Motoristas de aplicativo no Brasil enfrentam um cenário de queda na rentabilidade e aumento da carga de trabalho, segundo levantamento da GigU, plataforma que calcula a lucratividade de corridas. A empresa afirma que a falta de transparência nos repasses, a alta no preço dos combustíveis e mudanças nos modelos de precificação das plataformas têm impactado diretamente os ganhos dos trabalhadores.
De acordo com os dados divulgados, a carga horária semanal desses profissionais chega a 52 horas em média, podendo ultrapassar 60 horas em capitais como São Paulo. Ainda assim, a lucratividade mensal média na capital paulista não ultrapassa R$ 4.100. Em Maceió, a renda líquida média dos motoristas é de R$ 1.800, valor atribuido ao alto custo por quilômetro rodado.
A pesquisa indica que, em mais da metade das cidades analisadas, o lucro mensal líquido é inferior a R$ 3.000. Manaus e Pelotas registraram os piores resultados, com ganhos mensais abaixo de R$ 2.200. Em Belém, os motoristas gastam, em média, R$ 2.341,04 por mês com combustível, o que corresponde a cerca de 40% do faturamento mensal, segundo a GigU. A empresa também aponta que aproximadamente 30% dos motoristas utilizam carros alugados, o que reduz ainda mais a margem de lucro.
O levantamento mostra que, apesar da flexibilidade ser apontada como um atrativo, muitos motoristas recorreram aos aplicativos por falta de alternativas no mercado de trabalho formal. Em cidades como Pelotas (RS) e Uberlândia (MG), a posse do veículo próprio foi associada a maior lucratividade, mesmo com menor volume de corridas.
A GigU recomenda que motoristas não aceitem corridas sem saber previamente o valor estimado. A empresa oferece uma ferramenta que calcula em tempo real o rendimento por hora e por quilômetro, considerando fatores como localização, pedágios, horários de pico e preços de combustível. Outras orientações incluem reduzir custos fixos, operar com múltiplos aplicativos e evitar horários de baixa demanda.
Em pesquisa com 1.252 motoristas, 92% relataram estar endividados. Desses, 68% afirmaram que as dívidas comprometem despesas básicas, como alimentação e moradia. Além disso, 70% disseram não ter tempo ou renda suficientes para descansar, e 89% relataram impacto negativo na saúde mental. Entre os mais jovens (com menos de 35 anos), 61% declararam não conseguir planejar o futuro e 55% já consideraram deixar a profissão.
Neste 25 de julho, a GigU lança a campanha “Quem move o Brasil precisa ser visto”, com a intenção de chamar a atenção para as condições de trabalho desses profissionais. A iniciativa inclui uma carreata simbólica e a divulgação de depoimentos nas redes sociais.
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