local.
Vantagem para os pequenos estabelecimentos
Um dos principais serviços de entrega do Brasil, o iFood, disponibiliza uma plataforma de cadastro de restaurantes. Assim, os clientes que entram lá, podem escolher um dentre as centenas de restaurantes disponíveis, o prato e solicitam a entrega.
Em seu site, a empresa explica que possui dois planos. O primeiro é o básico, em que o iFood não realiza a entrega e são cobradas uma mensalidade de R$100,00 mais uma taxa de 12% no valor do produto e da entrega.
Caso o pedido seja pago dentro do aplicativo pelo cartão de crédito, há ainda uma taxa de 3,5%.
O segundo plano, é o plano entrega, em que o iFood fica responsável por levar o produto até o cliente. Nesse caso, 27% do valor fica com o iFood, sem considerar da mensalidade de R$130,00.
Para um pequeno estabelecimento, esses valores podem pesar. Por isso, um aplicativo regional pode oferecer um plano mais adaptável com a realidade do comércio local.
Apesar de um app regional de transporte não ter a mesma estrutura que o iFood, ou seja, o bar ou restaurante não vai estar catalogado dentro do aplicativo, fazendo com que o cliente tenha que entrar em contato direto com o estabelecimento, ele possibilita a vantagem de baratear o preço do transporte, o que, em um momento de crise, se torna essencial.
Simulação
Enquanto um aplicativo regional pode cobrar um valor fixo pro frete, por exemplo 10 reais, o iFood sempre cobrará os 27% para realizar a entrega.
Então, vamos imaginar uma pizzaria que, em média, cada pedido dela custa 50 reais. Caso essa pizzaria esteja no plano entregas do iFood, ao final de cada entrega, a pizzaria fica com 36,50 reais do valor do produto.
Contando com um aplicativo regional, caso a pizzaria não queira repassar o valor do frete para o cliente, ela ficará com 40 reais do valor do produto.
Mas é sempre importante lembrar que tudo isso pode ser negociado, e depende do modelo de negócio dos estabelecimentos.
No caso daqueles bares ou restaurantes que não desejam sair do iFood, é possível continuar no plano básico, em que o aplicativo não realiza entregas, e solicitar que elas sejam realizadas por esses apps locais parceiros.
Para se manter informado sobre o impacto do coronavírus no mercado dos aplicativos de transporte, não deixe de conferir nossa página sobre o assunto.