Ela diz que os apps pequenos pagam por km, minuto, multiplicador dinâmico, têm uma taxa de 25%, e sobrevivem, e questiona o motivo de pagar de 40 a 60% para uma multinacional.
Na audiência pública realizada na última quarta-feira (29) em Mato Grosso do Sul para discutir o Projeto de Lei Complementar (PLP) 12/2024, Luciana Marçura, motorista e líder da Lady Driver de Sorocaba, manifestou suas preocupações e críticas em relação ao projeto. Representando 150 cidades e 113 mil motoristas mulheres, Marsura destacou a ausência de consideração pelos aplicativos regionais e menores.
“Todos me conhecem, sou Luciana Marçura, de Sorocaba, motorista e líder da Lady Driver. Represento também 150 cidades onde a Lady Driver está presente, com 113 mil motoristas mulheres”, iniciou Marçura. “Muitos deputados nem conhecem a nossa realidade. A primeira pergunta que faço é: onde estão aqui os aplicativos regionais, os pequenos aplicativos? O que está incluído nessas páginas não aborda nossas necessidades. Parece que essa PL foi feita exclusivamente para Uber e 99.”
Ela criticou a falta de reconhecimento dos aplicativos menores que, segundo ela, oferecem as melhores condições de pagamento para os motoristas. “Temos como comprovar que os aplicativos pequenos, as startups, pagam por quilômetro, minuto, multiplicador dinâmico, e têm uma taxa de 25%, e sobrevivem. Agora, por que pagar 40, 50, 60 por cento para uma multinacional? O que essa multinacional traz de benefício? O que essa multinacional paga de imposto para o governo? Nada. Agora eu tenho que pagar o que uma multinacional deveria pagar? Isso é totalmente errado”, questionou.
Luciana também destacou as dificuldades financeiras enfrentadas pelos motoristas independentes para participarem dessas discussões. “Sou de Sorocaba e tive que fazer uma vaquinha para poder estar aqui. Não sou a Caca, não sou o Leandro, que é pago pelo governo para viajar para cá”, afirmou ela. “Agora, quero ver o senhor chamar todos que estão aqui para Brasília e nos bancar, porque não temos mais dinheiro para correr atrás dos nossos direitos.”
Por fim, ela fez um apelo ao deputado Augusto Coutinho. “Deputado, se o senhor realmente quer fazer um benefício para os motoristas, está nas suas mãos, é o PLP 536, de Daniel Agrobom. Temos aqui um documento com todas as nossas demandas. O que foi apresentado até agora é para jogar fora”, concluiu Luciana Marçura.
