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Tchama Nóis: “Corridas mínimas a R$10,99 e tarifas calculadas para que motorista tenha 30% de lucro”

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Entrevista
Conversas com especialistas, gestores e profissionais do setor, com perguntas conduzidas pela equipe do 55content.
"Carro de aplicativo com adesivo 'Chama Nóiz' estacionado em rua residencial."
Foto: Reprodução/ Tchama Nóis

Aplicativo regional no interior do Mato Grosso conta estratégias para combater o transporte clandestino e atrair usuários para a plataforma.

Paloma Haddad é gestora e idealizadora do aplicativo regional Tchama Nóis, que opera em Cáceres, Mato Grosso. A empreendedora revelou os altos e baixos de sua plataforma, até alcançar o número atual de 55 motoristas cadastrados.

Formada em computação, ela conta que, ao passar dos anos, sofreu um desvio de função no seu antigo trabalho e, assim, decidiu investir o dinheiro da rescisão em seu próprio aplicativo de transporte.

Após um divórcio, em 2019, Paloma usou os R$ 5 mil que recebeu e começou a compartilhar a ideia do novo aplicativo com alguns motoristas que trabalhavam com ela em outra plataforma. Quatro aceitaram de imediato. Com o seu tempo de trabalho como motorista de app em outra plataforma regional, ela observou pontos em que poderia melhorar.

Para isso, ela conta que iniciou o trabalho em silêncio e, na semana do lançamento, avisou os motoristas que o aplicativo seria lançado. Assim que foi ao ar, cadastrou todos e começaram com cinco carros operando em pontos diferentes da cidade, 24 horas por dia. Focaram nos universitários, divulgando a logo e o nome do aplicativo antes mesmo do lançamento, e investiram em panfletagem nas faculdades e na rádio.

“Em um mês, já chegamos a 15 motoristas. E, como eu tinha dinheiro em caixa nos três primeiros meses, os motoristas que entrassem não pagavam mensalidade. Quando chegou a 20 motoristas, o número ideal para iniciar, comecei a cobrar”, diz. Então, quando surgiu a pandemia, ela recalculou a rota e definiu que os motoristas que quisessem ficar ativos na plataforma pagariam um valor menor. Os que estavam ativos durante a pandemia pagariam um valor maior, mas não o valor completo da mensalidade. “Esse valor mínimo era só para garantir o cadastro após a pandemia. Não sabíamos a dimensão, o tempo”, explica.

Qual o número de corridas por mês? Como funciona o modelo de trabalho de vocês?

Ficamos sempre na faixa entre 5 e 10 mil corridas finalizadas e atendidas. Trabalhamos com mensalidade aqui. Não trabalhamos com porcentagem. Por ser uma cidade do interior, ainda não sentimos necessidade de mudar. Aqui temos muitos clandestinos, demais. O motorista tende a capturar o cliente para se tornar particular dele. Então, vejo que a mensalidade para ele é diferente. Ele vai ter mais cliente ou não. O importante é ter cliente no aplicativo.

Pode ser que eu mude esse conceito, mas ainda estamos com a mensalidade. E estou diminuindo o número de motoristas para aumentar o ganho deles. Porque estamos tendo muitos clandestinos, motoristas que nunca foram de aplicativo, ou que já foram e fizeram sua clientela. Esses motoristas que já foram motoristas, hoje em dia não aceito mais no aplicativo, porque ele entra, pega a clientela de novo e sai. Vai ficar sempre nesse vício, né? Então, não aceito mais. Somente motoristas novos.

Como vocês definem o preço e a taxa cobrada dos motoristas? Qual é a lógica por trás dessa matemática?

Hoje nossa corrida mínima aqui é R$ 10,99. Os outros aplicativos também estão com esse valor. Então, eu tenho muita dificuldade em relação a isso. Mas costumo sempre, de alguma forma, tentar fazer um cálculo no qual o motorista fique com 30% além do deslocamento até o cliente. Estamos trabalhando com a opção de seleção de motorista, para que o mais próximo seja contemplado com a corrida, diminuindo o deslocamento. Antes, o motorista que estava perto perdia para um mais longe. O sistema, com essa atualização, ficou muito bom. Em relação à tarifa, ainda tenho dificuldade com essa precificação, porque é um cálculo complexo, quando se fala em quilômetro e minuto. Aqui também somos o único aplicativo que utiliza cartão via app. Muitos não utilizam, então é um diferencial.

Qual o principal desafio de concorrer com outros aplicativos regionais?

Tirar os clandestinos. Hoje tem um aplicativo que faz muita seleção para colocar motoristas. Só carros acima de tal ano, tal estilo, todos adesivados. E a gente não impõe essa obrigação ao motorista. Porque, por ser um carro particular, muitas vezes o motorista faz uma renda extra. Então, temos uma ampla abertura para outros motoristas.

Isso acaba sendo um desafio, procurar outros meios de divulgação para circular também na cidade. Por isso, tenho essa carretinha há uns dois anos. Sempre renovo a lona e coloco em pontos estratégicos.

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