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“Temos motoristas de app que fazem R$ 11 mil por mês”: o empreendedor que morou na rua e hoje bate de frente com a Uber

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Entrevista
Conversas com especialistas, gestores e profissionais do setor, com perguntas conduzidas pela equipe do 55content.
Equipe da Te Levo Mobile
Foto: Te Levo Mobile/Reprodução

O aplicativo Te Levo cresce cerca de 20% ao mês, com mais de 40 mil corridas solicitadas.

Sérgio Brito, natural de São Paulo, mudou-se para Araxá, no interior de Minas Gerais, para trabalhar como cozinheiro no hotel mais famoso da cidade. Porém, com a chegada da pandemia e as consequentes mudanças em sua vida, encontrou-se desempregado e sem nenhuma fonte de renda. Sérgio então decidiu usar seu carro para trabalhar como motorista de aplicativo. “Eu comecei a perceber que os apps focavam muito nos usuários e deixavam de lado seus clientes primários, os motoristas.”

Após algum tempo trabalhando nas ruas de Araxá, Sérgio inovou ao criar um aplicativo que desse atenção e apoio aos motoristas da cidade. O Te Levo surgiu com a proposta de dar voz aos trabalhadores, oferecendo um ponto de apoio para tirar dúvidas, carregar o celular, beber água e usar o banheiro.

“A Te Levo nasceu para cobrir essa lacuna que os outros aplicativos deixavam a desejar com os motoristas. Temos um diálogo aberto com eles, preparamos café da tarde e mantemos um canal de comunicação”, afirma Sérgio. Além disso, os motoristas cadastrados no aplicativo têm descontos especiais em diversos estabelecimentos da cidade, como borracharias, serviços de suspensão e revisão de automóveis, autopeças, e podem economizar até 20% nesses serviços.

O aplicativo já alcançou novas cidades, como Guaxupé, Patos de Minas, Ibiá, Sacramento, Monte Carmelo, Catalão (Goiás) e Miguelópolis (São Paulo), com 170 motoristas ativos. Sérgio conta que o aplicativo cresce cerca de 20% ao mês desde sua criação em 2022.

Com números expressivos, a Te Levo registrou mais de 40.000 corridas solicitadas em apenas um mês, em Araxá, sua cidade-sede. Além disso, o aplicativo acumulou um total de R$620 mil no mês de abril e continua crescendo.

“Acredito que a média seja de R$6 mil por mês de faturamento para os motoristas, mas temos aqueles que chegam a R$11 mil apenas com o Te Levo”, explica Sérgio, destacando que o desempenho varia individualmente. Ele completa: “Deixamos a Uber no chinelo”, defendendo que o app é o mais popular entre os moradores das cidades atendidas.

A equipe do 55content também conversou com os motoristas do aplicativo, Rafael Rodrigues e Fernanda Corradi, que relataram suas experiências:

“Estou nessa profissão de motorista de aplicativo há oito meses e na Te Levo há três meses, o que mudou totalmente a minha vida. É um aplicativo que pensa tanto no cliente quanto no motorista, proporcionando um ambiente de trabalho melhor. Além disso, está crescendo cada dia mais com parcerias com supermercados e eventos. Para nós, motoristas, é muito gratificante trabalhar com a Te Levo”, conta Rafael.

Enquanto isso, Fernanda, uma das ‘mãetoristas’ do app, com a dupla jornada de trabalhar e cuidar dos filhos, destaca: “A diferença para os outros apps é que aqui temos proximidade para relatar dificuldades e, se houver algum problema, por eu ser mulher, temos um botão de pânico que, ao ser acionado, dispara o celular de todos os motoristas, incluindo aqui na central. Assim, temos o amparo da equipe do Sérgio e, independentemente disso, podemos ligar para a central e relatar: ‘Estou insegura’, e a equipe já começa a monitorar a nossa corrida. Isso gera uma confiança maior, principalmente para mulheres. Muita gente me pergunta se eu não tenho medo de trabalhar à noite, mas com esse respaldo, eu posso dizer que não. E isso eu não tinha com os outros aplicativos”, pondera Fernanda.

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