Motorista ainda reclama: “É um truque: a Uber mostra um valor, mas o passageiro paga menos, e a diferença sai do bolso do motorista sem aviso.”
Marcos Kapp, motorista de aplicativo desde 2019, expõe as dificuldades e frustrações da profissão, que vão desde a queda drástica nos ganhos até práticas questionáveis das plataformas, como reajustes inesperados no valor das corridas e falta de suporte em reembolsos.
Ele lamenta a desvalorização do serviço e a precarização do trabalho, tornando insustentável a vida de quem depende exclusivamente dos apps. Além disso, relata a insegurança nas ruas e os impactos do desgaste dos veículos, levantando uma questão crucial: ainda vale a pena ser motorista de aplicativo?
Então, Marcos, a primeira coisa que eu gostaria de saber é por que você decidiu começar a trabalhar com os apps e desde quando?
Marcos Kapp: Eu trabalho com aplicativos desde 2019. Tudo começou quando recebi um convite para trabalhar em uma empresa concorrente da que eu estava. Eu trabalhava como vendedor e acabei saindo para essa nova oportunidade. No entanto, quando cheguei lá, descobri que nada estava certo, ninguém sabia desse convite e, da noite para o dia, me vi desempregado.
Na época, nem pensei em processar a empresa, apesar de ter todas as conversas registradas com o dono. Mas eu não sou do tipo que prefere levar isso adiante, então simplesmente deixei para lá. Foi aí que surgiu a oportunidade de trabalhar com a Uber. Eu já tinha um carro, mas acabei financiando um veículo mais novo para trabalhar nessa empresa. Com isso, tentei ganhar a vida como motorista de aplicativo e acabei gostando.
Mas logo veio a pandemia, em 2020. Como eu trabalhava comissionado, a empresa onde eu atuava fechou o atendimento presencial, e eu precisei encarar a realidade: continuei trabalhando como Uber. Nos momentos em que conseguia fazer o serviço que eu fazia antes, eu aceitava pedidos, mas, caso contrário, dirigia para a Uber. Com o tempo, a pandemia passou e eu continuei no aplicativo.
No entanto, alguns pontos me desmotivavam. Eu não trabalho apenas com a Uber, também dirijo para a 99 e a inDrive. Mas um dos fatores que mais me incomoda é perceber que outras cidades pagam muito melhor do que Bauru, onde eu rodo. Isso foi me desanimando ao longo do tempo.
Outro problema é a questão dos reembolsos. Por exemplo, se um passageiro não paga a corrida, a Uber cobre esse valor, mas a 99 nem sempre faz isso. Às vezes, a empresa simplesmente manda uma mensagem dizendo que não é possível ressarcir o motorista, e pronto.
Você acha isso justo?
Marcos Kapp: De jeito nenhum. Além disso, ultimamente a Uber tem apresentado outro problema. Ela te oferece um valor inicial para a corrida, mas, ao final, o valor é menor do que o combinado. Isso acontece, provavelmente, porque ninguém quer aceitar aquela corrida, então a plataforma usa esse truque para convencer o motorista a pegar a viagem.
É como uma “pegadinha do malandro”. O aplicativo mostra um preço, mas, no final, o passageiro paga um valor menor e a Uber desconta essa diferença sem informar nada. Às vezes, eles oferecem descontos para os passageiros e repassam a diferença para nós, motoristas. Mas quando vamos conferir os detalhes da corrida, não há explicação alguma. Simplesmente nos enganaram.
A plataforma da Uber tem agido de forma desleal, enganando motoristas e os forçando a aceitar corridas que não valem a pena. O problema é que, se você não grava a tela do celular, não tem como provar. Eu não faço isso, mas estou pensando seriamente em começar, porque é um jogo de má fé da empresa. Se eles fazem isso comigo, certamente fazem com muitos outros motoristas.
Você comentou que trabalha apenas nos fins de semana. Como organiza sua rotina? Quantas horas você trabalha e pega corridas de madrugada?
Marcos Kapp: Geralmente, trabalho mais à noite. Começo por volta das 17h ou 18h e vou até umas 2h ou 3h da manhã. Depois desse horário, fica muito arriscado, porque já não há segurança suficiente para continuar rodando.
Além disso, a Uber classifica alguns locais como áreas de risco, quando, na verdade, não são. E, ao mesmo tempo, ignora locais que realmente são perigosos. Isso torna o trabalho ainda mais difícil, porque não há critério definido para a segurança dos motoristas.
Antigamente, trabalhar como motorista de aplicativo era diferente. Os valores das corridas variavam ao longo do dia, havia momentos de maior demanda e picos de tarifa. Tinha a chamada “dinâmica”, que realmente fazia diferença nos ganhos. Aos domingos, chovia menos motoristas na rua, então os preços subiam. Em dias de chuva e feriados, as corridas também tinham valores melhores. Hoje em dia, isso está acabando. O sacrifício não compensa mais.
Eu já tinha parado de trabalhar como Uber e estava atuando no Mercado Livre fazia quatro ou cinco meses. Porém, meu carro era um modelo 2009, e o Mercado Livre exige veículos com, no máximo, 15 anos de fabricação. Então, pediram que eu encerrasse meu cadastro até conseguir um carro mais novo.
Até aí, tudo bem. Para não ficar parado, resolvi voltar a rodar na Uber. Mas acho que fiz a pior escolha. Na semana passada, bateram no meu carro. O pior é que quem bateu foi outro motorista de aplicativo. A Uber não cobre nenhum tipo de indenização. Agora, estou tentando negociar com a pessoa responsável, mas já precisei entrar na Justiça para conseguir o ressarcimento. Meu prejuízo foi de R$ 7 mil.
Hoje, a frota de veículos de aplicativos está sucateada, porque os motoristas não conseguem fazer uma manutenção adequada. Muitos trabalham no limite, ficam frustrados e acabam sendo mal-educados no trânsito. Antes, algumas situações poderiam ser resolvidas com mais paciência, mas agora os motoristas não têm mais margem financeira para isso.
Você trabalhou com o Mercado Livre. Na sua opinião, vale mais a pena do que os aplicativos de transporte, como Uber e 99?
Marcos Kapp: Com certeza. Vou te dar um exemplo: eu tinha um veículo avaliado em R$ 38 mil. No Mercado Livre, trabalhando quatro dias por semana, eu conseguia tirar uma média de R$ 1.600. Meu custo era de cerca de R$ 480, então, no final das contas, sobravam R$ 1.120 para mim.
Já na Uber, isso é impossível de conseguir aqui em Bauru. Para alcançar esse valor, o motorista teria que rodar pelo menos 18 horas seguidas, sem parar e correndo riscos. O desgaste do carro é enorme e, no final, o dinheiro não compensa.
Hoje, eu acabo usando os aplicativos apenas para cobrir uma necessidade pontual. Se preciso de dinheiro rápido para fazer uma compra no mercado, por exemplo, eu rodo algumas horas. Mas, se for colocar tudo na ponta do lápis, não vale a pena.
Aqui em Bauru, parece que a Uber trata os motoristas como mendigos. O valor das corridas é muito baixo.
E quanto você consegue faturar nos fins de semana? Você trabalha na sexta, sábado e domingo ou apenas dois dias?
Marcos Kapp: Depende do ânimo e do movimento. Às vezes, trabalho sexta e sábado; outras vezes, sexta, sábado e domingo. Se percebo que o dia está bom, continuo rodando. Caso contrário, prefiro ir embora.
Tem dias que você roda, roda, roda e não ganha nada. Nessas situações, prefiro parar, porque sei que não vale o desgaste do carro e o risco na rua.
Muitas vezes, você fica parado por mais de uma hora esperando que apareça uma corrida boa, e isso não acontece. Eu acabo desistindo e indo embora. E eu tenho essa dúvida: será que isso acontece porque eu só trabalho nos finais de semana? Talvez seja por isso que não caem corridas boas para mim. Mas, ao mesmo tempo, converso com amigos que dirigem todos os dias e eles dizem que realmente o valor das corridas caiu muito para o nosso lado.
Antes, o pagamento por quilômetro era de pelo menos R$ 1,50. Hoje, conseguir esse valor é muito difícil.
Você tem uma ideia de quanto consegue faturar nos dias em que trabalha?
Marcos Kapp: Antigamente, eu costumava trabalhar na sexta e no sábado. Às vezes, começava até na quinta à noite, assim que chegava em casa.
Nesses dias, começava a rodar por volta das 16h ou 17h e seguia até meia-noite. Não trabalhava tanto de madrugada. No final de semana, conseguia faturar R$ 600 brutos, tirando uma média de R$ 200 de combustível, sobravam R$ 400 livres. No final do mês, isso representava R$ 1.600 de lucro.
Mas hoje, para faturar R$ 300 brutos em dois dias de trabalho, é um milagre. Antes, eu conseguia fazer R$ 200 a R$ 250 em uma noite, rodando entre seis e oito horas. Agora, para alcançar R$ 250 brutos, preciso dirigir por pelo menos dez horas.
Com essa queda nos ganhos, acabo rodando apenas por necessidade.
No final do ano, por exemplo, eu entro de férias coletivas e, em janeiro, não recebo pagamento. As empresas para as quais trabalho como representante fecham no fim do ano e só voltam na segunda semana de janeiro, então, nesse período, não tenho renda.
Tentei voltar para a Uber agora, mas não está valendo a pena. Estou desistindo da ideia.
Você costuma comentar sobre isso nas redes sociais?
Marcos Kapp: Sim. Quando vejo postagens sobre o assunto, sempre comento para dar voz aos motoristas. Se todo mundo começar a reclamar e expor a situação, uma hora as plataformas vão ter que melhorar. Caso contrário, acontecerá o que vimos no ano passado: uma debandada de motoristas procurando outras formas de trabalho porque os aplicativos não compensam mais.
Então, na sua opinião, hoje em dia não vale a pena ser motorista de aplicativo?
Marcos Kapp: Não vale. Não sei se, para quem trabalha com isso o dia todo, ainda compensa. Mas, para quem faz como um extra — que era a proposta original da Uber, oferecendo liberdade para escolher os horários —, definitivamente não vale mais a pena.
Hoje, ou a plataforma te força a rodar mais horas e mais dias para conseguir um valor minimamente aceitável, ou simplesmente não paga o que deveria pagar.
O que mais escuto é que os aplicativos não estão pagando bem. Acompanho vídeos de motoristas no YouTube e postagens nas redes sociais, e o valor médio por quilômetro está na faixa de R$ 1,50 a R$ 1,70. Nos melhores dias, chega a pouco mais de R$ 2,00, mas isso é cada vez mais raro.
Mesmo em dias de chuva, o valor não sobe como antes. Aqui na minha cidade, por exemplo, temos enchentes e alagamentos, há até uma avenida onde ocorrem óbitos todo ano. Ninguém faz nada para resolver, e o motorista fica exposto a esses riscos.
Como vou trabalhar na chuva, me arriscando a perder minha vida, para ganhar valores irrisórios? Hoje, há corridas da Uber pagando menos de R$ 5,00. Como o motorista aceita isso, considerando o custo do carro, a manutenção e o combustível?
O problema é que muitos só falam do custo do combustível, mas esquecem que ele não cobre peças do carro, não paga o desgaste do veículo nem a alimentação do motorista. Fora isso, temos nossas vidas, precisamos de lazer.
Hoje, dirigir para aplicativos só está servindo para sustentar as plataformas, não para gerar renda para os motoristas.
Para os passageiros, a situação é ótima: eles têm corridas baratas. Eu mesmo, quando uso a Uber, escolho a opção mais barata, é natural. Mas, com o tempo, esse modelo não vai se sustentar.
O que vai sobrar? Apenas motoristas que não conseguem outra oportunidade e que aceitam essas condições. Mas, aí, os carros vão começar a quebrar no meio da rua, os motoristas vão trabalhar sem dinheiro para abastecer e sem poder manter a manutenção dos veículos.
E tem outro risco: a plataforma pode acabar atraindo pessoas com comportamento duvidoso.
Entendi. No início da conversa, você mencionou que trabalhar em cidades próximas de Bauru pode ser mais vantajoso. Quais são essas cidades?
Marcos Kapp: Na verdade, não são cidades próximas de Bauru. O que dizem é que, se você sair daqui e for para Campinas, por exemplo, pode ganhar muito mais.
Lá, alugar uma kitnet e trabalhar como motorista pode ser mais vantajoso. Os ganhos são melhores e dá para trazer um lucro maior para casa.
Porque, no final das contas, o que todo trabalhador quer é pagar suas despesas e ainda ter um retorno. Mas, investindo R$ 60 mil, R$ 70 mil ou até R$ 100 mil em um carro para rodar como Uber, sem conseguir recuperar nem 70% desse valor ao longo da vida útil do veículo, simplesmente não vale a pena.
Se fizer as contas, daqui a três ou cinco anos o carro estará completamente sucateado.
A manutenção do carro também está cada vez mais cara, certo?
Marcos Kapp: Sim. Hoje, um jogo de pneus não sai por menos de R$ 1.600. Se cada pneu custa pelo menos R$ 400, no meu carro, que usa aro 15, cada um sai por quase R$ 600.
Se quiser algo mais barato, tem que comprar pneu importado, de qualidade duvidosa.
Troca de óleo, que antes custava R$ 250, agora sai por R$ 400. Uma lavagem de carro, que era R$ 50, hoje custa R$ 120. Se bobear, é preciso lavar mais de uma vez por semana. Para aspirar o veículo, são mais R$ 50.
E os passageiros, na maioria das vezes, não colaboram. Entram no carro com os pés sujos, não se preocupam em bater a sujeira antes de entrar. Se estão com malas, jogam sem cuidado e acabam riscando a lateral do carro.
Se você chama atenção, ainda olham torto para você.
O passageiro quer um carro limpo, mas não percebe que ele mesmo contribui para sujar.
Hoje, o que mais vejo nas redes sociais são passageiros reclamando da qualidade dos carros, dizendo que estão sujos e mal cuidados. Mas eles esquecem que estão brigando por um serviço que não pagam o suficiente para exigir tanto.
Agora, querem que o motorista ligue o ar-condicionado o tempo todo. Mas como pagar esse custo, se muitas corridas pagam menos de R$ 6,00 para percorrer 10 quilômetros? Algumas nem chegam a R$ 1,00 por quilômetro rodado.
Marcos, para finalizar, você considera que era melhor ser motorista de Uber quando começou?
Marcos Kapp: Sem dúvidas. Em 2019, quando entrei, eu achava que valia a pena. Hoje, não vale mais.
Atualmente, a Uber só serve para quem precisa de um socorro financeiro imediato. Por exemplo, se eu precisar comprar algo e estiver sem dinheiro, eu abro o app, faço R$ 20 ou R$ 30 e pronto. Mas você não pode fazer as contas. Se fizer, percebe que não vale a pena.
Digamos que eu precise de R$ 50 hoje. Eu ligo o app, trabalho o tempo necessário para atingir esse valor e vou embora. Mas, como profissão de longo prazo, a Uber não é sustentável.
Então, na sua visão, não é possível sustentar uma família apenas com a Uber?
Marcos Kapp: De jeito nenhum. Quem pretende depender exclusivamente da Uber vai passar mais raiva do que qualquer outra coisa.
Além disso, com a empresa reduzindo cada vez mais os valores das corridas, o perfil dos passageiros também mudou. Antes, o público era diferente. Hoje, qualquer pessoa pode pegar um Uber, e isso abre espaço para situações complicadas. Não estou dizendo que sou melhor do que ninguém, mas muitas pessoas não têm educação suficiente para usar o serviço.
Não são todos, claro, mas uma parte significativa dos passageiros que os motoristas estão sendo obrigados a transportar hoje torna o trabalho mais arriscado.
Lá no início, a Uber só aceitava pagamento por cartão de crédito, o que já filtrava um pouco o público. Depois, permitiram pagamento em dinheiro, o que também foi uma mudança importante. Mas o grande problema começou quando a empresa passou a reduzir o valor das corridas.
Hoje, você pega uma corrida de mais de 10 km e, ao chegar ao destino, descobre que recebeu apenas R$ 12. O aplicativo te informou que seriam R$ 18, mas na hora de receber, o valor é menor. A sensação é de impotência.
Você já passou por situações assim?
Marcos Kapp: Sim, e muitas vezes. Já aconteceu do passageiro olhar para minha cara e dar risada, dizendo: “Ah, joga para a próxima”.
Esse recurso de “jogar para a próxima” foi criado para ajudar motoristas a evitar problemas com troco, mas a Uber acabou permitindo que os passageiros abusassem disso.
Se o passageiro está sem dinheiro e conversa com você antes da corrida, eu até entendo. Esses dias, por exemplo, uma moça me mandou mensagem explicando que precisava ir a um lugar, mas não tinha dinheiro no momento. Ela pediu para eu aceitar a corrida e jogar o valor para a próxima viagem. Achei legal da parte dela e aceitei porque quis.
Mas, em outras ocasiões, os passageiros simplesmente fazem isso sem avisar, como se fosse algo normal. Recentemente, teve um temporal na cidade e eu aceitei uma corrida com várias paradas. No final, a pessoa jogou o pagamento para a próxima corrida sem nem perguntar. Quando fui verificar, ela já tinha um débito acumulado de mais de R$ 70 na Uber.
Como isso pode acontecer? Eu, se ficar devendo R$ 5 no aplicativo, já não consigo rodar. Mas os passageiros podem acumular valores absurdos e continuar usando o serviço normalmente.
Então, você acha que a Uber está permitindo que o serviço se deteriore?
Marcos Kapp: Com certeza. Eles estão vendo tudo isso acontecer e não fazem nada. Na prática, os motoristas estão sendo tratados como escravos.
Hoje, ser motorista de aplicativo não é uma atividade que traz satisfação. Você trabalha porque precisa, porque não tem outra opção. No meu caso, eu trabalho enquanto estou me deslocando para algum lugar, então consigo encaixar as corridas na minha rotina. Mas, se dependesse exclusivamente disso, já teria parado há muito tempo.
Por último, você já pensou em parar completamente?
Marcos Kapp: Sim. Aliás, eu já parei três ou quatro vezes.
Quando isso acontece, a Uber manda uma pesquisa perguntando minha opinião sobre o serviço. Eu marco tudo como negativo, explico que os custos estão muito altos, que o trabalho está perigoso e que simplesmente não compensa mais.
O problema é que a 99 também não é muito diferente. Aliás, em alguns aspectos, ela consegue ser ainda pior.
A 99, por exemplo, nem sempre ressarce os motoristas quando há problemas com pagamento. Às vezes, você solicita o ressarcimento e recebe uma negativa.
Tem momentos em que eles cobrem, mas em outros, simplesmente dizem que “não é possível fazer o reembolso”. É completamente aleatório.
Isso tudo desmotiva ainda mais. Estamos cada vez mais expostos a riscos e, ao mesmo tempo, os aplicativos estão tirando qualquer possibilidade de termos ganhos justos.