Plataforma dialoga com a prefeitura da capital paulista e apresenta dados: 59% dos entrevistados afirmar que usariam o serviço, se houvesse a disponibilidade.
Segundo informações publicadas pelo Terra, a plataforma de corridas por aplicativo 99 segue interessada em iniciar as operações do 99Moto na capital paulista e enxerga apoio da população.
A categoria, que já atua em mais de 3 mil cidades brasileiras, observa obstáculos na implementação em São Paulo. Em 2023, o serviço chegou a ser iniciado, mas foi obrigado a parar após rechaço do governo municipal, que alegou preocupação com a segurança em meio às centenas de mortes anuais no trânsito da capital paulista.
Segundo o Departamento de Transporte Público (DTP) de São Paulo, atualmente há na cidade 8.135 motos licenciadas para prestar serviço de motofrete.
Um estudo encomendado pela 99 à consultoria Access Partnership, realizado no início deste ano, revelou que 59% dos participantes em São Paulo declararam que utilizariam serviços de transporte por motocicleta via aplicativo, caso estivessem disponíveis na cidade.
“Temos dialogado com a prefeitura. Os motociclistas querem, as pessoas querem”, contou Bruno Rossini, diretor de comunicação da 99.
Ele também relembrou a implementação da faixa azul na capital, uma sinalização de segurança para as motocicletas, localizada entre as faixas veiculares 1 e 2, disponível em algumas vias paulistanas: “A faixa azul é uma inovação bem-vinda que tem aumentado a segurança das pessoas”.
A pesquisa realizada pela Access Partnership, que entrevistou 400 pessoas em São Paulo e cerca de 300 no Rio de Janeiro, não apresenta informações sobre acidentes. No entanto, Rossini destacou que “99,9% das corridas terminam de forma segura”, com base em dados de levantamentos anteriores da empresa.
Para ele, esse fenômeno se deve aos mecanismos no aplicativo que incluem alertas sonoros para controle da velocidade, como o “Alerta Velocidade”, que conta com um velocímetro no aplicativo, mostrando a velocidade em tempo real e emitindo avisos aos condutores caso o limite seja excedido. Também há os relatórios sobre as corridas feitos pelos usuários da plataforma.
A plataforma acredita que o serviço de moto por aplicativo funciona como um complemento ao serviço de transporte por carros, que algumas vezes pode não atender a todas as regiões da cidade, devido aos cancelamentos dos motoristas em comunidades, por exemplo.
O portal Terra procurou a Prefeitura de São Paulo, que afirmou em comunicado apenas que: “qualquer empresa que ofereça o serviço de transporte de passageiros por motocicleta na capital, seja por mototáxi ou aplicativo, está sujeita a sanções administrativas por parte do órgão, como multa e até o descredenciamento para operar na cidade”.
Além disso, a prefeitura acrescenta que a suspensão temporária do serviço de moto por aplicativos, determinada pelo prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes em janeiro do ano passado, foi motivada por “preocupações relacionadas à segurança e à saúde da população… e ao impacto no sistema público de saúde”, conta o Terra.
A prefeitura não divulgou informações sobre as análises realizadas no estudo que, eventualmente, já tenham sido concluídas.
Por fim, a Secretaria de Transportes da cidade afirmou que a decisão está sendo analisada e que não há um prazo para a decisão.
