Em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Uber lançou uma campanha conjunta marcando o Dia Internacional para a Eliminação da Punição Corporal de Crianças (30/04) e ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (18/05). A campanha estará em vigor entre as duas datas e busca sensibilizar usuários e motoristas da plataforma e reforçar o compromisso com a proteção de crianças e adolescentes.
Como parte da campanha, os usuários da Uber receberão um chamado à doação por meio de uma página dedicada ao tema, juntamente com informativos sobre diferentes formas de violência. Enquanto que para os motoristas, o foco está no fortalecimento de conhecimentos para identificar sinais de abuso sexual, reforçando o acesso aos canais de denúncia e relembrando o papel fundamental que podem exercer na prevenção desses atos.
Para Araceli Almeida, head de Operações de Segurança da Uber no Brasil, a tecnologia e o alcance da plataforma junto a motoristas e usuários representam ferramentas poderosas na conscientização e mobilização da sociedade. Ela ressalta que, ao se unir ao UNICEF, a empresa busca fortalecer a rede de proteção e ampliar a visibilidade sobre a violência contra crianças e adolescentes.
Jenny Zambrano, head de Captação com Indivíduos do UNICEF no Brasil, destaca que a parceria se apoia em dois pilares fundamentais para o enfrentamento das violências contra crianças e adolescentes: ampliar o alcance das mensagens de alerta e canais de denúncia, e engajar a população por meio de doações. Para ela, cada contribuição ajuda a fortalecer uma rede de proteção que deveria estar preparada para acolher e atender meninas e meninos em situação de vulnerabilidade. Trata-se, segundo Jenny, de um chamado para que cada pessoa reconheça seu papel individual nessa causa.
De acordo com um estudo divulgado pelo UNICEF, 164 mil vítimas de estupro e estupro de vulnerável na faixa de 0 a 19 anos foram registradas apenas entre 2021 e 2023. Mas o número pode ser ainda maior, visto que a estimativa é de que apenas 8,5% dos casos são notificados às autoridades.
A maioria das vítimas de violência sexual é do sexo feminino (87,3%), com quase metade (48,3%) entre 10 e 14 anos. O impacto é ainda maior entre meninas negras, que representam 52,8% dos casos registrados.
Em 2021, mais de 27 mil crianças e adolescentes foram vítimas de agressões físicas no Brasil — 3.600 delas com menos de 5 anos. Esses números evidenciam a vulnerabilidade da infância diante da violência. O estudo também revela que 4,8% desses casos resultaram em lesões corporais seguidas de morte, frequentemente associadas a maus-tratos e situações de violência doméstica.
O UNICEF atua no enfrentamento de violências que impactam a infância e adolescência, conscientizando a população e evidenciando o real impacto dessas violações. A agência da ONU oferta também apoio técnico aos Governos Federal, Estaduais e Municipais para que possam prevenir e atender, de forma humana, respeitosa e adequada, crianças e adolescentes vítimas e testemunhas de violência, sem causar revitimização.