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Carro autônomo virá para o Brasil e ficará com as melhores viagens

O objetivo da Uber é eliminar os motoristas e só ter carros autônomos que não reclamam de suas taxas de 50%.

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Opinião
Textos assinados que refletem o ponto de vista do autor, não necessariamente da equipe do 55content.
Homem de boné e camisa polo clara falando diante de imagem de um carro autônomo da Uber com sensores no teto, acompanhado de manchete sobre a chegada dos robotáxis da empresa a vários países em cerca de um ano.
Foto: Fernando Floripa para 55content

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do 55content

Você sabia que o objetivo da Uber é eliminar a necessidade de motoristas? Isso mesmo: não depender mais de condutores humanos. A empresa deu mais um passo nessa direção ao fechar uma nova parceria com uma fabricante de carros autônomos. E já deixou claro que, em cerca de um ano, o serviço de veículos que dirigem sozinhos estará disponível em vários países.

Muita gente pode pensar: “Ah, isso nunca vai chegar no Brasil”. Mas eu estou aqui pra te explicar exatamente como a Uber pretende colocar esses carros no país.

Olá, motorista! Aqui é o Floripa diretamente do portal 55content, trazendo uma notícia quentinha: a Uber firmou mais uma parceria com uma empresa especializada em carros autônomos. No total, já são mais de 12 parcerias com fabricantes desse tipo de veículo — os famosos carros que andam sozinhos, que dispensam motoristas. São veículos que não reclamam, não dormem e não se incomodam com taxas abusivas, como a de 50% que a Uber cobra atualmente.

A iniciativa já começou na China, está em funcionamento nos Estados Unidos, e agora o foco é a Europa. E se você acha que o Brasil vai ficar de fora, está enganado. O carro autônomo virá para o Brasil, sim, mas não da forma como muita gente imagina. Eles não serão implementados em todas as cidades nem assumirão todas as corridas de imediato. A Uber sabe o que está fazendo — ela não vai colocar esses veículos em situações arriscadas ou pouco rentáveis, como estradas de terra, comunidades ou trajetos que exigem troco ou envolvem passageiros problemáticos.

Quando os carros autônomos chegarem por aqui, eles vão focar apenas nas melhores oportunidades. Vão realizar as corridas mais curtas, em trajetos controlados, pelas vias mais seguras e estruturadas. Inicialmente, aparecerão para clientes com maior poder aquisitivo e influência, como autoridades e pessoas com alto poder de decisão. Cidades como Brasília, São Paulo e, talvez, o Rio de Janeiro — principalmente em regiões nobres — devem ser as primeiras a receber esse tipo de tecnologia.

Muitos imaginam que esses carros vão entrar em comunidades ou pegar passageiros com mau comportamento, mas isso não vai acontecer. A Uber vai selecionar com cuidado os trajetos e os perfis dos passageiros atendidos. Inicialmente, os veículos autônomos só farão o “filé” — as melhores corridas.

E o que sobra para os motoristas de aplicativo que estão hoje sustentando a operação? Sobra o “osso”: as viagens que ninguém quer fazer, com passageiros difíceis, pagamento em dinheiro, comunidades com acesso complicado, ruas estreitas sem espaço pra manobra… só as piores corridas.

Por isso, é importante que os motoristas compreendam que essa mudança vai acontecer, cedo ou tarde. O modelo já está funcionando bem na China, ganhando espaço nos EUA, e sendo introduzido na Europa com força. Para chegar ao Brasil é um pulo. Afinal, somos o maior mercado da Uber no mundo. É claro que ela já está elaborando seus planos para introduzir os carros autônomos por aqui — veículos que não dormem, não reclamam das taxas e aceitam qualquer valor de corrida.

Gostando ou não, os planos já estão em andamento. A pergunta que fica é: o que você vai fazer diante disso? Vai apenas lamentar e esperar? Vai protestar contra os robôs? Ou vai aproveitar o tempo até lá para buscar alternativas e depender cada vez menos dos aplicativos? O ideal é começar desde já a construir novas fontes de renda, se preparando para um cenário em que os carros autônomos ocupem grande parte do mercado e o motorista humano perca espaço.

Fica então o alerta: se você acha que isso nunca vai acontecer, lembre-se que, há 10 anos, muitos taxistas também acreditavam que a Uber jamais chegaria ao Brasil. Diziam que nunca daria certo pedir um carro pelo celular, que ninguém aceitaria ser transportado por um estranho. Hoje, arrisco dizer que a Uber é o meio de transporte mais utilizado no país. E da Uber convencional para os carros autônomos, é só um passo.

Você concorda ou discorda? Estou exagerando ou tenho razão? Deixe sua opinião nos comentários — quero saber o que você pensa sobre isso.

Foto de Fernando Floripa
Fernando Floripa

Fernando Dutra, conhecido como Fernando Floripa, é motorista de aplicativo em Florianópolis e referência nacional para motoristas. Desde 2016, ele compartilha dicas e conteúdos nas redes sociais, alcançando quase 1 milhão de seguidores no YouTube, Facebook, Instagram e TikTok. Casado e pai de três filhos, com formação em Ciências da Computação e Administração, ele trabalha ativamente como motorista e incentiva a união da categoria, consolidando-se como um influenciador na área de mobilidade.

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