Segundo Ian, o motorista precisa escolher as melhores viagens para não desvalorizar o mercado e prejudicar o que ele mais quer, que é ganhar melhor.
Em entrevista exclusiva para o 55content, Ian Rocha, motorista de app e influenciador da categoria, compartilha sua visão sobre os principais acontecimentos do setor, analisando as dificuldades enfrentadas e as poucas evoluções observadas.
Com uma perspectiva crítica e embasada, Ian aborda temas como os impactos econômicos, a regulamentação federal, as mudanças nas plataformas e as estratégias necessárias para prosperar na profissão. Além disso, ele aponta expectativas para 2025 e sugere práticas indispensáveis para quem deseja se destacar e aumentar seus ganhos no próximo ano.
- 2024 foi melhor ou pior para quem é motoristas de aplicativo em relação a 2023? Por que?
Foi pior, uma vez que novamente todos os nossos custos aumentaram e o valor das tarifas não. Então, todos os anos têm ficado cada vez mais difíceis em relação ao ano anterior. Além disso, a Uber acabou com a tarifa dinâmica alta, acredito que devido às contas fakes, e a Uber tem modificado até as promoções que manda aos motoristas, fazendo com que até elas sejam menores do que nos demais anos anteriores.
- Qual foi o principal desafio para os motoristas de aplicativo em 2024?
Não ser atrapalhado pela regulamentação federal, onde os sindicatos, o governo e as plataformas seriam beneficiados ao custo dos motoristas de app, foi uma luta imensa para que o PLP 12/2024 não fosse aprovado, de forma que iríamos nos prejudicar de forma irreversível. Essa luta ainda não acabou, e perdemos muita força ao não eleger ninguém em cargos políticos para representar nossa classe.
- Qual foi a principal mudança positiva para os motoristas de aplicativo em 2024? E a negativa?
Não me recordo de mudança positiva impactante, apenas o incremento de algumas ferramentas nos aplicativos que auxiliam o nosso trabalho, principalmente a 99pop, que evoluiu bastante nesse quesito. Negativa, eu diria que foi o aumento do combustível, a redução das tarifas dinâmicas e a falta de sobriedade do governo e de quem tentou representar os motoristas na regulamentação, uma vez que a ideia era melhorar nossas vidas e quase tudo que saiu no texto da regulamentação não fazia jus a essa ideia.
- Valeu a pena ser motorista de aplicativo em 2024?
Cada caso é particular, não existe receita de bolo para falar que faz ou não sentido. O melhor dos mundos seria ter o trabalho de motorista como renda extra, mas não acho que seja um trabalho ruim, só acho que ele precisa ser mais valorizado em termos de tarifação, porque já está bem defasado da realidade. Entretanto, o trabalho de motorista tem seus ônus e seus bônus; cada motorista precisa colocar isso na balança para saber se para ele realmente vale a pena.
- Quais as expectativas para 2025?
Eu sou uma pessoa positiva, então eu tenho esperança de que 2025 vai ser um ano maravilhoso e vamos conseguir uma boa regulamentação, mesmo tudo apontando no sentido contrário.
- E o que todo motorista precisa começar a fazer no próximo ano?
Planejamento financeiro é o maior problema dos motoristas; quase ninguém faz as contas e trabalha com inteligência e estratégia. O motorista precisa saber, de fato, os seus custos para trabalhar, para poder definir metas diárias e semanais, escolher corridas e nunca deixar a segurança de lado para fazer qualquer viagem. Esse é o ponto-chave para ter sucesso neste ramo.
- O que você mais deseja para esta profissão para o próximo ano?
Não tem muito o que falar, todos pensam o mesmo: aumento das tarifas e uma regulamentação que, de fato, melhore as nossas vidas e não só nos crie obrigações e gere custos.
- O que o motorista precisa fazer para ganhar mais em 2025?
Além de usar ferramentas de cálculo de ganhos, como a GigU, para não tomar prejuízo nas corridas e escolher as melhores viagens, o motorista precisa, de fato, escolher as melhores viagens para não prostituir o mercado e prejudicar o que ele mais quer, que é ganhar melhor. Em resumo, escolha corridas e faça isso com sabedoria, levando em conta seus custos e a realidade da sua cidade.
