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Ex-motorista cria aplicativo regional no Rio de Janeiro que promete corrida sem tarifa dinâmica e ganhos integrais

Na Fast Car motoristas podem escolher entre pagar 10% por corrida ou uma mensalidade de R$ 100 com taxa fixa de R$ 2 por viagem.

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Entrevista
Conversas com especialistas, gestores e profissionais do setor, com perguntas conduzidas pela equipe do 55content.
Carro branco estacionado com adesivos publicitários laranja nas portas e no vidro traseiro, em um estacionamento ao ar livre.
Foto: Reprodução/Fast Car Rio

Antes de criar o próprio aplicativo, Lourival Santos, trabalhou durante anos como motorista em plataformas nacionais e internacionais. Carioca e empreendedor, decidiu transformar a experiência adquirida nas ruas em um modelo de negócio que, segundo ele, “coloca o motorista em primeiro lugar”.

Fundada oficialmente em 24 de julho de 2019, a Fast Car Rio nasceu com o objetivo de oferecer uma alternativa nacional às grandes empresas estrangeiras que dominam o setor de transporte por aplicativo. Lourival lembra que a ideia surgiu após observar a insatisfação generalizada dos motoristas: “Eu trabalhei como motorista de aplicativo e vi o quanto o motorista é explorado. A empresa chega a ficar com quase metade do valor da corrida e quem faz o trabalho pesado é quem ganha menos”.

O empreendedor decidiu criar um aplicativo “feito por quem vive a realidade da categoria, com foco em valorização, transparência e liberdade financeira”. O projeto foi desenvolvido de forma independente, com investimento próprio, parte proveniente da venda de uma motocicleta, e apoio pontual de parceiros. “Tudo o que eu aprendi foi na prática, com a escola da vida. Eu mesmo criei e aperfeiçoei o sistema”, diz.

Um aplicativo regional com foco no motorista

O modelo de negócio da Fast Car Rio é simples, mas diferente. “Nosso grande diferencial é simples: o motorista recebe 100% do valor da corrida direto do passageiro. Não existe intermediário”, explica Lourival. O profissional pode optar por dois planos: pagar 10% por corrida ou aderir a uma mensalidade de R$ 100,00, com taxa fixa de R$ 2,00 por corrida chamada pelo app ou R$ 3,00 por corrida aberta.

A plataforma também oferece funcionalidades pensadas para aumentar a autonomia e segurança dos motoristas. “Eles podem abrir corridas próprias, registrar ordens de serviço com nome, CPF e telefone do passageiro, além de fidelizar clientes. Se um passageiro o favoritar, só ele receberá as corridas diretas daquele cliente”, explica o CEO. “Isso mostra que o passageiro é do motorista, não da empresa.”

Atualmente, a plataforma contabiliza mais de 7 mil motoristas cadastrados, 4 mil em análise e 595 ativos. A operação está concentrada no Rio de Janeiro, mas o empresário afirma que há planos de expansão: “Não queremos ser só mais um app. Queremos ser uma rede nacional de mobilidade brasileira, com cada motorista sentindo que faz parte dessa história.”

Política de preços e diferenciais

A Fast Car Rio opera com tarifas fixas, sem cobrança dinâmica. Os valores mínimos variam entre R$ 11 e R$ 16, de acordo com a categoria: Safira (equivalente ao Uber X), Prioridade (Comfort) e Diamante (Black). Lourival vê essa estrutura como um ponto de equilíbrio entre passageiro e motorista. “O passageiro paga um valor justo e o motorista ganha mais. A Uber cobra mais e paga menos. Aqui não existe tarifa dinâmica, nem exploração”, afirma.

Desafios e trajetória

O início das operações coincidiu com a pandemia de Covid-19, o que impactou diretamente o crescimento da empresa. “Eu comecei do zero. O único carro cadastrado era o meu e o único passageiro era eu. Quando veio a pandemia, pensei que não ia suportar, mas passei por tudo isso e continuei”, relembra.

Ao longo dos anos, Lourival enfrentou também a resistência de motoristas acostumados com as plataformas maiores. “O motorista, quando te conhece, acha que você vai ganhar dinheiro em cima dele. Isso afasta um pouco. Mas, quando ele entende que o modelo é justo, ele fica”, afirma.

Com seis anos de atividade, o plano agora é ampliar a presença nacional. Lourival revela que a empresa está desenvolvendo novas ferramentas tecnológicas, como carteira digital própria, cashback e rastreabilidade em tempo real. “Queremos dar controle total da renda e segurança total em cada corrida”, diz.

Mesmo com a concorrência de gigantes internacionais, ele se mostra otimista: “O futuro é excelente para os aplicativos regionais. Há espaço para todos. Dá para fazer o motorista ganhar bem e o aplicativo sobreviver.”

“A Fast Car Rio é uma empresa brasileira, feita com propósito. Não queremos competir apenas por lucro e sim valorizar quem faz o serviço acontecer: os motoristas”, finaliza Lourival.

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