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“Trabalhamos de graça para o iFood”: restaurantes expressam insatisfação com as taxas do aplicativo

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Gestores de restaurantes manifestam descontentamento com as taxas pelo serviço de delivery e exploram alternativas viáveis.

O iFood opera em mais de 1.700 cidades brasileiras, realizando cerca de 80 milhões de entregas mensalmente.

O aplicativo adota um sistema de taxas para os restaurantes parceiros. Essa prática tem motivado muitos a procurarem opções mais viáveis economicamente.

De acordo com depoimentos, as taxas elevadas e problemas com repasses financeiros têm provocado desagrado generalizado: “As vendas pelo iFood eram boas, mas não cobriam nossos custos. Era como se trabalhássemos de graça para o iFood: nós produzíamos, investíamos em insumos, fazíamos as entregas e somente o iFood lucrava com as vendas”, relata Sérgio Galhardo, gerente do restaurante “Torresmo Super Crocante”.

Recentemente, os administradores de restaurantes têm reclamado das elevadas taxas da plataforma, que ficam em torno de 12% de comissão sobre o valor total dos pedidos, além de uma taxa de 3,5% sobre pagamentos online e uma mensalidade de R$ 100,00 para estabelecimentos com vendas acima de R$ 1.800,00 mensais no plano mais simples.

Outra opção é o plano “Entrega”, que inclui uma taxa de 23% sobre os pedidos delivery e uma mensalidade de R$ 150,00 para negócios com faturamento superior a R$ 1.800,00, bem como uma taxa de 3,2% sobre os pedidos pagos através do iFood.

“Abandonamos o iFood em janeiro e é improvável um retorno. Não dependemos da plataforma para controle, e sim para pedidos. Além das taxas exorbitantes, houve desonestidade nos repasses, levando-nos a optar pelo tráfego pago”, explica Galhardo.

Diante desse cenário, os restaurantes têm buscado novas formas de entrega, promovendo modelos inovadores como o “Entregas e Coletas”. A empresa, que registra entregadores em sua plataforma, tornou-se um dos principais serviços de delivery em Dourados, Mato Grosso do Sul.

Whilian Djones, CEO da Entregas e Coletas, comenta: “O iFood impõe custos elevados aos restaurantes e não estabelece um equilíbrio justo. Aqui na cidade, muitos optam por não trabalhar com eles devido às taxas altas.” Ele adiciona que a taxa é integralmente repassada ao entregador, resultando em benefício para eles. Whilian também detalha como a insatisfação com outras plataformas de delivery contribuiu para o crescimento do seu negócio: “No primeiro ano, crescemos 110%, usando bastante o marketing para atrair novos clientes e nunca deixando de promover nosso serviço pela cidade”.

Com esse modelo, alguns restaurantes conseguem continuar vendendo pelo iFood, mas realizando as entregas com empresas de motoboys, diminuindo a margem que vai para a gigante do delivery.

Conversamos também com Breno Lopes, ex-proprietário de quatro serviços de delivery e atualmente focado em sua marca própria e consultoria para o iFood: “A comunidade que o iFood oferece e a conveniência para o cliente são claras, mas o consumidor já percebe que os custos são mais elevados pelo aplicativo do que fora dele, há uma falta de transparência e de compreensão por parte do atendimento sobre as necessidades dos restaurantes.”

O empreendedor ainda discorre sobre o aumento dos custos apenas para manter operação no iFood: “Os gastos para vender no iFood estão crescendo, exigindo mais investimento nas funcionalidades do aplicativo. O problema é a necessidade de fornecer entrega gratuita, utilizar cupons e pagar por anúncios. As taxas são apenas uma parte dos custos, mas não representam o maior prejuízo.”

A equipe do 55Content conversou com o iFood, que em nota respondeu: “O iFood preza por uma comunicação transparente com todo seu ecossistema e mantém todos os canais de atendimento abertos para o esclarecimento de qualquer dúvida ou reclamação sobre a plataforma. Sobre as taxas, atualmente os restaurantes podem escolher entre dois modelos principais de serviço, o Plano Básico e o Plano Entrega. Os restaurantes que optam pelo Básico têm a exposição no aplicativo, mas a gestão dos pedidos e a logística sob responsabilidade do próprio estabelecimento parceiro. Já o Plano Entrega contempla tudo que o Plano Básico oferece e também inclui os serviços de logística de entrega do iFood feito por entregadores cadastrados na ferramenta. Ambos os planos são mensais e grátis no 1º mês. As taxas padrão do iFood variam de 12% a 23%. O iFood reitera que as taxas cobradas são compatíveis (e em muitos casos menores) com os valores cobrados pelo mercado brasileiro e internacional. Nesta comissão, estão inclusos, além do grande tráfego de clientes no aplicativo, vantagens e benefícios sem custo adicional. Entre eles, consultoria humana nos primeiros 30 dias, inteligência artificial para melhorias no cardápio e plataforma de cursos gratuitos que ensinam alavancas de crescimento, marketing, precificação e saúde financeira. A empresa também tem uma agenda oficial de melhoria contínua que mantém diálogo aberto com seus parceiros para aprimorar constantemente a plataforma para eles.

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