Hoje quero contar a história de André de Freitas, um ex-funcionário público que decidiu rodar nos aplicativos e acabou criando o seu próprio aplicativo de mobilidade: o Mobi 22, na cidade de Itaperuna, interior do Rio de Janeiro. Essa trajetória traz reflexões importantes sobre como é possível transformar um problema em oportunidade.
Muita gente fala que aplicativos regionais não dão certo, mas a verdade é que existem vários que funcionam em cidades menores, justamente porque atendem a uma demanda específica que os grandes não alcançam.
Como surge a vontade de criar um aplicativo regional de transporte?
André percebeu que o transporte público em Itaperuna era muito precário e que os aplicativos que existiam não ofereciam gestão, nem suporte, deixando motoristas e passageiros sem segurança. Foi aí que decidiu investir. O valor inicial? Apenas R$ 8 mil. Um valor nada absurdo se comparado com o custo de abrir um negócio em cidades maiores.
O Mobi 22 foi lançado em novembro de 2024 e já realiza cerca de 8 mil corridas por mês. A proposta é simples: corrida mínima de R$ 10, dos quais R$ 9 ficam com o motorista. Ou seja, taxa fixa de 10%. Além disso, há incentivos com parcerias em postos, borracharias e oficinas para reduzir custos.
Segundo a gestão, motoristas exclusivos do aplicativo chegam a faturar entre R$ 4 mil e R$ 5 mil por mês. A meta é encerrar 2025 com 10 mil corridas mensais e diversificar a receita com publicidade e até tablets dentro dos carros.
Por que funcionou em Itaperuna?
O segredo está no tamanho da cidade. Em lugares menores, é mais fácil atingir o público. André investiu em panfletagem, fez a marca chegar rápido às pessoas e criou um serviço que atende a necessidade local.
Esse é um bom aprendizado, porque em cidades grandes, como São Paulo, enfrentar Uber ou 99 seria quase impossível sem milhões em publicidade. Mas em cidades pequenas, com uma boa ideia, divulgação simples e excelência no atendimento, dá para se destacar. O próprio Mobi 22, por exemplo, também oferece atendimento direto por WhatsApp, aproximando ainda mais motoristas e empresa.
O que nós, motoristas, podemos tirar desse caso?
Eu achei muito bacana a atitude do André. Ele viu um problema, entendeu que não era só dele, e criou uma solução. E sempre falo isso, quando você enxerga um problema que afeta muita gente, quem traz a solução tem a chance de ganhar dinheiro e transformar vidas.
Não estou dizendo que você precisa criar um aplicativo. Mas é importante sair do comodismo. Trabalhar como motorista de aplicativo garante sustento, mas é puxado e cansativo. Que tal separar um tempo para estudar, aprender, pensar em novos negócios? É assim que você começa a escalar.
Escalar significa multiplicar o dinheiro não só com o seu esforço físico, mas com ideias que podem ser replicadas e que fazem o dinheiro trabalhar para você. Às vezes, a margem é pequena, mas quando se atinge muitas pessoas, o volume faz a diferença.
A história do Mobi 22 mostra que empreender é acreditar, sonhar e, principalmente, dar o primeiro passo. André saiu de funcionário público para dono de aplicativo em menos de um ano, com um investimento pequeno e muita determinação. E você, já pensou em transformar um problema do dia a dia em oportunidade de negócio?
Um ótimo descanso para você que está em casa e um ótimo trabalho para quem está na pista.