Uber e 99 reforçam ações preventivas, como gravação de áudio, bloqueio de viagens perigosas e opções exclusivas para motoristas mulheres, em resposta ao aumento de crimes.
Empresas de aplicativos de transporte, como Uber e 99, anunciaram a ampliação de medidas preventivas de segurança para motoristas e passageiros em todo o Brasil. O tema foi debatido na última terça-feira (3), durante audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, houve um aumento de quase 200% nos casos de roubo contra motoristas de aplicativos em um período de um ano. O número passou de 37 registros em 2018 para 103 entre janeiro e novembro de 2019. As investigações concluíram que muitos dos crimes estão relacionados a pedidos de corridas feitas por terceiros ou ao pagamento em dinheiro.
Durante a audiência, o motorista Manoel Scooby destacou a preocupação com a segurança dos profissionais e as solicitações feitas às empresas. “Os assaltos a cada dia estão mais frequentes, principalmente nas cidades satélite: Samambaia, Ceilândia e Guará. A maioria dos assaltos ocorre em dinheiro. Nós pedimos a opção para os motoristas escolherem entre pagamento em cartão ou dinheiro. A Uber já atendeu à solicitação”, afirmou. Ele também sugeriu a implementação de câmeras nos veículos, exigência de foto no perfil dos passageiros e inclusão de informações como idade no cadastro.
O deputado Luis Miranda (DEM-DF), que solicitou a audiência, defendeu uma maior interação entre as empresas de aplicativos e as secretarias de segurança pública. Segundo ele, “os aplicativos precisam oferecer mais recursos de proteção para evitar que motoristas sejam vítimas de criminosos”.
Medidas anunciadas pelas empresas
Segundo os representantes da Uber e da 99, diversas ações preventivas estão sendo implementadas ou aprimoradas. Entre as medidas destinadas à segurança dos motoristas, estão:
- Cadastro de dados dos passageiros;
- Acompanhamento do trajeto por GPS;
- Bloqueio de viagens consideradas potencialmente arriscadas;
- Gravação de áudio durante as corridas;
- Detecção automática de comportamentos inadequados entre usuários e motoristas;
- Visualização do destino antes da corrida.
Para os passageiros, foram implementadas iniciativas como:
- Conferência de antecedentes criminais de motoristas;
- Checagem aleatória do motorista por meio de selfies;
- Parceria com o Denatran para verificação de cadastro de veículos e motoristas;
- Botão de pânico conectado a uma central de operações.
Entre as ações mais recentes, as empresas destacaram a transmissão de códigos de viagem, que devem ser compartilhados entre passageiro e motorista, e a opção de desabilitar pagamentos em dinheiro em situações de risco.
A Uber anunciou ainda medidas exclusivas para motoristas mulheres, como a opção de atender apenas passageiras. Segundo Mariana Polidório, representante da empresa, a Uber também desenvolveu uma parceria com a Central Única das Favelas para atender à comunidade de Helópolis, em São Paulo. A região, antes considerada de risco e sem atendimento, passou a contar com pontos fixos de embarque e desembarque.
De acordo com as empresas, as iniciativas visam aprimorar a segurança de motoristas e passageiros e reduzir os riscos de incidentes durante as viagens.
