Neste artigo, explicamos passo a passo como adicionar paradas no Uber, os limites de tempo e custos adicionais, além de destacar quando essa função pode ser vantajosa para o passageiro.
Como Adicionar Paradas no Uber
A funcionalidade de adicionar paradas pode ser útil para quem precisa realizar tarefas rápidas sem interromper sua jornada. A seguir, você confere como adicionar paradas tanto antes de solicitar o carro quanto durante a corrida.
Passo 1: Antes de Solicitar a Corrida
- Abra o App da Uber: Ao abrir o aplicativo, o primeiro passo é clicar na barra de texto onde você normalmente digita o destino. A opção “Para onde?” aparecerá.
- Adicione o Destino e as Paradas: Após inserir seu destino final, toque no ícone de “+” ao lado da caixa de texto. Isso permitirá adicionar até cinco paradas ao longo do trajeto, incluindo o destino final. A ordem das paradas deve ser respeitada para evitar confusão durante a corrida.
- Revise e Confirme: Depois de inserir todas as paradas, o aplicativo mostrará um mapa com todos os pontos e o valor estimado da corrida. Esse mapa ajudará a visualizar a rota e determinar o custo final. Se estiver satisfeito com a configuração, toque em Salvar e pronto!
Limites de Tempo e Custos: O Uber permite que as paradas tenham um tempo máximo de três minutos sem gerar custos extras. Se o tempo de parada ultrapassar esse limite, uma cobrança adicional pode ser aplicada.
Passo 2: Durante a Corrida
- Acesse os Detalhes da Corrida: Durante a viagem, deslize a tela para cima para visualizar os detalhes do trajeto.
- Adicione ou Altere a Parada: Clique em “Adicionar ou alterar”, onde o destino está mostrado. Você verá um ícone de “+” ao lado dos destinos. Ao clicar, poderá incluir mais uma parada.
- Confirme a Alteração: O novo valor da corrida será mostrado, com as paradas extras incluídas. Após visualizar o custo final, clique em Concluir para finalizar a alteração.
Limites de Paradas e Custos Adicionais
A Uber permite que você adicione até cinco destinos em uma única corrida, incluindo o destino final. Contudo, há algumas condições importantes para garantir que o processo não gere custos inesperados:
- Tempo de Espera: As paradas não podem ultrapassar três minutos de espera. Caso o tempo de espera seja maior, será cobrada uma tarifa extra pelo tempo adicional.
- Roteiro e Ordem das Paradas: A ordem em que as paradas são inseridas deve ser seguida para otimizar o trajeto e evitar alterações inesperadas no cálculo do valor da corrida. Embora o app permita editar as paradas durante a viagem, sempre é recomendável manter uma sequência lógica para facilitar a viagem.
Quando é Vantajoso para o Passageiro
Adicionando paradas no Uber pode ser vantajoso em várias situações, desde dividir uma viagem com amigos até realizar pequenas tarefas. Veja quando essa funcionalidade se torna mais interessante:
- Viagens Compartilhadas: Se você está indo para o mesmo destino, mas com diferentes amigos ou colegas, adicionar paradas pode ser uma ótima maneira de dividir a viagem e economizar.
- Tarefas Rápidas: Precisa buscar um objeto, fazer uma compra rápida ou pegar algo antes de chegar ao destino? As paradas rápidas são uma excelente opção para não interromper totalmente sua viagem.
- Roteiros Flexíveis: Se você precisa fazer um trajeto mais flexível, sem comprometer o tempo ou o custo, adicionar paradas pode ser uma boa maneira de ajustar a rota conforme suas necessidades.
Relatos de motoristas da Uber revelam desafios e frustrações com paradas durante as corridas
O motorista de aplicativo Deivys Vieira, que atua diariamente pelas ruas como parceiro da Uber, compartilhou com riqueza de detalhes a sua visão sobre a funcionalidade de adicionar paradas nas corridas — recurso cada vez mais usado pelos passageiros, mas que, segundo ele, representa um grande transtorno para quem está atrás do volante.

“A Uber paga muito mal pelo tempo de espera”
Segundo Deivys, o impacto das paradas vai além da simples interrupção do trajeto. “Impacta até que muito. Depende, porque tem cliente que faz parada rápida, mas tem uns que demoram demais. E a Uber paga muito mal esse tempo de espera”, afirma. O limite de três minutos por parada, estipulado pela Uber para evitar cobranças extras ao passageiro, raramente é respeitado, o que gera prejuízos ao motorista.
“A maioria das paradas são em locais proibidos”
Outro ponto que ele destaca com preocupação é a localização das paradas. “Na maioria das vezes, essas paradas rápidas são em local proibido. A gente não tem onde parar. Aí o cliente quer que você fique lá parado, correndo risco de levar multa. E se você não para, ele ainda fica bravo”, relata.
Segundo Deivys, essa pressão faz com que o motorista se sinta desamparado: “A gente fica no meio do caminho, porque o cliente quer que pare, e a lei diz que não pode. E se a gente não atende, ainda corre o risco de receber nota baixa ou reclamação.”
“O passageiro agradece, mas isso não cobre o prejuízo”
No dia a dia, ele relata que raramente os passageiros demonstram real consideração pelo tempo ou pelos custos gerados ao motorista. “Falam ‘obrigado por esperar’, mas um obrigado não paga o tempo que a gente ficou parado. E o adicional de parada, quando vem, não paga nada praticamente”, desabafa.
Deivys diz que muitos passageiros não têm empatia com os custos ou riscos envolvidos. “Infelizmente, a maioria não se importa. Quer que você faça o serviço, não importa como, nem onde.”
“Quando a parada é no meio da corrida, o valor cai”
Em um relato específico, ele mostra como a própria lógica da plataforma penaliza o motorista mesmo quando a rota aumenta. “Ontem fiz uma corrida que custava R$26. A passageira pediu para adicionar uma parada no meio. Andei mais 700 metros e o valor caiu para R$22. Depois ela mudou de novo, e o preço subiu para R$86. Ou seja, só compensou pra mim quando ela inseriu mais distância ainda. Mas no começo, eu perdi dinheiro por fazer mais.”
Essa dinâmica leva a uma conclusão preocupante: o sistema de cálculo da Uber favorece o passageiro, mesmo quando isso representa prejuízo direto para o motorista. “A Uber faz de tudo pro passageiro pagar menos. E quem paga a conta é a gente”, afirma.
“A Uber esconde que tem parada”
Outro ponto crítico citado por Deivys é a falta de transparência no momento em que o motorista aceita a corrida. Ele diz que, quando a viagem tem paradas e dura mais de 45 minutos, o aplicativo não mostra os pontos intermediários — apenas o início e o fim. “A Uber esconde as paradas. Você só descobre depois que aceita. E isso é muito grave, porque a gente não sabe se vai pra um lugar perigoso ou se a parada vai ser longa.”
Em comparação, ele elogia a 99 por mostrar o trajeto completo com todas as paradas antes da corrida ser aceita: “Na 99 eu consigo ver do ponto A até o D, com todas as paradas. A Uber mostra só de A pra B, depois B pra C, e assim por diante. Ela fraciona o trajeto pra gente não saber pra onde tá indo.”
“O passageiro quer, a Uber esconde, e o motorista sofre”
A sensação, para Deivys, é de completo abandono por parte da plataforma: “A Uber não protege o motorista. Cobra taxa alta, não dá benefício nenhum. Seguro de vida é a gente que paga. Cashback de R$1 é o que eu dou pra morador de rua. A empresa odeia o motorista.”
Ele também relata que muitos passageiros abusam da funcionalidade, fazendo paradas longas ou até mesmo usando de má-fé. “Tem gente que dá nota baixa só pra ganhar cupom de desconto da Uber. Isso também prejudica a gente.”
“É estressante. Acaba com o dia”
A rotina de trabalho, marcada por paradas não sinalizadas, esperas longas, locais de risco e baixas compensações, traz consequências emocionais. “Às vezes você não está preparado para uma parada de 10, 15 minutos. O passageiro não tem senso. Isso gera um estresse enorme e estraga o nosso dia.”
Apesar das dificuldades, Deivys ressalta que tenta manter a cordialidade. “Mesmo quando a corrida paga mal, trato o passageiro bem. Mas a gente fica desanimado. Quando a corrida paga bem, você vai animado, feliz. Porque você sente que está sendo valorizado.”
“Falta de clareza no Sistema de Paradas”

Cristiano Franco, motorista de aplicativo há quase oito anos, destaca as principais dificuldades enfrentadas com o sistema de paradas durante viagens. Ele traz uma perspectiva prática e realista sobre como essas paradas afetam o dia a dia dos motoristas e a própria dinâmica do aplicativo.
Cristiano observa que o aplicativo não informa claramente o tempo nem o local exato das paradas:
“No cartão de chamadas, a Uber informa que há paradas, mas não diz exatamente onde. Na 99, o cartão de chamadas às vezes mostra a parada, mas também de forma vaga. Só depois de aceitar a corrida é que sabemos quantas paradas serão e onde estão.”
Ele ressalta que esse sistema causa insegurança e medo nos motoristas, além de dar a sensação de que estão perdendo dinheiro:
“O que deveria ser simples se torna misterioso, e ficamos com a impressão de que vamos perder tempo e ganhar menos.”
“Baixa Remuneração em Relação ao Tempo”
Cristiano explica que o pagamento pelos minutos de parada não compensa o tempo gasto, especialmente em categorias mais básicas do aplicativo:
“Hoje, a maior dificuldade do motorista é o ganho em relação ao tempo. Em cidades como São Paulo, o cálculo já é mais baseado no tempo do que na distância, mas aqui em Porto Alegre ainda é mais pela distância, considerando um pouco o tempo. Mesmo assim, o adicional pelas paradas quase nunca faz diferença no valor final.”
Ele destaca que o sistema só aumenta o valor das paradas quando ninguém aceita a corrida:
“Percebo que as paradas só ganham valor significativo quando vários motoristas recusam, obrigando o aplicativo a pagar mais para que alguém aceite.”
“Risco para o Motorista e Manipulação por Passageiros”
Cristiano alerta que muitos passageiros adicionam paradas durante a viagem como forma de burlar o sistema, especialmente quando o destino final é um local de risco ou onde há menos motoristas dispostos a aceitar a corrida:
“O passageiro sabe que, se colocar a parada antes de iniciar a busca por um motorista, ninguém vai aceitar. Então, adicionam a parada no meio da viagem para garantir que um motorista pegue.”
Ele também chama atenção para o risco físico, especialmente em áreas perigosas ou durante o tempo de parada:
“O passageiro precisa pensar se o local é seguro. Muitos esquecem que existe perigo em qualquer lugar – o ladrão precisa apenas de uma oportunidade. Às vezes, saem do carro e deixam a porta aberta, sem pensar no motorista.”
“Falta de Empatia e Comunicação com Passageiros”
Cristiano observa que os passageiros raramente entendem que o tempo do motorista tem valor:
“Muitos dizem que vão buscar algo ‘rapidinho’ e deixam o motorista esperando mais tempo do que o aceitável. Os dois minutos de tolerância sem custo adicional não são informados claramente aos passageiros, o que causa frustração e desconforto.”
Mesmo assim, Cristiano adota uma postura profissional:
“Sempre que aceito uma viagem com paradas, tento fazê-las com excelência. Não fico cobrando ou lembrando o passageiro do tempo, mas, se percebo que estão abusando, aviso para agilizar o processo.”
“Falta de Feedback e Bloqueio de Passageiros Problemáticos”
Cristiano destaca que nunca recebeu um feedback espontâneo de passageiros sobre o serviço, mas percebe que há resistência:
“Muitos dizem que motoristas não gostam de fazer paradas, ou contam experiências negativas com outros motoristas.”
Para evitar experiências ruins, ele é proativo:
“Se a parada foi longa e desrespeitosa, deixo minha avaliação com ressalvas e, quando a experiência é muito negativa, bloqueio o passageiro para não realizar mais viagens com ele.”
Observação Importante
Cristiano finaliza ressaltando que, na prática:
- O sistema de paradas atual não beneficia o motorista – além de pagar pouco, falta clareza e o risco aumenta.
- O tempo é o recurso mais precioso do motorista – e raramente é valorizado tanto pelo passageiro quanto pelo aplicativo.
- Uma postura educada e profissional sempre é adotada, mas há limites – e o motorista tem que proteger seu tempo, segurança e rendimento.
Relato Detalhado das Passageiras sobre a Função de Paradas no Uber
Primeira visão
Aline Carlin, usuária assídua do Uber, compartilha que utiliza 100% das vezes a função de paradas quando precisa buscar alguém ou quando alguém vem buscá-la:
“Por exemplo, estou indo a uma festa com uma amiga. Saio da minha casa, paro na casa dela, e o destino final é a festa. Assim, a gente chega junto.”
Os principais motivos para essa escolha são: Segurança – estar acompanhada torna a experiência mais tranquila; e praticidade e economia – facilita dividir o custo da corrida.
Aline nunca teve experiências negativas, embora note que os motoristas nem sempre recebem bem as múltiplas paradas:
“Eles reagem de forma um pouco desconfortável, principalmente quando as paradas desviam muito da rota.”
Ela já enfrentou cobranças adicionais por exceder o tempo de parada, mas considera isso justo:
“O motorista está ali perdendo tempo de trabalho esperando alguém. O tempo dele também vale.”
Aline também prefere a Uber à 99, porque esta última tem limite no número de paradas. Ela planeja antecipadamente o trajeto para maximizar a economia e a eficiência do percurso.
Segunda Visão
Júlia Polo, também passageira do Uber, compartilha uma rotina similar:
“Costumo pedir Uber na volta do trabalho, porque tenho uma amiga que mora perto. Compensa dividir. Também antes de festas ou bares, para nunca chegar sozinha e sempre acompanhada.”
Assim como Aline, Júlia usa a função de paradas por motivos de segurança e praticidade, seja com amigos ou até com o namorado:
“Apesar de a casa dele ser mais perto, a gente optava por passar primeiro na minha e depois na dele para que eu não ficasse sozinha.”
Júlia nunca alterou o trajeto durante a viagem, mas já enfrentou situações incômodas com motoristas:
“Teve uma vez que o Uber foi grosseiro. Eu disse que a pessoa estava descendo no elevador, mas ele cancelou a viagem na minha cara. Achei chato, não estava esperando há muito tempo.”
Ela reforça que, em geral, não costuma enfrentar cobranças adicionais porque se organiza para que a pessoa desça rapidamente. No entanto, percebe resistência por parte dos motoristas quando as paradas são mais distantes:
“Alguns motoristas ficam desconfortáveis e deixam claro que prefeririam uma ordem diferente nas paradas para facilitar para eles. Mas, como estou pensando na minha segurança, acabo insistindo.”
Júlia afirma que a possibilidade de múltiplas paradas é um fator decisivo para escolher o Uber:
“Se outro app não oferecesse a opção de parada, eu preferiria o Uber. A 99 também tem essa opção, mas já passei por situações incômodas com motoristas que foram grosseiros.”
Observações Gerais
- Tanto Aline quanto Júlia valorizam a segurança e a praticidade proporcionadas pela função de paradas, principalmente em trajetos noturnos e compartilhados com amigos.
- Ambas observam que alguns motoristas demonstram resistência quando percebem que a parada altera significativamente a rota ou o tempo de viagem.
- As duas têm uma postura compreensiva em relação ao tempo do motorista, reconhecendo a importância de não ultrapassar o limite gratuito de 3 minutos.
- A Uber se destaca para ambas como a melhor opção para viagens com múltiplas paradas, por oferecer mais flexibilidade que outros aplicativos como a 99.
A funcionalidade de adicionar paradas no Uber certamente oferece flexibilidade e praticidade aos passageiros, permitindo dividir viagens, realizar tarefas rápidas e ajustar o trajeto de acordo com as necessidades.
No entanto, essa mesma conveniência revela um cenário complexo para os motoristas, que enfrentam desafios como tempo de espera mal remunerado, riscos à segurança, falta de clareza nas informações do trajeto e, muitas vezes, a sensação de serem desvalorizados pelo sistema.
Por outro lado, passageiros como Aline e Júlia demonstram que, com planejamento e respeito pelos limites estabelecidos, é possível fazer uso consciente e benéfico desse recurso.