A mobilidade como serviço é um conceito nascido na Finlândia, que propõe integrar os modais de transporte em um pacote único de pagamento.
Quantos diferentes modais de transporte um cidadão pode utilizar em um dia?
Em São Paulo, por exemplo, é muito comum que as pessoas tenham que se deslocar de ônibus ou com aplicativo de transporte até uma estação de metrô. Em seguida, pegar um novo ônibus para cumprir a sua última milha até o destino final.
Já para os moradores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, principalmente para os que moram do outro lado da Ponte, em cidades como Niterói e São Gonçalo, é rotina pegar um ônibus até a estação das barcas, cruzar a Baía de Guanabara e ir caminhando até o seu destino final. Isso, para quem trabalha no centro, e não precisa pegar um novo ônibus, ou até mesmo caminhar até a estação de metrô.
Assim, para os cidadãos, é fácil notar que o transporte, seja público ou privado, é um sistema integrado. Ou deveria ser.
Afinal, cada vez que entramos em um novo transporte, realizamos um novo pagamento. Até mesmo nos municípios que utilizam o sistema do bilhete único e que, de alguma forma, buscam essa integração.
Por isso, em 1996, o cientista de dados finlandês Sampo Hietanen propôs um modelo que seria o embrião do conceito de mobilidade como serviço (Maas).
Segundo a matéria do Estadão, durante uma conferência na Áustria, sobre turismo, Hietanen propôs a criação de um assistente inteligente de informações. Em 2006, o cientista propôs um modelo de pacotes de mobilidade.
No entanto, foi em 2014 que Hietnan finalmente explicou o modelo de mobilidade como serviço para uma plateia de 200 pessoas, durante um evento de tecnologia na capital da Finlândia.
Foi o ponta pé inicial para um revolução na mobilidade urbana de Helsinque.
Mas, afinal, o que é mobilidade como serviço?
Mobilidade como serviço (Maas) é um conceito que busca oferecer a mobilidade urbana de forma integrada a diferentes modais de transporte e formas de pagamento.
Exemplificando, da mesma forma que atualmente temos serviços de streaming de séries, filmes e músicas, como Netflix e Spotify, em que mensalmente pagamos uma taxa para usufruir de toda base ali oferecida, a Maas pensa em estratégias para que isso seja implantado na mobilidade urbana.
Dessa forma, os cidadãos pagariam uma taxa única para ter acesso a um pacote de serviços integrados, que ofereça de transporte individual por aplicativo a ônibus e trens intermunicipais, por exemplo.
Como falávamos na introdução, o modelo nasceu na Finlândia. Helsinque é considerado o primeiro caso de sucesso da Maas.
Desde 2016, por meio do aplicativo Whim, os cidadãos da capital finlandesa podem pagar todos os serviços de transporte da cidade, públicos ou privados.
Segundo a matéria do Estadão, os cidadãos podem realizar uma assinatura mensal ou pagar por meio do aplicativo, através de uma conta vinculada, de acordo com a utilização.
Assim, o objetivo do poder público local é fazer com que as pessoas desistam de ter veículos pessoais até 2025.
Mobilidade como serviço: empresas
Segundo estudos da consultoria ABI reasearch, o mercado de Maas alcançará 1 trilhão de dólares até 2030.
Assim, algumas empresas começam a aparecer desenvolvendo interessantes soluções para esse mercado.
Uma delas é a norte-americana Mobileo, uma plataforma tecnológica, voltada a viagens empresariais, que permite ao usuário agendar voos, alugar carros, comprar passagens de trem e ter acesso a todos os seus deslocamentos durante os percursos, em um só lugar.
Além da Mobileo, outras empresas, também fora do Brasil já estão desenvolvendo interessantes soluções tecnológicas, como:
- ReachNow;
- Immense;
- Sway;
- Faxi.
Parte dessas empresas trabalham justamente como agregadores de diferentes tipos de modais, facilitando o deslocamento de pessoas que precisam ir de um local para outro.
Outras são mais focadas no chamado carsharing, ou seja, no compartilhamento de veículos. Nesse cenário, o mercado de carros elétricos também apresenta uma alta interessante.
A própria Uber, em algumas cidades do mundo, já possui um sistema de integração com modais públicos, permitindo que as pessoas adquiram tíquetes e vejam os horários de ônibus e de trens.