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99 Moto e Uber Moto: motos chegam onde motoristas de app não entram

A liberação do 99 Moto e Uber Moto em São Paulo vai além da polêmica sobre segurança: ela escancara como a tecnologia pode atender quem antes era ignorado — e como o poder público ainda falha em acompanhar essa mudança.

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Opinião
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Imagem de um homem falando em frente à câmera, com um fundo desfocado de um carro. Ele está comentando sobre uma notícia que fala sobre a decisão judicial que libera o serviço de motos por aplicativos 99 e Uber na cidade de São Paulo. O título da notícia está visível ao lado dele, mencionando a decisão da Justiça que negou o pedido da Prefeitura de SP para proibir esse serviço.
Foto: Marcelo Ribeiro para 55content

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do 55content

A 99 Moto e Uber Moto foram liberadas pela justiça em São Paulo, e agora a pergunta é: o que isso vai impactar e o que tem a ver com a gente? Vou te explicar o que aconteceu de fato. Para quem não sabe, a justiça liberou esses serviços na cidade. O que chamou atenção foi o argumento das plataformas. A 99, por exemplo, trouxe dados e números, e é disso que eu gosto. Quando temos dados reais para analisar, fica fácil debater e conversar sobre o assunto. Falar sem embasamento não funciona, mas quando há dados, o papo fica mais interessante.

A decisão do juiz Josué Villela Pimentel, em 14 de maio, foi derrubar a liminar que suspendeu o serviço. Ele considerou o decreto da prefeitura que proibia o transporte por moto como inconstitucional. A prefeitura alegava que o serviço era perigoso, poderia aumentar os acidentes e permitia condutores irregulares, como menores de 21 anos ou sem antecedentes criminais. Por isso, tinha proibido o serviço. O juiz, por sua vez, argumentou que a atividade é regulada por uma lei federal, a Lei 13.640 de 2018, e que a ausência de regulamentação municipal é que traz risco, não o serviço em si.

Agora, sobre a segurança, a 99 trouxe dados interessantes. Entre 14 e 27 de janeiro, quando a 99 Moto operava, foram feitas mais de 500 mil viagens sem acidentes graves ou mortes envolvendo os motoristas da plataforma. Em comparação, outras motos na cidade registraram 623 acidentes e nove mortes no mesmo período. O serviço da 99 possui mais de 50 ferramentas de segurança, como monitoramento em tempo real, botão de emergência, seguro para passageiros e motoristas, e bloqueio de motoristas que dirigem de forma perigosa.

E não para por aí. A 99 também trouxe números econômicos. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o serviço pode gerar 828 milhões para o PIB de São Paulo, 28 milhões em impostos e 13 mil empregos indiretos. Além disso, uma pesquisa do Instituto Locomotiva mostrou que 79% dos paulistanos aprovam o serviço.

E você, o que acha disso tudo? Você é condutor ou passageiro? Já usou o serviço? Comenta aqui embaixo, quero saber a sua opinião. A minha reflexão é sobre como nossos políticos ainda têm uma visão arcaica sobre as questões tecnológicas. Eu não sou a favor de liberar tudo sem controle, mas acredito que deve haver uma regulamentação inteligente, que considere os benefícios e os malefícios que o serviço pode trazer para a cidade.

Por exemplo, em Porto Alegre, o impacto no começo foi grande. Muitos motoristas migraram para as motos, especialmente aqueles que não conseguiam pegar um carro por causa de cancelamentos. As motos começaram a acessar áreas que antes eram menos atendidas. Isso fez com que a demanda fosse dividida, impactando quem trabalha com carros.

Foto de Marcelo Ribeiro
Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro, conhecido como Marcelo Fora da Curva, é de Porto Alegre e iniciou sua carreira como vendedor. Em 2016, tornou-se motorista de aplicativo, usando sua experiência em vendas para oferecer um excelente atendimento ao cliente, o que lhe rendeu a nota mais alta entre motoristas da cidade e vários prêmios da Uber. Em 2017, criou um canal no YouTube para compartilhar suas experiências, que rapidamente se tornou popular, alcançando 300 mil inscritos e 92 mil seguidores no Instagram.

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