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Valor dos impostos no Brasil pesam no faturamento dos motoristas de app

Nos EUA, motoristas de app pagam menos impostos e levam mais dinheiro para casa. Já no Brasil, motoristas ganham menos e pagam mais impostos mas sem retorno nos serviços públicos. 

Homem com óculos e camiseta branca sentado dentro de um carro, com o fundo mostrando uma rua e parte de um prédio azul.
Foto: Luis Hatada para 55content

Estados Unidos, Japão ou Brasil: onde o trabalhador ganha mais e paga menos impostos? Você já parou para pensar onde o trabalhador recebe um salário maior, paga menos impostos e tem a melhor qualidade de vida? Se essa dúvida já passou pela sua cabeça, fique comigo até o final deste artigo, porque hoje vamos comparar esses três países. Vamos entender como funciona a tributação e quanto realmente sobra no bolso do trabalhador no fim do mês.

Agora vamos direto ao ponto, começando pela comparação dos impostos.

Nos Estados Unidos, o imposto de renda varia de 10% a 37%, dependendo do salário. Cada estado tem suas próprias regras, e alguns nem cobram imposto de renda. Não existe um imposto nacional sobre consumo, apenas taxas estaduais, que variam entre 0% e 10%. Na Flórida e no Texas, por exemplo, não há imposto de renda estadual. Você sabia disso? Isso significa que um trabalhador que ganha 4 mil dólares por mês pode acabar levando para casa uma fatia muito maior do salário, dependendo das deduções federais.

No Japão, o imposto de renda pode chegar a 45% para os salários mais altos. Além disso, há uma taxa adicional de 10% de impostos municipais, pagos diretamente à cidade onde a pessoa mora. O imposto sobre consumo no Japão é fixo em 10% para todo o país.

Se você comprar um celular no Japão que custa 100 mil ienes, cerca de 3.700 reais no câmbio atual, já sabe que 10 mil ienes – aproximadamente 370 reais – são apenas impostos sobre consumo. Mas há um ponto positivo: o dinheiro dos impostos no Japão realmente retorna para a população em forma de serviços públicos de alta qualidade, como saúde, transporte e segurança.

Agora, vamos falar do Brasil, onde a tributação está entre as mais altas do mundo. O imposto de renda varia entre 7,5% e 27,5%, dependendo do salário. Além disso, há uma grande quantidade de impostos indiretos, como ICMS, PIS e COFINS, que encarecem muitos produtos e serviços. Na prática, quem arca com esses custos é o consumidor. Dependendo do produto, quase 40% do valor final é composto por impostos.

Vamos a alguns exemplos práticos de tributação no Brasil:

  • Gasolina: Cerca de 40% do preço pago nos postos são impostos como ICMS, PIS e COFINS.
  • Celulares e eletrônicos: No Brasil, a tributação sobre smartphones pode chegar a 50% do valor total. Um iPhone, que custa em média mil dólares nos Estados Unidos – cerca de 5.800 a 6 mil reais –, pode custar até 10 mil reais ou mais no Brasil, devido aos impostos.
  • Alimentos: Muitos produtos essenciais são altamente tributados. O arroz, por exemplo, tem uma carga tributária de cerca de 18%, enquanto o leite paga quase 20% em impostos.

Agora, um ponto muito importante para os motoristas de aplicativo: os carros. No Brasil, um veículo pode custar duas ou até três vezes mais do que nos Estados Unidos, pois a tributação pode ultrapassar 50% do valor final. E vale abrir aqui um parêntese: agora você entende por que tantos motoristas de aplicativo têm dificuldade para manter a manutenção do carro em dia ou trocar de veículo com mais frequência?

E o pior de tudo: mesmo com essa alta carga tributária, os serviços públicos no Brasil deixam muito a desejar. Saúde, segurança, transporte e educação são problemas constantes. No centro de São Paulo, por exemplo, furtos de celulares e vidros de carros quebrados são cenas comuns.

E isso nos leva a uma questão fundamental: depois de pagar todos esses impostos, quanto realmente sobra no bolso do trabalhador?

Agora, vamos falar do salário líquido, que é o que realmente importa.

Nos Estados Unidos, o trabalhador recebe um salário líquido maior, já que os impostos sobre consumo são baixos e alguns estados nem cobram imposto de renda. Porém, a saúde pública gratuita praticamente não existe. Se você quiser um plano de saúde nos Estados Unidos, pode acabar pagando milhares de dólares por ano.

No Japão, o salário líquido é menor devido à alta carga tributária. No entanto, o trabalhador recebe em troca serviços públicos de altíssima qualidade, como transporte eficiente, segurança e um sistema de saúde acessível. Mas o custo de vida no Japão, especialmente em Tóquio, é altíssimo.

No Brasil, o salário líquido do trabalhador também é reduzido devido aos impostos indiretos que encarecem tudo. Apesar de termos saúde e educação públicas gratuitas, muitas pessoas precisam pagar por planos de saúde privados e escolas particulares para garantir um serviço de qualidade.

Agora eu quero saber de você: você prefere pagar menos impostos e ter mais dinheiro no bolso, como nos Estados Unidos? Ou pagar mais impostos e receber serviços públicos de qualidade, como no Japão? Ou você acha que o Brasil ainda tem alguma vantagem? Afinal, onde vale mais a pena trabalhar?

Vamos recapitular com essa tabela que vou colocar aqui na tela para vocês.

Se você quer um salário maior e liberdade para investir, os Estados Unidos podem ser a melhor opção. Se você valoriza segurança e serviços públicos eficientes, o Japão pode ser ideal. Eu já morei no Japão por sete anos e posso garantir que as coisas lá funcionam muito bem.

Já no Brasil, infelizmente, pagamos muito imposto e quase não temos retorno.

E, para finalizar, quero deixar uma reflexão para vocês: muitas pessoas dizem que querer não é poder, mas eu prefiro acreditar no contrário. Querer é poder, sim! Primeiro, você precisa querer. Depois, trabalhar para concretizar essa ideia. E, por último, fazer acontecer. Simples assim. Se der certo, ótimo.

E se der errado? Tá tudo bem, faz parte. Você segue em frente e tenta novamente. Se você continuar insistindo, uma hora vai dar certo com certeza.

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Luis Hatada

Luis Hatada, conhecido como "Uber do Japa", é motorista de aplicativo desde 2018 e, ao perceber as dificuldades dos colegas em gerenciar ganhos e despesas, criou um canal no YouTube em 2019. Nele, compartilha orientações sobre gestão financeira e desenvolvimento pessoal, defendendo que a profissão exige uma mentalidade empreendedora. Seu conteúdo aborda temas como administração financeira e autodesenvolvimento, com o objetivo de ajudar motoristas a melhorar a rentabilidade e superar desafios diários.

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