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“Deveríamos aceitar corridas que paguem no mínimo R$2,00 por quilômetro”, afirma Lucas ‘Uber Histórias”

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O próximo convidado do quadro de final de ano do 55content é o motorista e influenciador Lucas Dias, o ‘Uber Histórias’, um dos maiores nomes do meio no país.

Com mais 215 mil seguidores no Instagram, Lucas fala sobre as dificuldades enfrentadas pelos motoristas em 2023 e dá dicas para quem quer ter sucesso dirigindo em 2024.

2023 foi melhor ou pior para quem é motorista de aplicativo em relação a 2022? Por que?

A comparação entre 2023 e 2022 é, evidentemente, muito relativa. Para alguns motoristas, o ano de 2023 foi pior, enquanto para outros, foi melhor. Na minha opinião, especificamente para muitos motoristas de carro, 2023 foi um ano mais desafiador do que 2022. Isso se deve, principalmente, à implementação da categoria de motos na maioria das cidades brasileiras, incluindo Goiânia, a minha cidade.

Essa mudança teve um impacto significativo na vida dos motoristas de carro, piorando, sobretudo, a movimentação nos aplicativos. Com a introdução de serviços como Uber moto, 99 Moto e inDrive Moto, que transportam passageiros de moto, houve uma redução nas corridas de carro. É uma questão lógica: cada corrida realizada por uma moto, anteriormente, poderia ter sido feita por um carro.

Muitos podem argumentar que quem usa carro jamais optaria por uma moto. No entanto, essa é uma discussão secundária. O ponto principal é que a implementação dessa nova categoria, de forma lógica e óbvia, impactou negativamente os motoristas de carro em 2023.

Além disso, não se trata apenas da questão dos carros. As tarifas dos aplicativos sofreram uma considerável redução em 2023, comparadas a 2022. Não houve aumento nas tarifas, enquanto o combustível experimentou variações de preço extremas, alternando entre aumentos e mais aumentos. Para nós, motoristas, o valor da tarifa permaneceu o mesmo, mas, na realidade, a situação piorou.

Outro desafio significativo é a política de tarifação dos aplicativos. A Uber, por exemplo, mantém firmemente sua comissão de 40% em determinadas corridas, uma condição da qual a empresa não abre mão.

Qual foi o principal desafio para os motoristas de aplicativo em 2023?

Baixa remuneração por viagem. Para muitas cidades, a maioria das cidades brasileiras, o desafio foi disputar o mercado com uma nova categoria lançada pelos aplicativos, que foi transporte de passageiros.

Não é que eu esteja insatisfeito com essa situação, até porque minha satisfação ou insatisfação não vai alterar nada na minha vida. O que eu quero ressaltar é que essa mudança realmente teve um grande impacto, e isso é uma questão de lógica.

Claro, existe mercado para todos, isso é inegável. Porém, do ponto de vista lógico, que sempre gosto de enfatizar é evidente que a implementação dessas novas categorias vai, sim, retirar uma parcela do mercado dos motoristas de carro. Isso é um fato.

Qual foi a principal mudança positiva para os motoristas de aplicativo em 2023? E a negativa?

Quanto às mudanças positivas, posso estar enganado, mas não percebi nenhuma de significativa relevância. A única mudança positiva que eu poderia destacar seria um aumento nos ganhos dos motoristas, mas isso não aconteceu.

A única exceção que notei foi na 99, onde mudaram a categoria Comfort para Plus, estabelecendo uma tarifa mínima de R$10,00 no 99 Plus. No entanto, essa mudança também tem seu lado negativo, já que o volume de chamadas para o 99 Plus não é tão alto. Portanto, essas são as minhas observações sobre as diferenças recentes, e confesso que ainda tenho algumas dúvidas a respeito.

Quais as expectativas para 2024? E o que todo motorista precisa começar a fazer no próximo ano?

Quanto às expectativas para 2024, elas são consistentes com as que venho mantendo há vários anos, ano após ano. Sinceramente, espero que haja um aumento nos valores das viagens.

E o que todo motorista precisa começar a fazer no próximo ano? Primeiramente, ter um maior controle financeiro. Além disso, é crucial selecionar as corridas com mais critério, identificando aquelas que realmente valem a pena. Idealmente, deveríamos aceitar corridas que paguem no mínimo R$2,00 por quilômetro, uma recomendação válida para todas as cidades brasileiras.

Embora saiba que isso pode não se concretizar, acredito na importância de ter um controle financeiro mais rígido, selecionar corridas estrategicamente e evitar aceitar corridas de baixo valor, as chamadas ‘corridas lixo’.

Para 2024, além da expectativa de aumento nas tarifas, existe também uma preocupação negativa: a possibilidade de regulamentação. Isso, infelizmente, pode trazer impactos desfavoráveis.

O que você mais deseja para esta profissão para o próximo ano?

O que eu mais desejo para a profissão no próximo ano? Valorização. Eu quero valorização, tanto em termos de tarifas e remuneração para o motorista, quanto no reconhecimento pela sociedade. Busco mais reconhecimento, para que a gente não seja visto apenas como um coitado, um fracassado que, por perder o emprego, virou motorista de aplicativo.

Então, é isso que eu desejo: valorização das tarifas, valorização no olhar dos passageiros, que eles nos vejam de um jeito diferente, não só como um simples motorista de aplicativo.

Muita gente é humilhada por ser motorista de aplicativo, ou até mesmo entregador. Principalmente os entregadores por aplicativo, eles são muito mal vistos e tratados, tanto pelos usuários, quanto pelos passageiros, clientes, e pelas pessoas que usam os serviços dos aplicativos, de um modo geral.

O que o motorista precisa fazer para ganhar mais em 2024?

O que o motorista precisa fazer para ganhar mais em 2024? Primeiramente, é essencial selecionar as corridas com cuidado e economizar ao máximo. A seleção criteriosa de viagens, o controle rigoroso dos gastos e um efetivo controle financeiro são partes fundamentais desse processo.

Ao fazer isso, ao escolher as corridas que pagam melhor, reduzir custos e gerenciar as finanças com sabedoria, você, naturalmente, alcançará o quê? Um ganho líquido maior do que o atual. E é isso que vai te levar a ganhar mais, porque o que realmente importa é o resultado líquido. O resultado bruto não significa muito se o líquido não for satisfatório.

O foco, portanto, deve ser no resultado final, no lucro líquido. Para alcançar um faturamento líquido superior ao atual, é necessário economizar em todos os aspectos. E é isso que vai fazer a diferença no seu ganho final.

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