Nesta entrevista, Carina Trindade, presidente do SINTRAPLI-RS, destaca as principais dificuldades enfrentadas pelos motoristas de aplicativo. Ela aponta que está inviável trabalhar recebendo R$1,00 por quilômetro rodado, com a gasolina a R$6,49 e 75% do faturamento comprometido com custos. Segundo Carina, rodar com um carro de R$100 mil para ganhar R$5,00 por corrida não é sustentável. Confira abaixo a entrevista completa:
Então, a gente está querendo conhecer um pouco mais o trabalho dos sindicatos, assim como das associações. Então, a gente resolveu conversar com você. Minha primeira pergunta é: como você se tornou motorista de aplicativo e como começou a se envolver com as atividades sindicais? Você veio de Santa Catarina? Como foi?
Carina: Bom, eu sou motorista há oito anos. Comecei trabalhando de dia, hoje eu trabalho à noite. Prefiro à noite por vários motivos. Um deles é o trânsito, porque o trânsito é insuportável. E também porque, ao meu ver, as pessoas são melhores de lidar à noite.
Me acostumei a trabalhar à noite. Eu já trabalhava à noite antes, antes mesmo de fazer aplicativo. Trabalhei um tempo com eventos, então para mim à noite sempre foi melhor. Parece que rende mais. Só o fato de não ter trânsito trancado, parado, já ajuda. E dá para parar em vários lugares que durante o dia não dá.
Eu comecei numa época em que a Uber era recente, recém-chegada. Eu falo Uber porque foi a primeira que se instalou aqui. Comecei a trabalhar com esse aplicativo na época em que era recente e já tinha aberto para trabalhos em dinheiro. Iniciei com o Uber Black aqui no Rio Grande do Sul, mais especificamente em Porto Alegre. Depois, eles expandiram para o UberX e automaticamente abriram para pagamento em dinheiro, já que antes era só cartão.
Quando comecei, já havia essa opção de pagamento em dinheiro. Eu comecei a trabalhar seis meses depois que a Uber se instalou em Porto Alegre e na região metropolitana.
Eu me envolvi nas atividades sindicais quando fui convidada para participar da formação do sindicato. O sindicato tem oito anos, vai fazer oito anos agora. Fui convidada para estar na primeira formação, onde o presidente era o Flávio e tínhamos uma vice-presidente mulher. Eu e ela éramos as mulheres presentes na diretoria. Fui convidada para ser secretária-geral.
O sindicato foi criado pela CUT aqui em Porto Alegre. Iniciamos com vários diretores, eram 20 no total. Mas o sindicato não saiu do papel. Fizemos as primeiras reuniões, realizamos a eleição, a primeira assembleia geral dos trabalhadores. Com o tempo, o presidente e a vice foram se afastando, e ficou só eu. Alguns diretores também saíram, o que é normal em qualquer entidade, principalmente no início, quando não há sede nem um trabalho consolidado com a categoria.
Eu já estava inserida em vários grupos de motoristas. Comecei em março de 2017, e o sindicato foi criado em novembro de 2017. Então, já estava enturmada. Participava de grupo de mulheres, grupo misto de motoristas, e já era bem ativa junto à categoria. Pouco antes da formação do sindicato, aconteceu a primeira morte de um motorista de aplicativo.
Ele foi chamado para uma corrida pela Uber, uma corrida em dinheiro, e acabou sendo morto. Era o Moisés, lembro muito bem. Ele foi levar uma corrida para um bairro aqui entre o Mariquentana e a Safira, no bairro Chico Mendes, e foi morto em frente a uma praça durante um assalto. Foi um latrocínio. Levaram o celular, o dinheiro, mas não conseguiram levar o carro dele. Ele ficou dentro do carro e levou um tiro.
Nós achamos isso inaceitável e fizemos a primeira reivindicação, nossa primeira paralisação, exigindo mais segurança nas corridas em dinheiro. Isso acabou desencadeando uma série de assaltos de 2017 até 2019. Em 2019 foi o ápice do número de assaltos.
Essa foi a primeira manifestação que ajudei a organizar, como uma das fundadoras das organizações. Organizei junto com outros motoristas, puxamos carreata, participamos do enterro, do velório. Foi quando comecei a ser mais conhecida, principalmente por estar ali junto com mais duas ou três mulheres, sendo uma das poucas mulheres motoristas, especialmente à noite.
Nós costumávamos parar num local aqui chamado Epatur, que na verdade tem o nome oficial de Zumbi dos Palmares. É um estacionamento grande, onde a gente fazia churrasco, manifestações, um ponto de encontro bem conhecido na Cidade Baixa, em Porto Alegre. Foi ali que conheci muitos motoristas e fui me enturmando cada vez mais.
Então, quando o sindicato foi criado, como eu já estava à frente, quase como uma liderança, o pessoal me chamou para compor. Eu não conhecia o presidente, mas conhecia a vice-presidente dos grupos de trabalho e dos grupos de mulheres que participávamos.
Quando assumi como secretária-geral, comecei a cobrar os prints dos trabalhadores que compunham o sindicato, para saber quem realmente era motorista. Eu queria ter certeza de quem estava lá. Me lembro bem que, nessa época, o presidente começou a enrolar para me passar essa documentação. Eu cobrava, mas ele se afastou sem nunca me enviar um print que comprovasse que era motorista de aplicativo, algo essencial para fazer parte do sindicato.
Com o afastamento do presidente, a vice também se afastou. Acabei ficando sozinha, uma mulher tentando organizar a categoria. Logo depois veio a regulamentação em Porto Alegre e começamos a puxar reuniões e assembleias para discutir o que os trabalhadores queriam dessa regulamentação municipal.
Naquele período, havia a regulamentação nacional que deixava a cargo dos municípios regulamentarem. Eu fui representando o sindicato, o Joi Moraes foi representando a associação Alma, e havia outros trabalhadores envolvidos também. Formamos uma comissão de trabalhadores, que eu puxei junto com o Joi, e organizamos mais uns quatro ou cinco motoristas para estarem à frente desse processo de regulamentação.
Na Câmara Municipal. A gente ia todos os dias lá, na Câmara, fazer visita aos vereadores. E assim eu fiquei conhecida. Eu era a única mulher puxando junto com os meninos. E aí fiquei conhecida com a categoria como uma das lideranças da categoria.
Aconteceu que, nesse meio tempo, o sindicato ficou parado. A gente montou uma associação, porque não conseguíamos encontrar o presidente, e a vice não queria dar andamento. Então, encontramos uma forma de montar uma associação, a Alma, Associação Liga dos Motoristas Eficativos, na qual eu também fui secretária-geral.
A partir dessa associação, conseguimos trabalhar a regulamentação, montar um ponto de apoio em Porto Alegre para os motoristas, e eu também fiquei um pouco mais conhecida. Eu estava todos os dias no ponto de apoio.
Lá, tinha restaurante, barbearia, uma vez por semana uma mulher ia lá e fazia as unhas. Então, tu levava o carro para lavar, já almoçava ou jantava, conhecia a associação. Tinha uma sala da associação e também uma loja de autopeças, onde o motorista podia comprar um carregador, bateria, óleo para trocar. E ali fiquei sendo ainda mais conhecida.
O grupo de motoristas eficativos que deu origem à Alma, Associação Liga dos Motoristas Eficativos, era formado só por administradores de outros grupos. Porque hoje, se tu pegar grupos de motoristas em qualquer lugar do Brasil, tu vai ver que existem milhares de grupos. Então, nós pegamos esses grupos e trouxemos os administradores para ficarem formados, para fazerem parte do ponto de apoio.
Um pouco antes da pandemia, a gente fechou o ponto de apoio. Depois que passou a pandemia, fui convidada pela CUT para reativar o sindicato. E aí cá estou eu como presidente. Daí, os meninos me elegeram como presidente. Nós tínhamos três mulheres; hoje temos duas no sindicato. A outra menina é do patrimônio.
E comecei a fazer o trabalho como presidente do sindicato há quase quatro anos já. Esse ano tem eleição novamente. Então, foi assim que me inseri no mundo sindical dos aplicativos.
Não que eu já não conhecesse, porque meu pai é metalúrgico. A gente já conhece de outras vivências o mundo sindical. Mas foi assim que me inseri nos aplicativos mesmo.
Entendi. E Cacá, você continua trabalhando como motorista, né?
Carina: Continuo, trabalho todas as noites. Agora bati meu carro, deu perda total no meu carro em dezembro. E de dezembro para cá estou trabalhando das oito até umas seis horas da manhã, porque estou dividindo o carro com meu pai, em vez de alugar um carro, porque alugar está muito caro.
Mas continuo trabalhando todos os dias, das oito da noite às seis da manhã. Trabalho com dois aplicativos: Uber e OneDrive, aqui em Porto Alegre e região metropolitana.
Perfeito, Cacá. Minha próxima pergunta é em relação ao sindicato mesmo. Por que você acha que os motoristas, a gente sabe que eles têm um pouco de resistência com o sindicato, por que você acha que isso acontece?
Carina: Eu acho que a culpa é muito dos sindicatos antigos. Muitos motoristas vieram de outra profissão e, em outras profissões, como já ouvi relatos, não foram bem atendidos, ou o sindicato não fez um bom trabalho.
Eu costumo dizer para os motoristas que têm que cuidar quem é o CPF que está à frente do sindicato: se realmente é da categoria, se realmente trabalha, se sente as dores do trabalhador, se vai saber explicar o que a gente passa no dia a dia.
Se realmente é idôneo aquele motorista que está à frente do sindicato ou de uma associação.
Não adianta dizer que o sindicato não presta se nunca participou de uma atividade, nunca foi numa paralisação, nunca foi numa audiência, nunca foi numa reunião sindical, para poder dar ideias, compor, ajudar. Então, não adianta fazer uma crítica negativa ao sindicato sem conhecer. Não sabe se aquilo ali está fazendo diferença na vida de alguém.
Acho importante conhecer o espaço do qual você vai falar. Muitos motoristas vêm de outras profissões e têm um pouco dessa resistência que você mencionou.
Mas, depois da regulamentação, os motoristas começaram a procurar mais os sindicatos, estão entrando em contato, fazendo parte dos grupos de trabalho. Amanhã, por exemplo, teremos uma reunião ampliada da diretoria para discutir os valores das tarifas, que estão muito baixos. A gente quer conversar com a categoria para ver o que pode ser encaminhado, como fazer.
Então, aos pouquinhos, a gente vai se reorganizando na luta sindical, que não é fácil. Mas acredito que muito dessa resistência vem de sindicatos antigos que fizeram um mau trabalho em algum lugar, e a galera acaba generalizando.
Legal. E quais foram as maiores conquistas aí dos sindicatos dos motoristas e entregadores de Santa Catarina? Se você puder listar algumas.
Carina: Então, a própria regulamentação eu considero uma conquista, apesar de não estar regulamentado ainda, de estar em andamento, lá no Congresso. E tem gente que tem resistência, mas acredito que a criação da categoria ali é um ponto positivo para nós, regulamentar para que não fique da forma como está.
Hoje, gosto de listar também a questão dos bloqueios que conseguimos reverter na Justiça ou através da própria plataforma. Conseguimos reverter alguns bloqueios e recolocar motoristas trabalhando. Acho isso muito importante. É uma conquista dos sindicatos.
Tu conseguir ter conversa com as plataformas para que elas voltem atrás e devolvam o acesso ao trabalhador, quando não é um caso de assédio, claro.
Outra conquista importante é a questão do endereço completo na corrida. É algo que lutamos há muito tempo. Quando a Uber começou, não tinha nem endereço completo, nem valor na corrida. Hoje tem endereço, tem valor.
Também houve um avanço no cadastro mais rigoroso de passageiros, que vêm mapeando e melhorando. Ainda não está ideal, falta liberar foto — a Uber, por exemplo, tem resistência para liberar foto —, mas estão melhorando bastante, por conta da pressão que fazemos com o sindicato.
A questão do botão “trabalhar somente em cartão” também é muito importante para nós. É um botão que deixa o motorista livre para trabalhar só em cartão e não se preocupar com corridas em dinheiro, porque 99,9% dos assaltos são em corridas em dinheiro, o que torna a corrida muito insegura.
Isso é uma conquista dos sindicatos através de manifestações, por mais segurança. E também das associações que fizeram parte com a gente, como a Alma, que sempre trabalhou em conjunto com o sindicato.
Acho que são poucas melhorias, mas são melhorias que fazem toda a diferença para os trabalhadores: poder trabalhar somente em cartão, o endereço completo na corrida… tudo isso faz parte.
Perfeito, Cacá. E assim, para você atualmente, quais são as maiores dificuldades do motorista de aplicativo? Aquilo que você acha: “Não, isso aqui tem que ser prioridade para a gente mudar”, sabe?
Carina: A prioridade continua sendo a remuneração do trabalhador e da trabalhadora. Por quê? Porque está inviável a gente trabalhar hoje a R$1,00 o quilômetro rodado, R$1,20 com a gasolina a R$6,49 — e em alguns lugares está mais caro ainda, chegando perto de R$7,00. Tudo aumentou nesses oito anos: troca de óleo, valor do aluguel dos veículos que chega a R$800,00 semanal. Tudo aumentou e, no entanto, não aumentou o valor da remuneração do motorista.
Acredito que essa é uma das prioridades a se trabalhar, inclusive a partir da regulamentação: a remuneração justa para o trabalhador e a trabalhadora. É muito importante. E continua sendo também a questão da segurança. Não permitir corrida para terceiros, liberar a foto do passageiro para que eu possa identificar quem está entrando no meu carro. Então, são duas pautas importantes: segurança e remuneração.
Perfeito. E, Cacá, minha próxima pergunta é em relação à regulamentação. Está sendo debatida a regulamentação dos motoristas de aplicativo, pelo menos estava no final de dezembro. Não sei quando vai voltar, se está pausada. Ouvi dizer, acho que do Luiz, do Sindicato do Rio de Janeiro, que ia voltar em março. Estamos na metade de março, não sei se volta agora, mas enfim. Eu queria entender qual o papel do sindicato nessa regulamentação.
Carina: Nosso papel é pressionar para que aquilo que colocamos lá na regulamentação, nas modificações, seja aprovado. E quem tem que aprovar são os deputados.
A gente já está fazendo um lobby no Congresso. Sabemos que nosso lobby é muito fraco — aquele lobby de conversar com deputados estaduais, federais, para fazer com que eles votem naquelas emendas.
As emendas que já mandamos para lá incluem a questão dos R$2,00 por quilômetro rodado — que, inclusive, já está defasado, deveria ser R$2,50. Mas lá na regulamentação a emenda que colocamos é R$2,00 por quilômetro e R$10,00 a corrida mínima.
A remuneração é um dos principais fatores. Outro fator é a criação da categoria. Porque, criando a categoria, conseguimos criar políticas públicas para os trabalhadores dessa categoria, conseguimos mapear esses trabalhadores.
Para nós, isso é essencial: mapear, saber quem são os trabalhadores, quantos são mulheres, quantos são homens, quantos são LGBTQIA+. Poder criar políticas públicas para esse nicho de trabalhadores que, muitas vezes, enfrentam mais dificuldades do que outros — questão da mulher, assédios, assaltos, falta de estrutura, falta de um ponto de apoio.
Então, vamos continuar trabalhando essas pautas: remuneração justa para o trabalhador, criação da categoria e também a questão dos custos, porque hoje ainda está em 75% de custo para o motorista.
Está muito caro ser motorista de aplicativo, botar um carro de R$100 mil na rua para ganhar R$5,00, R$8,00. E também seguimos na luta pela questão da segurança: cadastro, segurança de passageiros. Falta ainda melhorar muito essa parte do cadastro.
Você sente que as coisas pioraram muito desde aquela época? Quer dizer, os custos estão maiores, mas você acha que os ganhos são os mesmos? Muitos motoristas falam que os ganhos são os mesmos, mas é mais difícil conseguir, tem que trabalhar mais para atingir. Você concorda com essa visão?
Carina: Quando comecei a trabalhar como motorista de aplicativo, eu fazia em seis horas o que hoje levo 14 horas para fazer.
Então, os ganhos não são os mesmos, os ganhos diminuíram de lá para cá. O que a plataforma pagava antes — R$2,00 o quilômetro rodado, chegando a R$2,50 — hoje paga R$1,00, R$1,20 o quilômetro rodado.
Diminuiu bastante, quase pela metade.
O que a plataforma pagava de dinâmica na época que começou, hoje paga muito menos. Hoje, R$2,00, R$3,00, R$4,00. O valor máximo de uma dinâmica chega a R$15,00, mas às vezes toca uma corrida no valor normal dizendo que está com dinâmica, e a gente sabe que é como uma dinâmica fake, porque não bate o valor que a plataforma está pagando com os R$15,00 a mais.
Sabemos que o cálculo feito não paga a dinâmica corretamente.
Também alteraram a questão do cancelamento. Antes o motorista podia cancelar sem problema; hoje, pode ser bloqueado por cancelar uma corrida.
O motorista também pode ser bloqueado por qualquer motivo, sem chance de se defender.
E há a necessidade de trabalhar mais horas para ganhar o que eu ganhava oito anos atrás. É um absurdo. É quase três vezes maior o tempo para ganhar o mesmo que antes. Muita coisa mudou para pior.
Ponto positivo é poder escolher corrida somente no cartão, eles melhoraram um pouco — não digo muito — a segurança, diminuíram o tempo de espera pelo passageiro: antes era cinco minutos, hoje é dois, algumas plataformas baixaram para três.
A questão da foto do passageiro ainda não foi liberada, é um problema. Mas melhorou, por exemplo, botar o endereço completo na corrida. Agora, quando toca, já aparece o endereço de onde vou pegar e onde vou largar. Antes era só o endereço de onde eu ia pegar, eu não sabia para onde estava indo, ia no escuro.
Então, algumas coisas melhoraram, mas muitas só pioraram, na realidade. Concordo bastante com essa afirmação, porque realmente não está bom, está complicado para nós, principalmente na questão da remuneração.
Quais dicas você daria para quem está começando o trabalho como motorista de aplicativo?
Carina: Então, a primeira dica que eu dou e acho fundamental — embora algumas pessoas não concordem comigo — é estar em um bom grupo de trabalho.
Por que um bom grupo de trabalho? Porque os grupos são organizados, e você consegue, se precisar de ajuda, por exemplo, furar um pneu em uma área de risco, chamar alguém para te ajudar.
Também consegue informações sobre que tipo de corrida está tocando melhor, onde estão tocando as melhores corridas.
Então, estar em um grupo de trabalho é importante para a sua segurança, para saber onde seus colegas estão e, se precisar, solicitar ajuda. Ter essa rede de apoio é essencial. Essa é a principal dica.
A segunda dica que dou é: não fazer todo e qualquer tipo de corrida. É importante escolher algumas corridas.
Eu sei que, no início, o motorista precisa fazer um certo número de corridas para desbloquear algumas funções ou promoções, e no começo pode até tocar umas corridas melhorzinhas, justamente por ser iniciante.
Mas, depois, é essencial começar a analisar bem cada corrida: pensar se vale a pena fazer uma corrida que paga R$1,00 por quilômetro rodado, com o combustível a R$6,49, pegar e largar o passageiro e ainda sair no prejuízo com a plataforma.
É importante fazer essa análise e também saber se localizar nos lugares de saída de festa, eventos, lugares onde há mais demanda.
Estar em um bom grupo ajuda nisso também. O pessoal avisa: “Hoje tem festa em tal lugar.” Você já sabe onde se posicionar e não fica parado em qualquer lugar, esperando corrida.
Parar em qualquer lugar é um risco, principalmente para assaltos. Seja de manhã, à tarde ou à noite, na região de Porto Alegre e Grande Porto Alegre, não interessa.
Já tive um colega que foi assaltado do outro lado da rua de um posto de gasolina. O posto estava de um lado, ele parou do outro lado para bater tapete fora do posto, e foi assaltado na frente do posto.
Então, é importante estar dentro do posto, que é um pouco mais seguro, porque ali há frentistas, colegas, e a chance de ser assaltado é menor.
E, se tiver algum problema, você pode pedir ajuda ali.
São essas algumas das dicas que dou para quem está começando.
Legal, Cacá. Cacá, acho que estamos chegando no final da nossa conversa. Gostaria de saber se você teria alguma mensagem final para dar aos motoristas de aplicativo, ou se gostaria de acrescentar algo que sentiu falta na nossa conversa.
Carina: A minha mensagem para os trabalhadores e trabalhadoras de aplicativo é: participem do sindicato.
Entrem no sindicato, se filiem. O nosso sindicato não cobra nada, a maioria dos sindicatos não cobra.
Mas se filiem, estejam ali, participem das atividades, das assembleias, das reuniões, para que juntos possamos conquistar melhorias para a categoria.
Só unidos vamos conseguir alcançar conquistas maiores e melhores.
Seja na questão da regulamentação, seja na busca por mais segurança, ou qualquer outra pauta. Trabalhar junto com o trabalhador, estar junto com o sindicato, buscar apoio do sindicato, isso faz a diferença na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Uma resposta
Dna Carina enquanto tiver Motoristas burros a Uber vai dando chicotadas nas costas dele,porque não é possível a Uber oferecer viagens a 5.70 sobra pó Motorista 4.20. Viagens que ela paga 9.90 sobra pó Motoristas 7.30. Será que estes Motoristas não param pra pensar um pouco. Isto é em São Paulo, por isso que ela ta doidinha pra implantar Moto em São Paulo, pra ver se consegue aumentar seus lucros, Parabéns ao Prefeito de São Paulo de não se arrebaixar pra Uber e 99. PARABÉNS NUNES.