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“Fiquei um mês parado após acidente e o iFood me mandou R$ 472, o que normalmente faço em 2 dias”, diz entregador

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Entregador
entregador na chuva
entregador na chuva

Após acidente entregador teve que trabalhar até 13 horas por dia para cobrir os quase R$ 7 mil em dívidas que fez durante o tempo parado.

Um entregador que trabalha pelo iFood e que optou por não ser identificado compartilhou com a equipe do 55content um acidente que sofreu em rota. Durante um dia típico de trabalho, enquanto realizava uma entrega, um simples toque no aplicativo desviou sua atenção e provocou uma situação difícil:

“Estava no meio de uma entrega quando o aplicativo tocou. Distraído por alguns segundos enquanto conferia, eu estava cruzando um cruzamento lentamente e acabei colidindo com outro motoboy”, relata o entregador, que preferiu manter o anonimato. Ambos os envolvidos eram trabalhadores autônomos e não contribuíam com o INSS. “Decidi ajudá-lo financeiramente e também arrumei a moto dele”, acrescentou.

Os dois motoboys sofreram ferimentos e precisaram de atendimento médico imediato. “Ele quebrou um dedo e eu fraturei o cotovelo. Ambos fomos para o hospital imediatamente, chamamos o SAMU”, explicou o entregador. Além dos danos físicos, as motocicletas dos entregadores também foram seriamente danificadas, necessitando de reboque e reparos.

Após o acidente, a situação financeira do entregador se complicou. “Com toda a situação, o tempo passou e não consegui registrar o incidente no momento. Acabei encontrando o site Sinistros iFood e enviei o atestado e todos os documentos necessários”, disse ele. Mesmo com a cobertura do seguro de R$ 472, os custos ultrapassaram R$ 7 mil, forçando-o a recorrer ao uso de todos os seus cartões de crédito e resultando em dois anos de endividamento.

O entregador criticou a plataforma por não facilitar mais o acesso ao seguro: “Na minha opinião, a plataforma deveria incentivar e facilitar mais o pagamento de seguros pelos entregadores, pois se aproveitam da falta de formação educacional completa da maioria.”

Após o incidente, ele teve que aumentar suas horas de trabalho para tentar recuperar as perdas financeiras. “Geralmente, eu tirava entre 180 a 200 reais por dia trabalhando cerca de 9 ou 10 horas quando a taxa mínima era de 6 reais. Hoje, faço entre 200 e 230 reais por dia. Sempre trabalhei de segunda a sexta, intercalando com alguns domingos. Mas, após o acidente, comecei a trabalhar 13 horas por dia, seis ou às vezes sete vezes por semana.”, compartilhou o motoboy, que agora aluga uma moto para continuar trabalhando.

A equipe do 55content entrou em contato com o iFood para saber mais informações sobre as políticas de reembolso mas até agora a empresa não nos retornou.

Foto de Giulia Lang
Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

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