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No Uber Black uma corrida de R$34,00 rendeu R$50,00 porque o passageiro disse “fica com o troco”

Já fiquei meia hora parado, mas quando o Uber Black tocou, o valor cobriu esse tempo sem rodar. 

Motorista de aplicativo sentado no carro, sorrindo para a câmera e gesticulando com as mãos. Ele usa uma camiseta preta, cinto de segurança e um relógio inteligente no pulso esquerdo.
Foto: Ian Rocha para 55content

Salve, dedos nervosos que têm a taxa acima de 90%! Quero compartilhar algumas mudanças que aconteceram comigo ao sair da categoria X para a categoria Black. Vou falar sobre as principais diferenças, como isso impactou o meu trabalho particular e quais estratégias estou adotando para conseguir mais passageiros fora dos aplicativos. Desde que troquei para o BYD King, percebi algumas mudanças importantes que têm feito diferença na minha rotina. Quero trazer essas informações para vocês, mostrando o que estou sentindo na prática com essa transição para a categoria Black. Vamos lá?

O primeiro ponto que quero destacar é o conforto. A mudança foi significativa. Trabalhar com um carro da categoria Black proporciona um nível muito maior de conforto. Não estou falando apenas do BYD King, mas de todos os veículos dessa categoria. Sempre que trabalhei no Black, me senti muito menos cansado, principalmente devido ao conforto dos bancos, da direção e do câmbio automático. O carro em si oferece uma experiência mais agradável, e depois de 9 ou 10 horas de trabalho, o cansaço é bem menor do que quando dirigia um carro da categoria X. Para quem pensa em migrar para a categoria Black ou até para o transporte executivo, esse é um ponto muito relevante.

O segundo ponto é que, pelo menos em Belo Horizonte, não dá para depender exclusivamente da categoria Black. Se eu ficar só no Black e no Comfort, em vários momentos simplesmente não há corridas. Imagine então se eu trabalhasse apenas no Black! Em muitas regiões mais afastadas, onde a demanda pelo Black é baixa, acabo voltando com uma corrida no X para não rodar vazio. Muitas vezes fico bastante tempo parado. A diferença é que, na categoria Black, as corridas pagam melhor, o que compensa a espera. Para vocês terem uma ideia, já fiquei meia hora sem corrida, mas quando tocou, o valor cobriu esse tempo parado. No Black, roda-se menos, mas o faturamento por corrida tende a ser maior.

Isso nos leva ao terceiro ponto: a mudança de mentalidade na forma de trabalhar. No X, principalmente nos horários de pico, é preciso ser “dedo nervoso”, aceitando corrida o tempo todo. A taxa de aceitação oscila bastante, porque rejeitamos várias corridas ruins até aparecer uma boa. No Black, minha taxa de aceitação aumentou muito. Antes ficava entre 7% e 10%, agora está em quase 30%, porque fico mais tempo parado esperando uma corrida realmente vantajosa. No X, quando ficamos parados sem tocar corrida, bate aquela preocupação e a necessidade de se movimentar. Já no Black, se eu estou em uma região de demanda, sei que vai tocar algo bom, então fico mais tranquilo. É um jogo de paciência.

Só para esclarecer: eu não ativo a categoria X no meu dia a dia. Estou testando essa estratégia e só ligo o X em momentos específicos, como quando preciso sair de uma área ruim.

Outro ponto importante: estou aceitando pagamentos em dinheiro, e a maioria das corridas são feitas dessa forma. A cada 10 corridas, cerca de 6 são pagas em dinheiro e de 3 a 4 via Pix. Até agora, não me recordo de nenhuma corrida paga em dinheiro na categoria Black em que eu não tenha recebido gorjeta. Muitas vezes, essa gorjeta é bem generosa. Já aconteceu de uma corrida de R$34,00 render R$50,00 porque o passageiro disse “fica com o troco”. Isso acontece com frequência.

Agora vamos para a parte que todo mundo quer saber: como estou conseguindo passageiros particulares para garantir uma renda além dos aplicativos e, quem sabe, migrar para o transporte executivo?

Primeiro ponto: a aparência importa. Em 80% dos casos, minha vestimenta influencia na impressão que passo para os passageiros. No Black, o público é mais exigente, e isso faz diferença. Apesar de serem menos problemáticos do que no X ou no Comfort, os passageiros da categoria Black são mais discretos. Se algo os incomodar, dificilmente reclamarão diretamente, mas podem simplesmente não chamar mais o seu carro. Por isso, estar bem vestido, dirigir de forma tranquila e ser educado faz toda a diferença. Eu me comunico apenas quando o passageiro puxa assunto, e quando isso acontece, levo a conversa de forma gentil e profissional.

Com essa postura, já passei meu telefone para cinco passageiros no último mês. O problema é que eu estava sem cartão de visita, o que me fez perder uma oportunidade. Um casal de passageiros que estava voltando de uma festa pediu meu contato, pois fariam uma viagem internacional e poderiam precisar do meu serviço. Como eu não tinha um cartão, pedi para anotarem meu telefone, mas o passageiro, que tinha bebido um pouco, acabou desistindo de anotar na hora. Com um cartão de visita, esse contato teria sido garantido.

Por isso, ter cartão de visita é essencial. Passar o telefone de forma avulsa pode fazer o passageiro esquecer, mas um cartão com QR Code direcionando para o WhatsApp, redes sociais ou até mesmo contendo a chave Pix ajuda muito a fidelizar clientes. O segredo não é “pescar” passageiros dentro do aplicativo, mas sim estar preparado quando eles pedirem o seu contato.

E aí entra um ponto fundamental: no particular, o valor da corrida é muito maior. Esse é o caminho para começar a se desligar dos aplicativos. Quem faz a transição do X para o Black e sabe aproveitar as oportunidades começa a captar clientes para serviços bem remunerados, como viagens.

Um exemplo: recentemente, uma passageira que conheci pelo app me perguntou se eu faria uma viagem para o Rio de Janeiro, pois ela não queria viajar sozinha. No entanto, o orçamento ficou acima do esperado para ela, já que, nesse tipo de serviço, o cliente precisa pagar não só a ida, mas também a volta e as diárias do motorista. Mas a proposta surgiu! Se eu continuar captando passageiros de um público com maior poder aquisitivo, eventualmente começarei a fechar viagens particulares.

Esse é o caminho para reduzir a dependência dos aplicativos e conquistar uma nova forma de trabalho mais rentável. Espero que esse conteúdo tenha sido útil. Se gostou, deixa seu like e tamo junto!

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Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

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