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iFood e Abrapp discutem criação de plano de previdência para entregadores por meio de cashback

Abrapp e iFood avaliam possibilidade de criar um plano de previdência para entregadores de app com contribuição via cashback, buscando incluir trabalhadores em opções voluntárias ligadas ao CPF.

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Notícia
Informações objetivas sobre fatos relevantes para o mercado de mobilidade, com apuração direta da redação.
Entregador de moto com mochila vermelha do iFood nas costas trafega à noite por uma avenida movimentada.
Foto: Reprodução/Internet

Dirigentes da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) se reuniram com representantes do iFood no dia 17 de abril para discutir alternativas de proteção previdenciária e social aos entregadores vinculados à plataforma.

Segundo a Abrapp, participaram do encontro o Diretor-Presidente Devanir Silva, o Vice-Presidente do Conselho Deliberativo, Luís Ricardo Martins, o Coordenador do Grupo de Trabalho de Micro Pensões, Sylvio Eugênio, e o Superintendente Geral, Eduardo Lamers. Todos integram o grupo criado em março para desenvolver propostas de micro pensões voltadas a motoristas e entregadores de aplicativos.

Do lado do iFood, estiveram presentes o Vice-Presidente de Assuntos Jurídicos, Políticas Públicas e M&A, Lucas Marini Pittioni, e a Diretora de Políticas Públicas e Economia, Débora Gershon.

De acordo com a Abrapp, a proposta inicial apresentada envolve a criação de um fundo de proteção financiado por contribuições obtidas por meio de mecanismo de cashback. A entidade afirma que os representantes do iFood demonstraram interesse na iniciativa.

Como próximo passo, foi definida a formação de um grupo de estudos conjunto entre Abrapp e iFood para desenvolver projeções e modelos viáveis de implementação. Segundo Devanir Silva, o objetivo é estruturar uma proposta que contemple tanto os interesses da empresa quanto dos trabalhadores.

Luís Ricardo Martins destacou que a reunião permitiu uma melhor compreensão sobre o funcionamento do iFood e sua relação com os entregadores. Ele também mencionou que a empresa já vinha buscando alternativas de proteção social em diálogo com autoridades do governo.

O coordenador do grupo de trabalho da Abrapp, Sylvio Eugênio, afirmou que o desafio é construir uma proposta viável para ambas as partes. Já Eduardo Lamers ressaltou que a iniciativa é viável e que a empresa demonstrou preocupação com a proteção previdenciária dos entregadores.

Além disso, a Abrapp planeja iniciar uma prova de conceito com o iFood até o final deste ano e, posteriormente, expandir a iniciativa para outras plataformas, como o Uber. A entidade estima que, entre iFood e Uber, há uma população de 2,1 milhões de profissionais que poderiam ser beneficiados por planos de micropensões.

Segundo Devanir Silva, o produto a ser oferecido é um modelo já utilizado no setor de previdência, com estrutura mais simples. A ideia é que as empresas sejam responsáveis por disponibilizar o plano, mas a adesão seria facultativa para os trabalhadores. O plano seria vinculado ao CPF do profissional, permitindo portabilidade entre diferentes plataformas.

Silva também afirmou que o iFood demonstrou intenção de participar financeiramente do projeto. De acordo com ele, será necessário investir em estratégias de comunicação para dialogar de forma eficaz com os entregadores e com o público jovem, um perfil com o qual a Abrapp não costumava interagir.

Ele exemplifica o funcionamento do modelo com uma simulação: em uma corrida de R$ 15, por exemplo, a plataforma poderia destinar R$ 5 diretamente para o plano de capitalização do trabalhador. Segundo ele, essa contribuição funcionaria como uma forma de remuneração diferida.

Silva também mencionou um produto já existente chamado “Prévio Sonho” como possível diferencial para atrair o interesse dos trabalhadores. Segundo ele, esse modelo permite ao participante resgatar parte do saldo acumulado após cinco anos de contribuição, com possibilidade de utilização como uma renda periódica. Ele citou, por exemplo, a troca de um veículo ou a realização de um curso, como situações em que essa funcionalidade pode ser útil. O mesmo benefício poderia ser acessado a cada cinco anos após a contratação do plano.

A Abrapp também projeta que, nos próximos 10 anos, o patrimônio do setor de previdência complementar fechada, atualmente equivalente a 12% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, possa atingir 100% do PIB. A entidade acredita que a inclusão de novos trabalhadores, especialmente os vinculados a plataformas digitais, é fundamental para alcançar esse objetivo.

Nota de transparência: Este texto é uma adaptação automatizada de um release, com revisão humana, conforme diretrizes editoriais do 55content.

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