Dizem que quem trabalha com carro alugado teria prioridade nas viagens em relação a quem usa veículo próprio. Vamos aprofundar essa discussão para, na medida do possível, esclarecer as dúvidas que pairam na cabeça de motoristas de norte a sul, de leste a oeste.
Você já deve ter ouvido por aí que a Uber supostamente favorece alguns motoristas, mandando para eles melhores viagens ou maior volume de corridas. Esse tipo de comentário é comum nos grupos de WhatsApp e também em algumas postagens nas redes sociais.
Os motoristas que acreditam nessa ideia baseiam-se, por exemplo, no suposto melhor ranqueamento de parceiros favorecidos no programa Uber Pro. Outros acham que, por trabalharem com carros alugados de empresas parceiras da Uber, esses motoristas teriam prioridade.
Também há quem acredite que contratar serviços oferecidos por parceiros da Uber, como plano de internet, assistência familiar, empréstimos bancários ou seguros, possa garantir algum tipo de vantagem. Qual sua opinião a respeito?
Você acredita que a Uber realmente favorece motoristas por um desses motivos? Por todos? Ou por algum outro que eu não mencionei? Ou será que tudo isso é apenas lenda? Independentemente da sua opinião, é importante expressá-la, sempre de forma inteligente, aqui nos comentários.
Bom, o fato é que aqueles que acreditam que a Uber favorece alguns motoristas não estão completamente errados. O próprio CEO global da Uber já declarou que a empresa adota critérios para tratar de forma diferenciada os motoristas mais engajados com a plataforma.
Os mais engajados são aqueles que fazem mais viagens, aceitam mais corridas, recusam menos, mantêm boas avaliações e, consequentemente, têm um bom ranqueamento no programa Uber Pro. No entanto, o CEO não detalhou como esse tratamento diferenciado funciona na prática.
O que tem circulado recentemente nas redes sociais é a suspeita de que as parcerias comerciais da Uber estariam sendo usadas como “moeda de troca” para favorecer motoristas, independentemente do ranqueamento no Uber Pro.
Ou seja, se você trabalha com um carro alugado de uma das locadoras parceiras da Uber, faz seguro com um banco vinculado à Uber (como o Digio, no caso do Uber Conta), ou contrata algum dos serviços que a empresa frequentemente oferece via mensagens, isso poderia significar vantagem nas corridas.
Mas a Uber nega que exista qualquer favorecimento a motoristas por conta de parcerias comerciais.
Isso a empresa não nega que seja feito. Mas o favorecimento por conta de ter um carro alugado de uma empresa parceira, ou de contratar um produto ou serviço que a Uber oferece por meio de uma grande empresa com quem fez parceria, isso está fora de cogitação. É o que diz oficialmente a empresa.
Eu, particularmente, não acho que a Uber esteja errada em priorizar os motoristas mais engajados. Só que o motorista que é mais engajado, então, recebe maior quantidade de viagens, recebe uma promoção X, e pode ter o mesmo resultado que um motorista excluído desses privilégios, mas que trabalhe de maneira seletiva e inteligente.
O que vai fazer o resultado, no final das contas, é exatamente a sua estratégia e não um favorecimento da Uber. Até porque a empresa não tá aí para favorecer motoristas em hipótese alguma. Não tem a menor dúvida de que a Uber não pensa no motorista, ela pensa em si mesma.
O motorista recebe uma promoção: 70 viagens por 180 reais durante a semana. Ou melhor, a Uber manda isso na segunda-feira de madrugada, valendo de domingo até quinta, ou de quinta até domingo. O motorista pensa na “promoção” e aceita mais viagens.
Isso faz com que o motorista baixe a guarda da sua seletividade, da sua estratégia. Não que seja errado alcançar aquela quantidade de viagens, mas eu, por exemplo, busco primeiro a qualidade da viagem e não a quantidade, para receber aquela promoção.
Dessa forma, a Uber vai envolvendo os motoristas. Às vezes, ela dá uma promoção que realmente vale a pena, mas na maioria das vezes é trocar seis por meia dúzia. Então, o motorista que sabe escolher melhor as viagens pode até fazer um resultado menor. Por exemplo, na semana, o motorista que recebeu a promoção fez R$ 2.500.
E o outro, que trabalha de maneira seletiva, fez R$ 2.000, só R$ 500 a menos. Mas, colocando na ponta do lápis: quantos quilômetros cada um deles rodou? Quanto tempo cada um ficou online? E faz o cálculo também da qualidade dessas viagens.
O motorista que é seletivo tem um ticket melhor, seja por hora, seja por quilômetro, enquanto aquele que se baseia nos favorecimentos da Uber, naquelas promoções que a empresa dá, costuma ter um ticket menor, rodar mais e ficar ainda mais tempo na pista. Essa é a conta que precisa ser feita.
É isso que você precisa ter em mente, ao invés de ficar alimentando que a Uber favorece motoristas por parceria ou por ter um carro alugado. Consegui ajudar você com as informações de hoje? Se sim, comenta aqui embaixo e compartilha com seus colegas.