Sediada no litoral paulista, a MZA Entregas nasceu da experiência de Mizael Anastácio na área de tecnologia e da vivência como empreendedor no ramo alimentício, que evidenciou as dificuldades em contar com motoboys comprometidos. Após tentativas frustradas com o modelo tradicional de entregas via nuvem, a empresa reformulou seu formato e adotou um sistema próprio com entregadores fixos e contratados localmente, garantindo maior controle, disponibilidade e segurança operacional para os restaurantes. Hoje, a MZA realiza cerca de 20 mil entregas mensais em cidades como Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, com expansão estratégica voltada para regiões litorâneas e turísticas. Confira abaixo a entrevista completa:
Como você entrou no ramo das entregas e teve a ideia de criar a plataforma?
A gente começou desenvolvendo aplicativos, sites, lojas virtuais. Desde adolescente, trabalho com tecnologia, desenvolvimento, programação. Em 2018 abrimos um restaurante e, com a pandemia, iniciamos um delivery dentro dele. Foi aí que descobrimos a problemática com motoboys: dificuldade em encontrar profissionais comprometidos. Tentamos trabalhar com plataformas, mas sempre havia problemas, especialmente em dias frios ou chuvosos.
Vocês já tinham tentado algo nessa área antes?
Sim. Antes mesmo de abrir o restaurante, tentamos um aplicativo de entregas chamado Velox Food, mas não deu certo. Expandimos demais e não conseguimos motoboys suficientes. Após o fechamento do restaurante, retomamos a ideia com a MZA Entregas. Tentamos novamente com o modelo nas nuvens, mas continuamos enfrentando problemas com motoboys.
Como foi a mudança para o modelo com motoboys fixos?
Reformulamos tudo. Em vez do modelo nas nuvens, decidimos ter motoboys fixos dentro do aplicativo. Com isso, conseguimos aumentar de mil para 20 mil entregas por mês. O motoboy é fixo de um cliente e recebe um valor diário garantido, além de valor por entrega.
Esse entregador fixo ganha por dia e também por entrega?
Sim. O estabelecimento paga uma refeição, a diária e um valor por entrega. Em vez de cobrar, por exemplo, R$ 10 a R$ 15 por entrega, reduzimos esse valor e incluímos parte na diária. Se não houver entrega, o motoboy ainda recebe a diária.
O motoboy tem um horário definido ou pode escolher quando trabalhar?
Ele segue o horário definido pelo cliente. Recebe por hora trabalhada. Funciona como uma empresa terceirizada com aplicativo.
Como é feita a captação de motoboys em novas cidades?
Usamos Google Ads e Facebook Ads com divulgação regional. Selecionamos motoboys locais e fazemos uma peneira para escolher os melhores. Para cada cliente, testamos com 5 ou 6 motoboys para alinhar.
Em datas comemorativas ou alta demanda, é possível reforçar a equipe de entregadores?
Sim. Mantemos motoboys na reserva. Sempre temos 2 ou 3 a mais por cidade. Muitos já ficam em nossa lista aguardando chamadas.
Em quais cidades a MZA Entregas está presente atualmente?
Estamos no Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo (várias regiões), Praia Grande. No Guarujá, onde tudo começou, não estamos operando atualmente.
Quantas entregas por mês vocês realizam atualmente?
Estamos chegando a 20 mil entregas por mês.
Quantos entregadores trabalham com vocês?
Durante a semana, temos cerca de 50 motoboys. Nos finais de semana, esse número dobra.
O que vocês avaliam antes de entrar em uma nova cidade?
Analisamos a população e o potencial turístico. Gostamos de áreas de litoral, onde a demanda aumenta muito em temporadas.
Os motoboys têm carteira assinada?
Não. Trabalhamos com contratos de prestação de serviço e oferecemos seguro.
Qual é a taxa mínima de entrega?
R$ 6,50.
Quanto fica de comissão para a empresa?
Aproximadamente 35%.
Qual é a meta de crescimento da MZA Entregas?
Queremos chegar a 100 mil entregas por mês e expandir para todos os estados.
O sistema de gestão de entregas ajuda a aumentar as vendas dos clientes?
Sim. Um bom sistema de gestão otimiza o tempo e melhora o posicionamento nas plataformas, aumentando o volume de pedidos.
Vocês limitam a distância da entrega com a taxa mínima?
Sim. A taxa de R$ 6,50 é para até 2 km. Após isso, o valor aumenta em R$ 1,50 por km.
Vocês já testaram turno agendado pelos motoboys?
Tentamos, mas não funcionou. Os motoboys não cumpriam o combinado.
O valor fixo pago aos motoboys varia por cidade?
Sim. Avaliamos a média local. Por exemplo, em Salvador, a diária é R$ 35, em São Paulo e no Rio é R$ 70.
O valor da diária varia conforme as horas trabalhadas?
Sim. O mínimo são 6 horas. Menos que isso, ainda paga-se por 6. Acima disso, cobra-se por hora adicional.
Como vocês lidam com os processos jurídicos nesse modelo?
Temos contratos bem formulados. O motoboy é considerado uma empresa prestadora de serviço, evitando vínculo com o cliente.
Os motoboys precisam emitir nota fiscal?
Sim. Para manter regularidade contábil e reduzir a carga tributária.
Por que não conseguiram implementar o modelo fixo no Guarujá?
Apesar de fechar com 27 empresas, o volume de entregas era muito baixo. A maioria usava nosso serviço como transbordo. Com poucas entregas por dia, os motoboys não se interessavam.
Vocês trabalham com restaurantes que usam o iFood?
Sim. Nosso sistema é integrado com iFood, Anotaí, Delivery Direto e outros. Temos mais de 20 integrações.
Como conquistam os restaurantes?
Através de um marketing digital forte no Google e Facebook. Trabalhamos muito com vídeos.
Vocês fazem marketing físico ou presencial?
Não. Por enquanto, focamos apenas no digital, controlando o número de clientes conforme nossa capacidade de atendimento.
Qual a quantidade mínima de entregas que um estabelecimento precisa ter?
Mínimo de 10 entregas por dia. Se não atingir, cobramos o valor da diária mais o equivalente a 10 entregas.
Como vocês entram em uma nova cidade?
Fazemos marketing direcionado para captar clientes. Após fechar com alguns, pausamos o marketing para contratar os motoboys, montamos a equipe e depois expandimos para outras regiões da cidade.
Vocês fazem visitas presenciais nessas cidades?
Sim. Conhecemos bem as cidades antes de iniciar operação, principalmente por questões de segurança.
Vocês fazem entregas para e-commerce?
Sim. Trabalhamos com farmácias, transportadoras, entre outros. Sempre no modelo fixo com ajustes conforme a necessidade.
Trabalham apenas com motos?
Trabalhamos com motos e bicicletas elétricas. Bicicleta comum e carro ainda não, mas estamos abertos a isso caso surja demanda.
Vocês pensam em transformar a MZA Entregas em franquia?
Sim. Já temos um modelo de afiliados, tanto para restaurantes quanto para motoboys. Pretendemos iniciar um modelo de franquias em breve.
Você acredita que o modelo híbrido (nuvem + fixo) funciona?
Sim. Já estamos desenvolvendo essa ideia para usar o modelo nas nuvens como transbordo para cidades com alto volume.
Qual sua opinião sobre novas plataformas como 99Food e Kita?
Estamos acompanhando. Ainda não temos integração com 99Food, mas já estamos desenvolvendo. Acreditamos que essas plataformas podem ser benéficas.
Qual dica você daria para quem quer ter sucesso com entregadores fixos?
Captação eficiente de clientes e motoboys. Para ter quatro bons motoboys, você vai conversar com 30 ou 40. Explique bem ao cliente que as primeiras semanas são de alinhamento.
Já aconteceu de algum motoboy extraviar uma entrega?
Sim. Quando acontece, reembolsamos o cliente e descontamos do saldo do motoboy, se houver.
Onde encontrar a MZA Entregas nas redes sociais?
Instagram, Facebook, YouTube e no nosso site.