Gersio Bertoli começou a trabalhar como motorista de aplicativo em 2015, pouco depois da chegada da Uber ao Brasil. Com experiência no setor corporativo e no transporte executivo, ele viu nos aplicativos uma alternativa diante das mudanças no mercado. Ao longo dos anos, porém, acompanhou a queda nos ganhos, o aumento dos custos e a falta de transparência da plataforma em relação às tarifas.
Hoje, com quase nove anos de experiência, Gersio compartilha a realidade dos motoristas de aplicativo: a necessidade de jornadas longas para alcançar metas cada vez menores, a dificuldade de manter um rendimento estável e a sensação de que a Uber prioriza o lucro em detrimento dos profissionais que sustentam o serviço. Ele também explica por que não recomenda a profissão para quem deseja uma renda principal e critica a falta de regulamentação adequada para o setor.
Gersio, minha primeira pergunta é sobre como você se tornou motorista de aplicativo. O que te levou a começar nesse serviço e desde quando você trabalha com os apps?
Gersio: Bom, vamos lá. Eu trabalhei em duas multinacionais, uma brasileira e outra americana. Em 2000, eu estava em uma empresa que cuidava de contas especiais. Eu gerenciava grandes redes, mas a empresa foi comprada por um grupo mexicano, que cortou os altos salários, incluindo o meu.
Depois disso, trabalhei por mais um ou dois anos em outra empresa do setor de bebidas, a Skin Care All, mas não deu certo e saí. Então, decidi montar minha própria empresa de transporte executivo, prestando serviço para algumas companhias, três delas eram multinacionais americanas. No entanto, o mercado começou a cair drasticamente.
Perdi uma das empresas, que saiu do Brasil, e outra foi comprada pela Natura. Foi nessa época que a Uber chegou ao Brasil, em 2014. No ano seguinte, em 2015, me cadastrei na plataforma e comecei a fazer algumas viagens quando não havia demanda para o transporte executivo.
A princípio, o transporte executivo ainda estava indo bem, mas depois veio a pandemia. Hoje, já trabalho com a Uber há quase nove anos. No início, era minha única fonte de renda. Mas conforme a Uber foi reduzindo os valores das corridas, ficou cada vez mais inviável.
Tenho prints que mostram o quanto os valores caíram. A Uber chega a retirar 35% do valor das viagens. Se você trabalhar 20 horas por dia, deveria ganhar mais, certo? Mas não é assim que funciona. Quanto mais eu dirijo, menos eu ganho.
A Uber foi fundada em 2009, no Vale do Silício, por dois iranianos, um russo e um americano. Hoje, o americano já saiu da empresa. Os fundadores enxergam motoristas e passageiros apenas como números. A advogada da Uber, Silvia, mentiu descaradamente durante uma CPI sobre o funcionamento da plataforma. Eles dizem que calculam as tarifas considerando o tempo e a quilometragem, mas isso é mentira. Tenho provas para mostrar.
Você mencionou que entrou na Uber em 2015. Como é a sua rotina de trabalho? Como você se organiza? Quais são seus horários e estratégias?
Gersio: Eu saio de casa entre 4h30 e 6h da manhã. Moro na Praia Grande, mas até dois anos atrás vivia em São Paulo, onde o mercado é bem melhor do que na Baixada. A Uber diferencia os preços entre São Paulo e outras regiões, então prefiro trabalhar lá.
Sempre tive uma meta diária. No começo, nem precisava se preocupar com isso. Muitas vezes, por volta das 15h, já tinha feito R$ 300 ou R$ 350 líquidos. Mas com o tempo, os ganhos foram caindo e precisei trabalhar cada vez mais para atingir o mesmo valor. Não era apenas uma ou duas horas a mais, mas sim cinco ou seis horas extras para chegar na mesma meta.
Minhas despesas incluem gasolina e outros custos diários. Eu quase nunca como na rua porque, quando como, fico com sono e cansaço. Então, prefiro trabalhar até onde consigo e só depois parar. Normalmente, volto para casa entre 16h e 17h.
Nos fins de semana, o faturamento é melhor. Sábado e domingo são ótimos dias para dirigir. Mas, ao mesmo tempo, você acaba virando escravo da Uber. Tenho amigos que trabalham de domingo a domingo porque precisam, mas eu decidi que não quero mais isso. Cada um tem seus custos e precisa garantir o sustento, mas eu escolhi não trabalhar mais aos domingos.
Alguns colegas preferem dirigir à noite porque há menos calor e trânsito. Mas em São Paulo, até mesmo à meia-noite, há congestionamento. Então, não há muito benefício em trabalhar nesse horário.
Atualmente, trabalho de segunda a sexta-feira. No entanto, nas últimas três semanas, trabalhei pouco porque fui eleito síndico do meu prédio e estou lidando com problemas graves, embora não envolvam roubo, mas sim uma dívida enorme.
Mesmo assim, quando olho para trás, vejo que a realidade da Uber é desgastante. Trabalhamos muito e não vemos dinheiro. E essa reclamação não é só minha, mas de praticamente todos os motoristas.
Nos dias em que você trabalha, acredito que você siga uma meta de faturamento. Você tem um objetivo de R$ 300, R$ 250 por dia? No final de semana a meta é maior? Como funciona isso?
Gersio: Atualmente, minha meta é baseada no líquido, devido aos custos elevados. Não consigo mais atingir metas de R$ 350 ou R$ 400 líquidos. Se eu trabalhasse à noite, talvez conseguisse R$ 19 ou R$ 20 por hora, mas isso é praticamente impossível.
Tem motoristas que dizem que fazem R$ 500 por dia líquido, mas eu duvido. No meu grupo, ninguém alcança esse valor. Alguns trabalham muito, principalmente os solteiros, enquanto outros, que são casados, enfrentam problemas familiares por conta da carga horária exaustiva.
Hoje, minha meta é R$ 200 líquidos por dia, porque me aposentei e tenho uma renda fixa da aposentadoria. Assim, consigo pagar algumas contas com os ganhos da Uber, como cartão de crédito. No entanto, com o combustível disparando, para fazer R$ 200 líquidos, preciso faturar entre R$ 320 e R$ 350 brutos. A gasolina está quase R$ 6 e o álcool acima de R$ 4, o que torna tudo ainda mais difícil.
A Uber continua oferecendo viagens de R$ 5,50 ou R$ 6, e esses valores praticamente não mudaram desde que a empresa chegou ao Brasil.
Se estou apertado financeiramente, trabalho no sábado. Mas, normalmente, folgo aos finais de semana.
Entendi. Então sua meta é R$ 200 líquidos por dia. No final do mês, quanto isso representa?
Gersio: Dá em torno de R$ 3.000 a R$ 3.800 mensais.
Você comentou que entrou na Uber em 2015, o que é bastante tempo. Você percebeu uma redução das taxas ao longo dos anos? Ficou mais difícil? Hoje é preciso trabalhar menos ou mais para ganhar o mesmo valor?
Gersio: Com certeza, ficou mais difícil. Para atingir uma meta de R$ 250 ou R$ 300 líquidos atualmente, é necessário trabalhar o dia inteiro. Não apenas o tempo de volante, mas sim sair de casa às 5h da manhã e voltar às 21h. Mesmo assim, nem sempre é possível atingir essa meta, pois alguns dias são melhores que outros.
Por exemplo, teve uma segunda-feira em que fiz R$ 460 com apenas seis viagens. Mas isso só aconteceu porque consegui uma corrida da Praia Grande para São Paulo, depois outra boa viagem dentro de São Paulo e, por fim, uma volta com outro passageiro. Isso é raro. No geral, a Uber quer que fiquemos rodando o tempo todo, fazendo pequenas viagens.
A empresa estipula um limite de 12 horas de trabalho, mas essas 12 horas são de viagem efetiva, não contando o tempo parado. Isso vai contra o Código Nacional de Trânsito, que permite no máximo 8 horas de direção por dia, divididas em dois períodos de 4 horas. A Uber ignora isso e quer que os motoristas fiquem na rua o tempo todo.
Você é um motorista que seleciona muitas corridas?
Com certeza, seleciono muito. Aqui na Baixada Santista, onde o trânsito é um pouco menor que em São Paulo, posso me dar ao luxo de aceitar apenas viagens acima de R$ 10. Aceito viagens menores apenas quando preciso me deslocar para um local específico, como para tomar café em uma das padarias que frequento.
Uma viagem de R$ 8, por exemplo, pode exigir um percurso de 6 km e levar de 20 a 25 minutos para ser concluída. Isso consome muito tempo. Já fiz um teste um dia, trabalhando do jeito que a Uber quer: fiz 26 viagens em um único dia e, mesmo assim, não consegui atingir minha meta de R$ 200 líquidos.
Muitos motoristas comentam que, às vezes, o preço da viagem pode até parecer bom, mas o tempo gasto não compensa. É isso mesmo?
Gersio: Exatamente. O tempo é um fator essencial. Por exemplo, recentemente, um motorista recebeu R$ 43 por uma viagem que durou 54 minutos. Se a Uber realmente pagasse pela minutagem, como alega, ele teria recebido pelo menos R$ 25 só pelo tempo, sem contar o quilômetro rodado.
Hoje, o valor do quilômetro caiu bastante. Antigamente, recebíamos entre R$ 0,65 e R$ 0,75 por km rodado. Agora, o passageiro paga esse valor, mas a Uber aumentou sua taxa, reduzindo o que chega aos motoristas.
Por exemplo, uma viagem da Praia Grande até o Butantã, em São Paulo, tem cerca de 106 km e dura aproximadamente 1h30. A Uber paga apenas R$ 150 ao motorista, enquanto o passageiro pode estar pagando R$ 212. Isso significa que a empresa está retendo uma grande parte da tarifa.
Outro exemplo é o trajeto entre os aeroportos de Congonhas e Guarulhos. Antigamente, era possível receber R$ 90 ou mais por essa viagem. Hoje, os valores estão entre R$ 70 e R$ 80. Antes, para uma viagem de São Paulo a Campinas, recebíamos cerca de R$ 250. Hoje, a Uber paga apenas R$ 110.
Outro problema é que, se o motorista fizer um trajeto mais curto que o estimado, a Uber desconta do pagamento. Mas, se o trajeto for mais longo, a Uber não paga a diferença. Isso é um absurdo.
Infelizmente, estamos no Brasil, e essas práticas acabam sendo aceitas.
Sobre gasolina, Gersio, quanto você costuma gastar por dia?
Gersio: Depende do dia. Eu abasteço entre R$ 80 e R$ 120 por dia. Tem dias em que R$ 80 são suficientes para encher o tanque. Meu carro é Black, mas aqui na Baixada não tem categoria Black, apenas Comfort e X. O X aqui é conhecido como “X do mal”, porque os valores são muito baixos.
Tenho o aplicativo da Uber como passageiro e fiz um teste recente: simulei uma viagem e o valor para o passageiro era R$ 180, enquanto o motorista receberia apenas R$ 120. Mostrei isso para um motorista e ele ficou indignado. Ele me disse: “Você acha que vale a pena?”. Eu respondi: “Nem vai, cara! Pelo amor de Deus, é um prejuízo tremendo!”. Uma viagem dessas leva cerca de 1h40. Simplesmente não compensa.
Outro exemplo: se um motorista pega uma corrida para o Guarujá, a Uber paga a ida, mas na volta ele tem que pagar pedágio e balsa, sem garantia de pegar uma viagem para retornar. É muito raro conseguir um passageiro na volta. Já fiz esse trajeto mais de cem vezes e são pouquíssimas as ocasiões em que consegui uma corrida de retorno. O passageiro também prefere a balsa, pois a estrada aumenta o valor da corrida.
Para exemplificar, da balsa até a Enseada, a Uber paga R$ 22 ao motorista, enquanto o passageiro paga R$ 30. Depois disso, eu ainda tenho que tentar fazer alguma corrida lá no Guarujá, mas é um lugar perigoso. Normalmente, as viagens acabam indo para comunidades violentas. E para voltar, ainda tem o custo da balsa, que custa R$ 12, e a Uber não cobre esse valor.
Quais são as maiores dificuldades de ser motorista de aplicativo hoje? E quais dicas você daria para quem está começando?
Gersio: Hoje, não aconselho ninguém a trabalhar com aplicativos, seja Uber, 99 ou qualquer outro. A 99, inclusive, é o “filho malcriado” da Uber.
Se for apenas como um bico, até pode valer a pena. Mas se a pessoa quiser viver disso, é muito difícil. Meu filho tentou trabalhar na Uber com um carro alugado e desistiu. Hoje, ele tem um carro próprio e trabalha com ele, mas a realidade é outra.
Antigamente, quando comecei, era possível pagar todas as contas apenas com os ganhos da Uber. Eu tenho casa própria e, no passado, conseguia me manter normalmente. Hoje, isso é inviável. Quem paga aluguel de pelo menos R$ 1.000 e depende da Uber não consegue sustentar a família sem trabalhar de 12 a 16 horas por dia, de domingo a domingo. Isso não é trabalho, é escravidão.
Se fosse um emprego normal, ao trabalhar tantas horas, o motorista deveria receber horas extras ou gratificação. Mas a Uber não faz isso porque não quer vínculo empregatício. Quem tenta processar a Uber para pedir esse vínculo acaba perdendo. Até agora, parece que apenas um motorista de Minas Gerais conseguiu ganhar na Justiça.
A Uber argumenta que o motorista tem liberdade para escolher suas corridas, mas isso é mentira. Se cancelarmos muitas viagens, ela bloqueia ou até corta nosso acesso à plataforma. Para mim, isso é vínculo, mas nenhum juiz no Brasil tem coragem de enfrentar a Uber. Eles têm medo de que a empresa saia do país, mas isso não vai acontecer. A Uber fatura mais de 200 bilhões de dólares por ano, e o Brasil representa uma boa parcela desse faturamento.
São Paulo, por exemplo, tem mais de 563 mil carros cadastrados na Uber. Esse número já existia há anos, não é recente. A Uber diz ter um milhão de motoristas no Brasil, mas eu acredito que esse número seja muito maior.
A Uber é uma empresa covarde. Se você pressioná-los, eles dão um passo para trás.
Já fui assaltado enquanto trabalhava e precisei ir até a Uber para relatar o ocorrido. Tudo que eu queria era receber corretamente por uma viagem que fiz antes do assalto. O passageiro também teve o celular roubado, e ambos reclamamos com a Uber. A viagem deveria ter custado cerca de R$ 100, mas a plataforma me pagou R$ 400.
Quando fui até o escritório da Uber para levar o boletim de ocorrência e explicar a situação, um dos atendentes bateu na mesa e disse: “Não me interessa se você foi assaltado”. É um absurdo ouvir isso de uma empresa que depende dos motoristas para existir. No final, a Uber corrigiu o valor e pagou corretamente, mas foi preciso muita insistência.
Essa é a Uber. Por isso, não recomendo que ninguém entre para trabalhar como motorista de aplicativo. Se for um bico, tudo bem. Mas se a ideia for sustentar uma família, esquece. Para ganhar dinheiro com a Uber, você tem que seguir as regras dela e se tornar escravo da plataforma.
Hoje, eu trabalho com a Uber apenas para complementar minha renda e pagar algumas contas, como cartão de crédito ou o condomínio do meu prédio. Mas viver disso? Não tem condição.
Perfeito, Gersio. Acho que abordamos bastante coisa. Mas gostaria de saber se você tem algo a acrescentar. Sentiu falta de mencionar algum ponto?
Gersio: Não, já falei tudo que precisava sobre como a Uber trabalha. Ela é uma empresa predatória. Apesar de ter surgido nos Estados Unidos, não segue o pensamento americano tradicional. Trabalhei em três multinacionais americanas, e sei que o objetivo dessas empresas é deixar você operar no seu espaço sem interferir diretamente. Já a Uber quer eliminar qualquer concorrência e dominar o mercado sozinha.
Nos primeiros anos, a Uber promovia reuniões com motoristas, mas parou quando percebeu que apenas recebia críticas. A ideia da empresa era acabar com os táxis e fazer com que todos os motoristas do mundo trabalhassem exclusivamente por aplicativos. Esse pensamento fez até mesmo um dos fundadores americanos sair da Uber e migrar para outra empresa de transporte alternativo.
O objetivo da Uber sempre foi destruir qualquer modelo tradicional de transporte. Para ela, motoristas e passageiros não são importantes. Isso já foi mencionado por diversos críticos, como o ex-vereador Marlon de São Paulo. Apesar de ele ter criticado a Uber, nunca fez nada efetivo para mudar a situação. Prometeu melhorias, mas não cumpriu. Ele cresceu politicamente explorando a revolta dos motoristas, mas na prática, não apresentou projetos relevantes para regulamentar a Uber.
Outra mentira da Uber é que os motoristas querem ser CLT. No meu grupo de motoristas, se você perguntar para os 80 integrantes, todos dirão que preferem ser PJ. Ninguém quer CLT, porque isso traria mais impostos e encargos. A Uber chegou a conversar com o governo sobre a PL 20, que pretendia regulamentar a categoria, mas os motoristas protestaram em Brasília e impediram que ela fosse aprovada.
Quando a Uber fez um acordo com o governo, o CEO da empresa comemorou dizendo que o Brasil arrecadaria mais impostos. Minha irmã, que é empresária, ficou indignada quando viu isso. Por que uma empresa estaria satisfeita em pagar mais tributos? Algo estranho havia nesse acordo.
Os motoristas querem ser PJ, porque assim podem recolher seu próprio INSS e emitir nota fiscal para a Uber. Mas a empresa evita essa modalidade, pois não quer lidar com um milhão de motoristas registrados como MEI. Alguma razão existe para essa resistência.
Você vai notar que, apesar da Uber alegar que cobra apenas 22%, há casos em que a taxa chega a 30%. Os valores simplesmente não batem.
E a gente não consegue chegar nesses cálculos. Inclusive, um dos motoristas que me mandou um print disse: “Ela está dizendo que é 22%, mas estou calculando aqui e dá 30%. A gente não consegue entender como esse cálculo é feito”.
A Uber foi chamada para depor na CPI, e a representante que estava lá ficou enrolando, mas não explicou nada. Esse é o problema quando uma CPI é comprada. A Uber não conseguiu detalhar como faz os cálculos das tarifas. Antes, pelo menos aparecia para nós uma divisão clara: a taxa da Uber, os impostos e a parte do motorista. Se tirávamos 25% do valor total pago pelo passageiro, o valor batia com o que recebíamos. Hoje, não bate mais.
Agora, só aparece “Taxa Uber: R$ 7,06” e não temos mais a transparência para saber onde estão os impostos. Se pegamos o valor que o passageiro pagou e subtraímos 25%, o valor final é diferente do que recebemos. Isso mostra que a Uber esconde parte das cobranças e não quer mais ser transparente sobre as taxas. Simplesmente não dá para entender como eles fazem esses cálculos.
Além disso, a Uber adota o valor fixo pré-definido para as viagens. No entanto, em cidades como São Paulo, Baixada Santista e muitas outras, é inviável determinar previamente o preço exato de uma corrida devido às variações do trânsito. Como é possível prever que uma viagem custará R$20 se a previsão inicial de 20 minutos pode facilmente se transformar em 30 minutos na prática? O problema é que a Uber paga com base no tempo estimado, não no tempo real gasto.
Além disso, a quilometragem também apresenta distorções. A plataforma pode indicar um trajeto de 3 km, mas, na prática, você pode percorrer 3,5 km ou até 3,8 km. A diferença pode parecer pequena em uma única viagem, mas, ao longo de dez corridas, 500 metros extras por viagem somam 5 km percorridos sem remuneração proporcional. Isso sem contar o impacto do tempo adicional.
Outro ponto importante é a penalização por recusar viagens. Se a taxa de aceitação cair abaixo de 50%, o motorista começa a ser penalizado, recebendo notificações insistentes da plataforma. E o pior: quando pegamos trânsito ao buscar um passageiro, a Uber envia mensagens questionando a parada, como se estivéssemos no ar, voando de avião, e não presos no tráfego.
Respostas de 30
A Uber e uma exploradora de motorista todo dia aumenta a quantidade de pessoas nesse trabalho ardo e agora com implantação dos moto Uber ficou pior pra os motoristas que tem um gasto maior de manutenção e deveria acabar com essa situação com essa vergonha de corrida abaixo de 10 reais corrida tem que ser acima de 10 reais abaixo disso e uma vergonha.
Perfeito o depoimento! Falou toda a realidade vivida pelos motoristas de aplicativo e a realidade do dia a dia dos mesmos.meus parabens!
A Uber mostra um valor e paga menos do que mostrou, sem contar que quando vc coloca endereço de volta eles mandam para outro lugar e informa que está no trajeto.
Se recusa a corrida as próximas bem pior.
Não tem como ter renda única na Uber
Fui motorista até no começo da pandemia na época havia um campo na plataforma onde os custos eram bem claros porém comecei a observar que não corridas de valores baixos a taxa girava em torno de 25% em média porém corridas de maior valor ela chegavam a 37% então desisti, um exemplo peguei uma corrida em Perus (Rua Mojero) para Polvilho com pedágio de R$18,20 (Ida e volta) a corrida deu R$ 27,80 ou seja paguei para levar o passageiro.
Sou motorista de app desde a pandemia 2020 quase 5 anos trabalhei em porto alegre e Floripa e realmente que este depoimento diz é a pura realidade, somos empregados da Uber ou 99 eles não assumem pra não pagarem os direitos , única facilitação que dão é que podemos começar horário que achamos melhor .
Eu pretendo sair do app, que atualmente é minha renda principal mas estou cada vez mais endividada, não dou conta de pagar as contas e sou mãe solo.
Bom,em muitos aspectos mencionado pelo Gersio,é tudo verdade,não falando que outras informações mencionadas são mentiras,mas consigo fazer minha meta diária de 330 à 360 saindo de casa as 05:00 hs e retornando até 15:30 à 04:00 hs mais isso com um objetivo de fazer isso todos os dias exceto o dia de rodizio e domingo,esses dois dias é reservado para o descansar ou resolver algo,mais o que o Gersio comentou na entrevista são fatos reais mesmo.
Estou dirigindo para a Uber a duas semanas e a minha conta não fecha.
Fiz um teste para ver até aonde eu conseguia chegar .
No dia que consegui faturar mais foi pegando todas as viagens indicadas .
Foi um total de R$460,00 em mais de 12 horas com um gasto de R$150,00 de combustível.
Tendo um saldo de R$310,00 onde preciso separar pelo menos R$110,00 para manutenção do veículo.
Sobrando um valor de R$200,00 !
Então fica a pergunta será de vale dirigir poer 12 horas por R$200,00 ? Considerando que ainda pode chegar uma multa.
Fiz um outro teste que ainda está em sigilo mas que se comprovado nunca iremos vencer esse jogo e com muita sorte vamos empatar !
Amigo, esqueceu o pior, aceitando tudo vc vai fazer altas km..
Após 2 ou 3 anos seu carro não valerá mais nada…
Bom dia ! Concordo com todas às palavras do Gersio, parabéns pela descrição, a matéria também e muito relevante parabéns, Gersio só falou verdades, homem sensato pai de família mais uma vez parabéns, a Uber no Brasil está explorando a todos os motoristas como o Brasil e covernantes aceitam isso porque todos no congresso sabem da realidade dos motoristas isso não se faz com trabalhador brasileiro.
20 reais a hora? Acho que o teu problema é geográfico, se eu ganhar menos de 35 reais a hora eu já considero um dia ruim.
Por 20 reais eu nem sairia de casa.
Sinceramente,,,, uma Diarista dá de banho ?? nos ganhos de motoristas de Uber.
Trabalha no máximo 7 horas dentro de um estabelecimento, sem investimento, sem riscos de vida,,, ganhando entre $ 170,00 e $ 220,00 por dia. Pensem nisso.
Para começar 350 20% da taxa do uber por baixo é 70,00 sobrou 80,00 que divido por 7,00 dá 11 litros de gasolina que roda em média 90 km, ora 350,00 andei só 90 km, assim todo mundo que
Olá boa noite ,
Gente trabalho com aplicativo desde o começo, e o tratado é o seguinte não pagou o que vale a pena eu não pego. Durante todos esse anos trabalhando assim, já troquei de carro 3 vezes, e já formei duas filhas. Enquanto alguns motoristas ficar com o dedo nervoso e pegando tudo, a uber do outro lado só rindo.
Boa noite. Com todo respeito, acho que nem todos sabem fazer contas, compreensível, estamos no Brasil. Terra de ninguém, quando aprenderem a fazer contas não existirá essa categoria. Se é que podemos classificar. Essas Empresas não estão preocupadas. Para elas é só disponibilizar o aplicativo. O resto é você que paga. Vamos acordar. Kkkkkkkk. E ainda não aprenderem?
Sou motorista tenho 8 anos cada dia pior uma escravidão só e os órgãos federais não faz nada
Concordo com cometário sou aposentado também sou de BH para você fazer 200,00 por dia trabalho 10 h as vezes não consigo fazer 200,00 livre combustível sobe os aplicativos nao aumenta o valor das corridas só eles que ganha carro tem manutenção óleo pneus e outros gastos e eles não resolvem nada e difícil
Até que enfim alguém falando a verdade sobre aplicativo, porque os influenciadores enfeitam … fazendo parecer que é a melhor coisa do mundo
Onde na verdade trocamos moedas … trabalhamos muito, ganhamos pouco, transparência na plataforma “impossível” tem corrida que se desconta x noutra y pouco sabemos ?
A Uber calcula o gasto combustível de uma corrida o restante 50% pra Uber e 50% motorista + suposto gasto de combustível é simplesmente um absurdo essa exploração , quanto mais sobe o combustível menos é o ganho. Aqui em Ribeirão Preto oferecem 6,00 pra rodar 15 minutos e se vc não aceita corridas te desligam . É humilhação isso !
Eu acho q tem muito chororô,sempre as mesmas ladainhas, q a uber não paga, q a uber diminuiu o valor da corrida, para beliscar, a nossa parte é a do passageiro… enfim, sabe como resolve essa situação? Processo trabalhista, eu toda corrida eu printo, assim q a empresa bloquear a minha conta, vou pedir uma revisão de todas as viagens q está registrado no sistema, eles vão ter q abrir a carteira pra pagar uma grana… agor.a Motorista se rebaixa na justiça para se relocar no sistema novamente, aí fica difícil, é por isso q a empresa pisa no motorista, pq ninguém tem pulso para bater de frente com a Sra Uber… aí ela faz de todo motorista de maionese!
Vocês precisam se organizarem, e fundar associações, procurar empresas de tecnologia, criar uma plataforma própria, universidades etc
Porque não saem da uber,. explorar a 99? A falta de concorrência gera abusos, tanto para consumidores quanto pregadores
Peguei uma corrida em dinheiro em dezembro da zona leste para cotia extremo sul e o valor oferecido pela Uber foi de 160 quando fui cobrar o valor do passageiro fiquei assustado 268. Ou seja a Uber mim cobrou um valor de 108 um absurdo uma extração. O carro é meu o combustível sai do meu bolso manutenção do meu bolso, Tudo isso para a plataforma ficar um valor exorbitante desse !!
Relatos verídicos de quem vivenciou por longo tempo na plataforma, concordo plenamente com todo relato. Acordem motoristas que na próxima década seremos substituído por carros autônomos e aí não haverá volta.
Aqui em.Sp o ônibus é 5 reais , tem viagem de menos de 10 que entram 3 ou 4 no carro , se fossem de ônibus em pé iam pagar 20, absurdo!!! O certo seria mínimo 1,60 o km e .0,80 centavos o minuto , p buscar perto de 50 a hora , mas não aparece mais ,cada vez mais raro e difícil, confort pagando igual X .
Tá um lixo.
Sou motorista de app a 3 anos e desde então só vejo os custos aumentando e não a volta de remuneração. Fui ao ministério de trabalho disse que está em sem prejudicada pelas plataformas e eles me responderam que sou que ligo o app.Pensei não é que é verdade então se não soubermos esperar o valor acima de 15.00 das corridas iremos sempre ficar nessa situação pois não temos ninguém por nós a não ser nós mesmo.???
Na 99 eu gasto cerca de 40 reais de gnv para cada 200 reais recebido
Belíssima matéria, foi falado tudo que acontece na prática na vida de um motorista da Uber, somos explorados realmente e depender dos recursos da Uber para sustentar uma família fica muito difícil, sem contar que o carro se acaba,sem se quer termos depreciação do bem, e no final fica difícil de trocar por outro, devido a desvalorização, km alta e desgastes de todo o funcionamento.
Todos o relatos eu concordo pois eu trabalho aqui em Porto Alegre RS e a mesma situação e sei que hj está difícil trabalhar como app não ganhamos nem pro café da tarde cada vez nós estamos sendo escravo deles e uma vergonha nossa profissão está indo água abaixo não somos valorizado infelizmente.
Então só tá bom mesmo para o passageiro e a Uber …
Ótima entrevista… acompanhei a tentativa de o governo ajudar a categoria, mas o ego era muito alto, “sou empresário dono do meu nariz”, infelizmente a categoria não tem conhecimento necessário para compreender a exploração de mão de obra, acredito que um dia irão se organizar.