O CEO do StopClub, Luiz Gustavo Neves, em artigo para o portal Economia SP, afirmou que a maioria dos motoristas não concorda com a decisão judicial que obriga a Uber a assinar a carteira de todos os motoristas.
“Um dos principais motivos pelos quais a categoria não quer trabalhar com carteira assinada é a preservação da autonomia, podendo trabalhar até mesmo em mais de uma plataforma, de acordo com a disponibilidade e necessidade. O eventual registro pela CLT implicaria, no entendimento deles, em um mínimo de horas trabalhadas na semana ou no mês, além do pagamento de encargos”, defendeu Neves.
De acordo com ele, motoristas de aplicativos querem escolher os dias e horários em que vão trabalhar, assim como quais corridas aceitar e, havendo o registro em CLT, eles perderão essa autonomia.
“Obviamente, defendemos que todo esse contingente de trabalhadores, que pela faixa etária compreende uma grande quantidade de pais e mães de família, tenham condições dignas de trabalho. No entanto, entendemos que, antes de impor a necessidade de registro em carteira de trabalho é necessário ouvir a categoria, buscando, assim, identificar seus reais interesses”.
Neves ainda explicou que, para ele, dada a importância crescente dos serviços de transporte e entrega por aplicativo na vida cotidiana, interferências que desestimulem os motoristas a continuar nesse setor podem impactar negativamente não apenas a categoria, mas a população como um todo.
O StopClub está envolvido em uma outra disputa judicial com a Uber, em que a empresa norte-americana pediu a retirada de ferramentas do aplicativo do ar que recusa automaticamente corridas configuradas como ruins pelos motoristas.
