“Gasto R$600 por mês com aplicativos de transporte”: consumidora comenta sua relação com as viagens por app

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Entrevista
Conversas com especialistas, gestores e profissionais do setor, com perguntas conduzidas pela equipe do 55content.
Mulher sentada no banco traseiro de um carro, usando o celular enquanto aproveita a viagem
Foto: Divulgação/Uber

Jovem relata o seu dia a dia com o transporte privado e como isso afeta as suas contas: “Todo o dinheiro vai para o transporte”.

Mariana Tomiato, estudante de 19 anos, mora em São Paulo e compartilhou a sua jornada com os apps de transporte. A jovem paulista contou que utiliza as plataformas de 3 a 7 vezes por semana. Ela destaca a rapidez e a facilidade de solicitar corridas.

“Realmente gasto muito mais com carros de app do que com transporte público, por exemplo, mas a rapidez e o conforto do carro às vezes fazem com que eu escolha pedir sempre.”

Mariana ainda conta que escolhe ter mais tempo de sono ao invés de pegar um ônibus até a estação de metrô mais próxima de sua casa:
“Acho que é o principal motivo: conforto. Eu acordo muito cedo pra ir pro trabalho, então, às vezes, sei lá, 30 minutos que eu durmo um pouco mais, só pra poder pegar o carro, porque aí eu chego mais rápido no metrô, pra não precisar pegar ônibus. Quando eu chego no metrô muito tarde pra voltar pra casa, e no outro dia eu levanto cedo, eu chego mais rápido de carro também. Então, geralmente peço Uber ou 99, são os dois que eu uso, não conheço outros. Assim, é muito prático usar o carro, então eu sempre vou optar.”

Quando questionada sobre o quanto isso afeta as suas contas no final do mês, ela pondera:
“Já fiz cálculos dos gastos e chega a ser metade do meu salário. O resto que sobra ainda tento dar prioridade para usar com apps e, obviamente, sempre acabo deixando de comprar algo que é mais urgente.”

Mas ela contorna e explica que sempre tenta comparar os preços entre as plataformas e optar pelo mais atrativo no momento.

Você acredita que houve uma alta nos preços das viagens?
“Faz uns dois anos que eu estou usando os apps com mais frequência. E aumentou brutalmente desde que eu comecei a usar. O preço da viagem daqui pro metrô era uma faixa de R$20 e agora está R$35. E não é tão distante pra ter esse valor nas viagens. Então, aumentou demais, e eu percebo que, dependendo da região que você está em São Paulo, também aumenta muito.

De madrugada tem poucos carros disponíveis, e aí o preço aumenta bastante. Uma viagem que normalmente custa uns R$30 pode passar para R$60 nesse horário. Isso acontece direto.

E, de madrugada, pra mim, é sempre complicado. Quando eu vou pra uma festa, dependendo do horário, até dá pra pegar o metrô abrindo. Mas, na maioria das vezes, eu tô muito cansada. Passei a noite toda na festa, bebi, estou exausta, só quero chegar em casa e dormir. Então, acabo pegando um Uber.

Só que isso pesa demais no orçamento. Uma viagem dessas de madrugada pode sair por uns R$80. Metade do meu salário vai só pra pagar Uber e 99 porque eu uso muito. E o pior é que isso me impede de fazer outras coisas. Eu queria poder comprar algo que eu preciso, sei lá, como um produto pro meu cabelo ou algo pra mim mesma, mas não consigo. Todo o dinheiro vai pro transporte, e isso atrapalha muito.”

Como é a sua relação e os seus gastos com as plataformas de corridas?
“Nos últimos meses, tenho tentado me controlar, buscando maneiras de reduzir o uso de aplicativos de transporte e os gastos relacionados, já que possuo a opção de voltar para casa de ônibus. No entanto, ainda encontro dificuldades, pois a questão do conforto e da praticidade pesa muito na minha decisão. Por isso, acabo sempre optando pelo transporte por aplicativo.

Recentemente, fiz as contas e percebi que gasto quase R$600 por mês apenas com transporte. Isso inclui os deslocamentos para o trabalho, as voltas da faculdade e as saídas de final de semana. Como não dirijo, se preciso ir ao mercado, ao shopping ou visitar uma amiga, mesmo que seja perto, geralmente utilizo o Uber. Esses gastos acabam impactando bastante o orçamento.”

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