Presidente diz que que os sindicatos fizeram foi tirar foto abraçados com o governo e com as plataformas, e aprovar um projeto que possui 98% de rejeição na Câmara dos Deputados.
Na última quarta-feira (17), durante a audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, o presidente da Amape (Associação dos Motoristas de Aplicativo de Pernambuco), Thiago Silva, expressou críticas ao trabalho dos sindicatos na elaboração do projeto que regulamenta o trabalho dos motoristas de aplicativo.
“O presidente dessa federação de sindicalistas disse sobre o desastroso projeto chamado PLP 12 de 2024, hoje conhecido como lei da contramão, o seguinte: o ‘amor venceu o ódio’’, aspas do Leandro. Se o amor tivesse vencido o ódio, o motorista de aplicativos deveria estar recebendo, no mínimo, dois reais por km, e a tarifa mínima hoje no Brasil deveria ser de, no mínimo, dez reais. Se o amor tivesse vencido o ódio, Leandro, os sindicatos que não nos representam e que sequer deveriam nos representar, deveriam ter pensado em um projeto que de fato atendesse o interesse dos motoristas de aplicativos de todo o Brasil.”
“E nesse grupo de trabalho gerado pela fome, o que vocês fizeram foi tirar foto, abraçados com plataformas e com o governo, dizendo que eram a favor de um projeto que não representa o motorista de aplicativos do Brasil, que tem 98% de rejeição no site da Câmara dos Deputados. Um projeto que vai afetar a vida do motorista de aplicativos, porque está querendo que o motorista receba por hora trabalhada R$ 32,09”, acrescenta Silva.
Ele ainda diz que todos os insumos desta categoria são feitos com base no quilômetro rodado. Ele diz que o que foi entregue foi um projeto que beneficia somente o governo, as plataformas e os próprios sindicatos:
“O PLP-12/2024 não fala sobre o que realmente importa para o trabalhador: liberdade para trabalhar com ganhos justos com base no quilômetro e no tempo, e não na hora trabalhada. O motorista não quer pagar 27,5% de INSS, podendo ser MEI, recolhendo para a previdência e tendo os mesmos benefícios, como auxílio-doença e auxílio-maternidade, por exemplo. E não venham me dizer que esses 20% que as plataformas estão dizendo que vão pagar vão sair do bolso delas. Ao contrário, vão sair do bolso do trabalhador, vão sair do bolso do usuário. O serviço do motorista de aplicativos, infelizmente, mais uma vez vai ser prejudicado.”
Thiago Silva afirma que o motorista quer um projeto onde ele possa ser reconhecido como trabalhador, mas sem ter que depender e pagar o sindicato:
“O que o motorista quer é liberdade para trabalhar, sem depender de sindicato para determinar se, por exemplo, ele pode ou não trabalhar 12 horas. Liberdade para ganhar dinheiro e para trabalhar. É isso que o motorista de aplicativos quer. Esse projeto não cuidou do essencial e de quem deveria, que é o motorista de aplicativos. Não ao PLP-12-2024. Sindicato, não nos representa”, conclui.